"Olhos Castanhos"

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Meu nome é Mary Hernández, tenho 20 anos e sou filha de Amélia Hernández, minha amada mãe

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Meu nome é Mary Hernández, tenho 20 anos e sou filha de Amélia Hernández, minha amada mãe. Nunca conheci meu pai biológico, pois ele abandonou minha mãe quando ela ainda estava grávida. Depois, minha mãe se casou com meu padrasto, Marcos, que é a pior pessoa que já conheci. Ele matou minha mãe na minha frente e eu não consegui fazer nada para impedir. Ela era uma mãe incrível, sempre se esforçando para me fazer feliz. Tinha uma floricultura e era apaixonada por flores, uma paixão que eu herdei dela. Hoje, sou vendedora de flores e tenho muito orgulho disso. Com minha bicicleta, vou de porta em porta vender as flores que cultivo no meu quintal. Sinto uma saudade imensa da minha mãe e é muito doloroso não poder contar a verdade para a polícia e buscar justiça pela morte dela. Tenho muito medo do Marcos, pois ele é perigoso e agressivo; já me agrediu várias vezes, e as cicatrizes profundas e hematomas em meu corpo são provas disso. Sinto vergonha das marcas, por isso sempre uso roupas que as escondem.

Atualmente, vivo em uma casa um pouco distante da minha antiga residência, onde o Marcos ainda mora. Eu me recuso a continuar vivendo com alguém que é um assassino. Depois que ele tirou minha mãe de mim, minha vida se tornou sem cor, sem importância. Sem ter para onde ir, acabei tendo que morar com ele, que era um verdadeiro monstro. Eu era muito jovem, apenas 17 anos, e foi nesse momento que meu pesadelo começou. Ele chegava em casa sob efeito de drogas e descontava sua raiva em mim. Os insultos eram insignificantes perto das marcas deixadas pelo chicote e pela lâmina. Todas as noites, eu ia dormir chorando de dor. Depois de suportar tantas agressões e ofensas, a tentativa de estupro foi o ponto final. Consegui escapar e procurei abrigo em um orfanato, onde fiquei até conseguir um emprego. Trabalhei como garçonete em uma cafeteria e, ao completar 19 anos, consegui comprar uma casinha simples. A proprietária era uma senhora muito gentil, e foi nesse momento que tive a ideia de vender flores.

 A proprietária era uma senhora muito gentil, e foi nesse momento que tive a ideia de vender flores

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Comecei a cultivar e vender flores de porta em porta. Um dia, ao voltar para casa, encontrei um filhote de gato no lixo. Sem pensar duas vezes, peguei o animal e o levei para casa. Como era uma fêmea, decidi chamá-la de Luna. Ela se tornou minha companheira, pois sempre amei ter animais de estimação. Tudo estava tranquilo até que percebi que alguém estava me seguindo. Minha intuição dizia que era o Marcos, e isso me deixou assustada. Passei semanas sem conseguir dormir, cheia de medo e preocupação. Comecei a reforçar as portas e janelas, comprei spray de pimenta e um canivete em forma de chaveiro. Após duas semanas, percebi que ele havia desaparecido. Mesmo assim, decidi continuar vendendo minhas flores. Em uma manhã chuvosa, fui ao mercado e, enquanto caminhava pelas ruas, senti que alguém estava me observando. Tentei não demonstrar medo, mas, de repente, olhei para trás e vi o Marcos se aproximando com uma faca na mão.

Aterrorizada, comecei a correr em direção a uma rua movimentada, onde poderia gritar por socorro. Enquanto corria, pedia a Deus que enviasse alguém para me ajudar, mas não havia ninguém por perto. Decidi pegar um atalho, subindo um morro e perdendo de vista a situação. Aproveitei para descer o morro correndo e, após muito esforço, finalmente cheguei à rua principal. Tremendo, atravessei a rua sem olhar para os lados e, de repente, senti o impacto do meu corpo no chão. Ao olhar para cima, percebi que um carro me havia atingido. Mesmo com dor, tentei me sentar e, ao fazer força para levantar, me deparei com um homem alto que me observava. Ele estendeu a mão para me ajudar e perguntou se eu estava machucada. Respondi que não, pois a culpa não era dele; eu havia atravessado sem olhar. Chamei-o de "Senhor", mas ele se apresentou como Henrique. Ele era muito bonito, pele clara e cabelos pretos, senti borboletas no estômago quando nossos olhares se cruzaram.

Ao olhar nos seus olhos castanhos, por um instante, eu esqueci a situação aterrorizante que vivia minutos antes. Era como se o tempo tivesse parado para nós. Ele manteve o olhar fixo em mim e perguntou meu nome. Respondi um pouco envergonhada, mas sabia que precisava sair dali, já que Marcos ainda poderia estar por perto. Num impulso, agradeci pela ajuda dele e deixei um beijo em sua bochecha. Pensei comigo mesma: "Adeus, moço dos olhos castanhos", enquanto me dirigia à rua do orfanato. Ouvi Henrique me chamar, mas não olhei para trás. Sabia que não o veria novamente.

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