Capítulo 12

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Draco seguiu Harry com nervosismo crescente.Estava com um nó no estômago por ir se encontrar com o Rei, mas fez o melhor para se preparar para o que supunha ser o pedido de casamento iminente.

Era difícil se preparar para isso quando ele não sabia bem qual seria sua resposta. Cada vez que imaginava como ficaria infeliz ao aceitar a proposta, surgia uma visão do quanto os pais ficariam satisfeitos. Do quanto ficariam orgulhosos. Ah, como sua mãe se gabaria…
Sua montanha-russa de emoções não teve nenhuma ajuda do assobio do Coringa, que andava um passo à frente, nem da posição estreita dos ombros, nem dos passos longos e elegantes que faziam o sangue dele disparar por motivos que ele não conseguia imaginar.

Sua cabeça girava. Talvez fosse desmaiar de novo. ele quase gostou da ideia.

Harry o levou até um pátio cercado de abrunheiros e campânulas azuis tilintantes. Havia um chafariz no centro, e o Rei estava andando em volta dele como em uma corda bamba, os braços esticados para se equilibrar.

Harry  limpou a garganta.

— Vossa Majestade, tenho o prazer de apresentar Lord Draco Malfoy.

O Rei deu um gritinho de prazer e pulou do chafariz.

Draco fez uma reverência e se xingou por não ter desmaiado na caminhada.

— Obrigado, Harry , obrigado. Isso é tudo! – O Rei bateu as mãos quando Harry  fez uma reverência para ele e outra para Draco. Ele pareceu hesitar ao olhar nos olhos de Draco, como se visse a súplica no rosto. O cantarolar de por favor, por favor, não vá que se repetia na cabeça dele.

Ele franziu a testa.

Preparando-se, Draco afastou o olhar.

— Não estarei longe – disse Harry  –, se minha presença for desejada.

Embora falasse com o Rei, Drac desconfiava que a frase foi para ele. ele não voltou a olhar até ouvir o som das botas atravessando o pátio.

O Rei e ele ficaram sozinhos no jardim romântico. Ele estava sorrindo para ele como se tivesse acabado de abrir um presente de des aniversário e descoberto que era exatamente o que tinha pedido.

— Desejava me ver, Vossa Majestade?

— Desejava, Lord Malfoy.

Um silêncio pesado e nublado veio em seguida, antes de o Rei limpar a garganta.

— Os jardins não estão maravilhosos hoje? Escute as campânulas, tão afinadas.

ele escutou. O tilintar das campânulas era lindo, tocando todas as notas certas. A música não ajudou em nada a acalmá-lo.

O Rei ofereceu o braço, e ele não teve escolha além de aceitar e permitir que ele a levasse pelos caminhos, entre gerânios e trepadeiras e dálias de cabeças pesadas. O Rei estava tão jovial, praticamente saltitando ao seu lado. ele queria botar as mãos nos ombros dele e mandar que ele se acalmasse, mas fez o melhor que pôde para achar graça do entusiasmo dele. Ouviu-o falando sobre que flores os jardineiros escolheram para a estação seguinte e como o produtor de vinhos ia fazer vinho de sabugueiro naquele ano e como ele estava animado de ir ao Festival dos Dias da Tartaruga que o Marquês e a Marquesa mencionaram que organizariam, e ele estaria lá? Mas é claro que estaria, já que era filho deles, e ele gostaria de dançar a quadrilha, e estava ansiosa para tentar a sorte na caça às ostras?
ele ouviu com muita educação, mas não prestou atenção em quase nada. O peso dos macarons embrulhados em papel dentro do bolso virou uma âncora puxando-a para baixo. ele os fez para garantir que ainda estava nas boas graças do Rei. ele os fez com a intenção de levá-lo a um pedido de casamento.

Sem alma | DRARRY Onde histórias criam vida. Descubra agora