My hacker.

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HUMBERTO:

O aroma do café forte invadia o quarto, um sinal de que o dia já começava. A rotina era a mesma: acordar cedo, tomar um café quente e me dedicar aos exercícios matinais. Era a minha maneira de começar o dia com energia e foco. Hoje, no entanto, a sensação era diferente. A adrenalina pulsava nas veias, a mente em constante alerta. A empresa, herança do meu pai, estava sob ataque. Alguém estava roubando informações confidenciais, e eu precisava descobrir quem era.

Não foi fácil manter a empresa nos trilhos depois da tragédia. A perda dos meus pais, um acidente de carro brutal quando eu tinha apenas 18 anos, ainda pesava em meu coração. Era como se um pedaço de mim tivesse se perdido naquele dia. Mas, graças a Deus, eu tinha o apoio do José e da Maria, amigos de longa data da família, que me ajudaram a lidar com a dor e a reconstruir a vida.

A paixão pela tecnologia, herdada do meu pai, me impulsionava a seguir em frente. Ele era um visionário, um gênio da engenharia que construiu a empresa do zero. A lembrança do seu sorriso, da sua energia contagiante, me dava forças para enfrentar os desafios.

Hoje, essa força era ainda mais necessária. A ameaça era real, e eu estava determinada a encontrar o culpado. Era uma questão de honra, de justiça, de proteger o legado do meu pai. A empresa era mais do que um negócio, era um sonho, um legado que eu me recusava a perder.

Minha vida mudou completamente quando conheci a Aurora. Me apaixonei perdidamente por ela. Ela era linda, meiga e gentil; coloriu o meu mundo preto e branco. Não demorou muito para eu pedir a mão dela ao pai. Nos casamos e, depois de dois anos de casados, nasceu a nossa anjinha, nossa filha. Estava tudo perfeito, mas, infelizmente, o pai da Aurora faleceu. E a Tati chegou, trazendo alegria.

Tudo estava perfeito, até que um dia tentaram sequestrar a Aurora, mas, graças a Deus, não conseguiram. Depois de dois meses, tivemos uma festa da empresa, e era aniversário da nossa filha. No entanto, tudo desmoronou quando houve uma tentativa de roubo na empresa. Homens encapuzados chegaram atirando, mas um homem me chamou a atenção. Ele estava parado, olhando para Aurora e, enquanto eu tentava protegê-la, um tiro disparado da arma daquele homem atingiu o coração da minha amada.

Aurora morreu em meus braços, ali mesmo, na frente da nossa filha. Movido pelo ódio, eu peguei uma arma e atirei no homem: dois tiros na cabeça foram o suficiente para matá-lo. A dor da perda foi muito grande; mais uma vez, o meu mundo estava preto e branco. Nas primeiras semanas, foi muito difícil. Mas eu tinha a Tati, o José e a Maria; neles, eu encontrei a força que precisava para seguir em frente. Eu os amo demais; são tudo para mim.

Anos se passaram e eu nunca mais me envolvi. Passei a me dedicar à minha família e ao meu trabalho. O José vive dizendo que eu preciso de uma companheira, mas ninguém manda no coração, e o meu foi levado para longe junto com a minha esposa. Às vezes, eu penso muito em me apaixonar e viver um amor intenso, mas, ao mesmo tempo, fico receoso porque a maioria das mulheres que se aproximam só está interessada no dinheiro, e eu não quero alguém que não goste da minha filha.

Terminei de me arrumar e saí em direção à sala, avisando a Maria que estava saindo. "Tenho uma reunião com o Gabriel hoje; temos muito trabalho pela frente." O jantar de ontem foi muito agradável; adorei conhecer a Pérola. Que mulher linda, gentil, dona de um sorriso encantador! Confesso que estou atraído por ela; faz muito tempo que não me sentia assim. Gabriel me contou sobre seu pai e tudo o que ele fez com sua mãe. O Bernardo é mesmo um ser desprezível.

No que depender de mim, o filho dele nunca se casará com a minha filha. Não consigo entender como ele pode abandonar uma mulher incrível, ainda mais estando grávida; um verdadeiro covarde sem coração. A Tati e ela se deram muito bem, uma mulher admirável, forte por cuidar de um filho sozinha e nunca abandoná-lo. Estou encantado por essa mulher, meu Deus. Mas será que ela tem alguém? Bom, espero que não, porque eu quero muito correr o risco e conquistá-la.