"Tragédia"

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Humberto:

Com o progresso das investigações, estamos bastante ocupados e mal tenho tempo para relaxar. A ajuda do Gabriel tem sido fundamental. Conseguimos descobrir que o Bernardo está envolvido no roubo da minha empresa. Ele possui um informante, mas ainda não descobri quem é.

Desço as escadas em direção à cozinha para tomar café com a Maria e o José. Ao chegar, o aroma do café fresco me envolve. O bolo caseiro que a Maria faz é realmente o melhor. Cumprimento-os com um bom dia e beijo a testa deles.

- Maria, seu bolo é maravilhoso.

- Obrigada, meu menino, ela responde com um sorriso.

- Você sabe se a Tati ainda está dormindo? Não a vi chegar ontem à noite.

- Sim, ela ainda está dormindo, responde José. Eu a vi chegar ontem, e por sinal, ela estava molhada como um pinguim.

- Deve ter pegado chuva, já que veio de táxi. Depois vou perguntar ao Gabriel o que aconteceu.

- Meu filho, pare de ser ciumento. Eles são jovens e precisam se divertir.

- Eu sei, Maria, mas preciso conversar com ele. Não quero que ele machuque a minha princesa.

Depois de tomar café, saio em direção à empresa. Ao chegar, encontro o Gabriel sentado na cadeira giratória, com uma expressão boba e sorrindo para o nada. O que aconteceu com esse garoto? Ele viu algum passarinho verde?

- Posso saber por que você está sorrindo, Gabriel?

- Estou apenas feliz, Sr. Humberto, responde com um sorriso ainda maior.

- Esse sorriso é por causa da minha filha, por acaso?

- Não gosto de mentir. Para ser sincero, sim, o motivo do meu sorriso é a Tatiana.

- O encontro foi bom? pergunto, olhando sério.

- Foi maravilhoso, responde com uma expressão boba de apaixonado.

- Você está apaixonado pela minha filha, Gabriel?

- Sim, Sr. Humberto, estou completamente apaixonado por ela, responde com os olhos brilhando. E se o senhor permitir, gostaria muito de pedi-la em namoro.

- Claro que... que sim, Gabriel. Eu aprovo esse namoro, só peço que não a machuque, você não vai querer me ter como inimigo.

- Jamais, Sr. Humberto. Farei tudo o que puder para fazê-la feliz e, um dia, quero que ela seja minha esposa.

- Fico feliz em ouvir isso, meu genro. Agora, vamos parar de conversar e voltar ao trabalho.

- Sim, sogro... digo, sim, senhor chefe.

Estou concentrado no trabalho quando minha secretária me avisa que alguém deseja falar comigo. Digo a ela para deixar entrar. Quando a porta se abre, me deparo com Bernardo Bianchi. Fico surpreso com a ousadia dele de vir aqui e o encaro de forma séria enquanto ele puxa uma cadeira para se sentar.

- Olá, Humberto, como vai, amigo? - ele pergunta com ironia.

- Não me chame de amigo. Diga logo o que você quer.

- Calma, Humberto. Vamos conversar, em respeito aos velhos tempos.

- Não tenho nada para discutir com você. Fale logo e vá embora. Você não é bem-vindo aqui.

- Tudo bem, Humberto. Eu vim propor um acordo: não me denuncie à polícia e eu devolvo tudo o que roubei da sua empresa. O que me diz?

- Não vou fazer acordo nenhum com você. Não quero nada do que você roubou. Eu quero justiça e vou seguir com a denúncia.

- Ok, Humberto. Eu tentei ser gentil e poupar a vida da sua filha, mas você não quer colaborar. Adeus, meu amigo. Não se esqueça de me convidar para o enterro.

Ao ouvir ele ameaçar minha filha, perco a calma e vou para cima dele, acertando um soco no rosto. Ele cai no chão e continuo batendo nele. Ninguém toca na minha filha; eu faria qualquer coisa para protegê-la. No meio da confusão, Gabriel aparece para separar a briga. Bernardo se levanta, tentando estancar o sangue do nariz.

- Você vai me pagar por esses socos. Sua filhinha vai morrer, assim como sua querida esposa, ele diz com raiva.

- Você não é louco o suficiente para encostar um dedo na minha filha. Antes, eu te mato.

- Não vou sujar minhas mãos com ela, mas alguém do seu passado vai fazer isso. E eu sei quem é. Você vai descobrir quando acontecer, e nesse dia, minha vingança estará completa.

- Cala a boca, Gabriel diz furioso. Pode ter certeza, Bernardo, você vai apodrecer na cadeia.

- Olha que bonito, meu querido filho virou homem. Abandonar sua mãe grávida foi muito divertido, sabia?

Nesse momento, Gabriel parte para cima dele, desferindo socos.

"Não fale da minha mãe, seu verme imundo. Eu te odeio!" Gabriel grita com raiva.

Nesse instante, Bernardo saca uma arma e atira em Gabriel, que cai ferido no chão. Em meio ao tumulto, Bernardo foge, e eu me aproximo de Gabriel para estancar seu sangramento, enquanto minha secretária liga para a emergência e para a polícia. O tiro atingiu seu abdômen. Não demora muito para o socorro chegar, e Gabriel é levado para o hospital. Eu sigo a ambulância enquanto recebo uma ligação informando que Bernardo conseguiu escapar.

MALDIÇÃO!!

My hacker.Onde histórias criam vida. Descubra agora