Capítulo 14

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—Porque tem tanta pimenta nessa sopa? – reclamou a Marquesa, empurrando o prato fundo.
– Mal dá para comer.

— Me desculpe, milady – disse Abigail, retirando o prato desagradável. – Foi uma receita nova; acho que foi o Duque de Tuscany que nos deu, uma especialidade inventada pela  cozinheira dele.

A Marquesa franziu o nariz.
— É um milagre ele não ter morrido de fome. – ele  ajeitou o guardanapo no colo enquanto Draco e o pai tomavam a sopa sem reclamar.

Se bem que Draco podia admitir que estava terrivelmente picante e começando a fazer sua garganta arder.

— E então, Draco? – disse sua mãe. – Como foi o chá?

Draco parou com a colher a caminho da boca.

Reagiu ao sorriso ansioso e esperançoso da mãe com um nervoso e inocente.

— Achei bem parecido com o último chá e com o que houve antes dele – mentiu ele, e tomou outra colherada. – Pode me passar o sal, por favor?

Pansy deu um passo à frente para levar o sal para ele , para que seus pais não tivessem que esticar os braços por cima de sopeiras e molheiras.

— Talvez, mas você falou com Sua Majestade?

— Ah. Hum. Ora, falei, sim. Ele e eu demos uma volta no jardim. – ele  fez uma pausa para garantir que nada que revelasse fosse condenável. – Nós encontramos o novo bobo da corte, e ele nos distraiu com uma bela melodia da flauta.

Silêncio. O relógio de chão encostado na parede levantou um braço para coçar embaixo do bigode grisalho. Draco olhou para ele e se perguntou se a pimenta estava chegando na mobília.

— E? – insistiu a mãe.

— Ah, ele é muito talentoso. – Draco se inclinou por cima do prato fundo. – Talvez talentoso demais, se você quiser saber. Pode até não parecer natural. Tocar flauta e bandolim, saber truques de cartas e truques de mágica e charadas, e eu soube que ele é até um malabarista bem talentoso. É suficiente para fazer o resto de nós se sentir incompetente, e acho que ele não precisa se exibir tanto assim, e depois de apenas dois encontros! Além do mais, tem algo de peculiar naquele chapéu dele, você não acha? Alguma coisa que não é… – ele  fez um contorno invisível do chapéu de três pontas com a colher no ar. – … espacialmente preciso. Acho esquisito. – ele olhou para a mãe, nada impressionada, e para o pai, confuso, e percebeu que estava tagarelando. Enfiou a colher de sopa na boca.

— Bem – disse a mãe. – Isso tudo é… interessante. O que aconteceu depois que o Coringa divertiu vocês?

ele engoliu em seco.
— Ah. Depois nós jogamos croquet.

— Você e o Coringa?

— S-sim. Bom, e o Rei também. E algumas outras pessoas.

A mãe tremeu de alívio.
— Espero que você o tenha deixado ganhar.

Draco sentiu orgulho de não ser mentira quando ele  disse:
— O Rei ganhou, na verdade.

Quando a sopa foi retirada, Abigail apareceu com carnes assadas colocadas acima de uma cama de feijões mágicos.

As sobrancelhas da mãe dele subiram.

— E depois?

ele pensou.

— Depois… eu comi bolo. Para ser sincera, achei meio seco. Ah, e Harry apareceu e tocou flauta novamente depois do jogo. Que exibido.
A melodia foi linda, claro, e ainda soava nos ouvidos dele .

— Harry– disse sua mãe, e ouvir o nome dele na voz dele  fez Draco levar um susto.

— Desculpe – gaguejou ele . – É o Coringa. Esse é o nome dele.

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⏰ Última atualização: 7 hours ago ⏰

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