Após a prisão injusta de seu pai, Ayano Suzuki viu sua vida virar de cabeça para baixo. Determinada a expor a verdade e punir aqueles que destruíram sua família, ela embarca em uma jornada perigosa, onde o ódio e a vingança tornam-se suas guias.
Em...
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Ayano se aproximou em passos leves, os olhos semicerrados enquanto observava Mikey, que estava encostado em uma árvore com o rosto marcado por uma expressão de profunda seriedade. Sem pedir permissão, ela se sentou ao seu lado, mas manteve uma pequena distância.
— Não sabia que você sabia ficar quieto — murmurou, cruzando os braços.
Mikey nem sequer moveu o olhar na direção dela, mas seus lábios se curvaram em um sorriso sarcástico.
— Você devia experimentar isso também. Talvez fosse menos irritante.
Ayano arqueou uma sobrancelha, já esperando a resposta ácida. Ela inclinou a cabeça, observando-o de lado.
— É impressionante como você consegue ser insuportável mesmo quando não abre a boca.
Ele finalmente virou o rosto em direção a ela, os olhos penetrantes encontrando os dela. Uma tensão elétrica parecia vibrar no ar entre eles, mas Mikey manteve o tom baixo, sem perder o veneno.
— Eu só reajo à altura de quem está perto, Ayano. Se incomoda, talvez seja você o problema.
Ela soltou uma risada seca, balançando a cabeça.
— Claro. Sempre cheio de desculpas pra esconder o fato de que não consegue admitir que está errado.
Mikey soltou um suspiro, como se a conversa fosse mais um fardo. Mas, ao invés de contra-atacar, ele mudou o rumo.
— Desembucha, o que você quer?
Ayano olhou para ele, os olhos agora um pouco mais sérios.
— Só queria saber por que você está aqui sozinho, não acho que isso seja normal pra você.
Ele apertou os olhos, analisando as palavras dela, mas respondeu sem desviar.
— Talvez eu prefira a companhia da árvore do que a de certas pessoas. — ele revirou os olhos, fazendo questão de deixar a indireta explícita.
Ela o encarou incrédula, mas logo um pequeno sorriso se formou em seus lábios.
— Eu odeio você — Ayano manteve o sorriso no rosto, mas Mikey poderia jurar que viu de relance uma veia saltando de sua testa.
— Quanto amor — Mikey debochou.
— É, eu também prefiro o silêncio da árvore do que a sua companhia. Pena que pelo visto terei que te aguentar até sairmos daqui.
Mikey finalmente soltou uma risada curta, fria, antes de relaxar um pouco a postura.
— Pode ser que o destino esteja tentando te ensinar alguma coisa... ou me punindo.
Os dois ficaram em silêncio por um momento, mas dessa vez, não tão desconfortável quanto antes. Era como se as provocações, mesmo carregadas de ironia, fossem o jeito deles de suportar a proximidade inevitável.