MARY:
Acordo cedo para vender minhas flores e pego minha bicicleta, seguindo em direção à padaria. A dona sempre compra um ramo de rosas vermelhas. Enquanto empurro a bicicleta, caminho tranquilamente e cumprimento as pessoas que passam, respondendo com um sorriso. Gosto de pessoas gentis. Ao chegar na padaria, encontro Dona Flora, a proprietária do lugar.
- Bom dia, Dona Flora! Como a senhora está?
- Estou bem, minha mocinha. E você? Já tomou café hoje?
- Estou bem, sim. Já tomei café, não precisa se preocupar.
- Tudo bem, minha filha. Mas vou fazer um sanduíche para você levar. Você trabalha muito e precisa se alimentar. A propósito, onde estão as minhas rosas vermelhas?
- Estão aqui, Dona Flora, do jeito que a senhora gosta. Muito obrigada pelo sanduíche, mas agora preciso ir. Até mais tarde!
Depois de sair da padaria, sigo em direção ao centro da cidade, onde mora gente rica. Lá, consigo vender bastante.
Eu estaciono a bicicleta na calçada e coloco a cesta de flores no chão. Já faz alguns minutos que estou aqui, mas ninguém parece interessado em comprar rosas hoje. Não posso me deixar abater, pois dependo das vendas para me sustentar. A ração da Luna está quase no fim e não tenho dinheiro para comprar mais. Além disso, as contas de luz e água estão atrasadas e não sei o que fazer. Estou pensando em buscar um novo emprego, um salário fixo seria uma grande ajuda. Enquanto isso, olho ao meu redor e vejo uma mansão enorme; os donos devem ser muito ricos. De repente, o portão se abre e uma mulher aparece dirigindo. Ela para perto de mim, me observa de cima a baixo com um olhar crítico.
- Perdeu algo por aqui, florista? - ela pergunta com ironia.
- Não, não perdi nada, só estou trabalhando. Algum problema? - respondo, tentando não mostrar fraqueza.
- Nunca, esse tipo de trabalho realmente combina com você. Eu sou a proprietária desta casa e não quero que sua aparência e a sujeira que você traz estraguem o ambiente. Se você não quiser ter problemas com a polícia, é melhor ir embora, querida. Você pode ser denunciada por vender coisas em um condomínio sem a autorização do proprietário.
Nesse momento, meus olhos ardem e lágrimas começam a cair. Como pode haver pessoas assim, tão preconceituosas? Pego minha bicicleta e saio rapidamente, deixando o cesto de rosas vermelhas para trás.
Ao chegar em casa, sinto uma tristeza profunda. A única coisa que desejo é me deitar na cama e abraçar minha bola de pelos, que se chama Luna. A encontro deitada na cama, me junto a ela e ela se aconchega em mim enquanto eu acaricio seu pelo macio.
HENRIQUE:
Depois de mais uma discussão com a Beatriz, decidi sair para passear com meu cachorro, Zeus. Ao passar pelo portão, notei algo curioso: um cesto de rosas vermelhas na calçada. Fiquei me perguntando quem teria deixado aquilo ali e se tinha dono. Ao observar melhor, encontrei um colar com o nome "Mary", que coincidência, é o mesmo nome da garota ruiva de olhos verdes. Coloquei o colar no bolso e peguei as flores, sentindo seu perfume; eram frescas, algo que reconheço bem, já que minha mãe era apaixonada por rosas vermelhas. Isso me trouxe lembranças dela. Ao segurar o cesto, percebi que havia um nome bordado que era o mesmo do colar. Decidi guardar o cesto junto com as rosas. Embora elas possam murchar, ainda assim continuarão bonitas. Enquanto Zeus faz suas necessidades, sigo em direção às estufas que tenho no fundo do meu jardim. Ali, construí e plantei um pequeno roseiral em homenagem à minha mãe, com cada rosa representando meu amor por ela.
Será que a ruivinha dos olhos verdes e a dona das rosas vermelhas são a mesma pessoa?
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My hacker.
RomantizmA vida é realmente cheia de surpresas, e não podemos ter certeza de nada. O destino é incerto e pode tanto unir quanto separar as pessoas. No entanto, há algo ainda mais poderoso que pode fazer isso: o amor e o ódio. Esses dois sentimentos têm a cap...