" O Fim"

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Humberto:

Eu consigo entender a dor do Henrique. Eu também fiquei arrasado quando perdi minha querida esposa. Não sei por que, mas sinto que esse rapaz precisa de ajuda; parece que ele não está seguro. Pérola e eu estamos organizando as coisas enquanto Tatiana e Gabriel foram resolver algumas pendências do trabalho.

- Você está preocupado, meu amor? - pergunta Pérola, me abraçando.

- Sim, sinto que ainda estamos em perigo.

- Não acho que ele ainda queira se vingar de nós; a verdade já foi revelada.

- Não estou falando do Henrique, mas do Bernardo. Ele é capaz de qualquer coisa.

- Vocês não vão acreditar no que Gabriel e eu descobrimos - diz Tatiana descendo as escadas com um notebook na mão.

- É melhor vocês se sentarem - avisa Gabriel.

- Pode falar, filha. O que aconteceu?

- Então, há alguns meses, recebi um pedido para fazer uma pintura. O cliente disse que era um presente para a noiva dele. E adivinha quem era o cliente? Henrique Cortez. Ele estava nos observando há meses.

- E não para por aí. Durante nossas investigações, descobrimos que Henrique e Bernardo estavam envolvidos em um plano de vingança na empresa do papai. No entanto, quando Bernardo foi descoberto e acabou atirando em Gabriel, Henrique decidiu romper o acordo entre eles. Além de ser um mafioso por herança paterna, Henrique é também um hacker profissional, conclui Tatiana.

- O cara é impressionante, diz Gabriel. O plano dele parecia perfeito, se não fosse pelo fato de ele estar noivo da pior pessoa que já conheci, Beatriz Soares.

- Espera aí, a Beatriz não é neta da Maria e do José? pergunta Humberto.

- Exatamente, meu sogro. Eles estão noivos, mas parece que ele a usou apenas para conseguir informações sobre sua família . E, pelo que parece, ela também usa ele, especialmente em questões financeiras.

- Desculpe interromper, mas a Beatriz Soares de quem vocês estão falando é minha neta, pergunta Maria.

- Sim, Maria, diz Gabriel, sua neta é a noiva do Henrique. Maria parece chocada, como se tivesse se lembrado de algo. - Está tudo bem, Maria?

- Na verdade, não. Vocês se lembram que eu mencionei que minha neta queria matar o noivo por vingança?

- Sim, eu lembro. Agora tudo faz sentido. Você disse que ele não a amava, e com certeza ela descobriu que estava sendo manipulada. Agora, ela quer se vingar dele, conclui Gabriel.

- Então, isso significa que o Henrique está em perigo, diz Humberto, nervoso. Precisamos agir rápido. Ele não é um monstro como o pai dele era; se fosse, teria me matado quando confessei que matei o pai dele.

- Precisamos nos unir. O Bernardo também pode tentar fazer mal a ele. Eu o conheço bem o suficiente para saber que ele não suporta quando as coisas não saem como ele quer.

- Precisamos de provas que mostrem que a Beatriz está planejando matá-lo, diz Tatiana.

- Nós temos, meu amor. A ligação foi gravada, diz Gabriel.

- "Meu amor, você é um gênio," diz Tatiana.

- "Com certeza, ela não está agindo sozinha; alguém está ajudando," comenta Pérola. "Mas quem seria?"

- "Pode ser o próprio Bernardo e seu filho," sugere José. "Se pensarmos bem, o Bernardo teria muito a ganhar se o plano de roubo desse certo. Mas como falhou, Henrique o dispensou. E Beatriz tem motivos para se unir a Bernardo; eles têm um interesse em comum."

- "Exatamente, faz todo sentido que eles se unam para se vingar de Henrique," afirma Humberto.

- "Precisamos investigar isso. Qualquer pista é valiosa. Beatriz faria qualquer coisa por dinheiro. Vou contatar Henrique," diz Gabriel.

- "Eu vou com você, meu amor. Papai, se perceberem algo suspeito, por favor, nos avisem," diz Tatiana enquanto sobe as escadas.

"Como a Beatriz pode querer se tornar uma assassina? Do Bernardo, eu espero qualquer coisa. Ele tem um histórico de crimes; é um verdadeiro psicopata."

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O vento uivava, sibilando pelas janelas abertas do carro, enquanto Henrique acelerava, ignorando os limites de velocidade e o asfalto rachado que se estendia à sua frente. A estrada deserta, testemunha muda de sua fuga desesperada, parecia se esticar eternamente, um reflexo do vazio que o consumia por dentro.

A garrafa de bebida, deslizava entre seus dedos trêmulos, enquanto ele tentava afogar as lembranças que o assombravam. O passado, um fantasma cruel que o perseguia sem trégua, e o presente, um turbilhão de angústia e incerteza, o oprimiam, sufocando qualquer esperança de paz.

Lágrimas quentes escorriam pelo seu rosto, misturadas ao suor frio que lhe brotava da testa. As palavras que ecoavam em sua mente, como um mantra cruel, o dilaceravam por dentro. Eram palavras de dor, de decepção, de um amor perdido e de um futuro incerto.

Sem rumo, sem direção, ele seguia em frente, como um navio à deriva em um mar tempestuoso. O volante, que antes lhe dava a sensação de controle, agora parecia um peso morto em suas mãos. A cada curva, a cada buraco, a sensação de que estava perdendo o controle aumentava.

E então, em um piscar de olhos, o inevitável aconteceu. O carro, como um animal selvagem em fúria, se rebelou contra o seu piloto. O volante girou descontroladamente, a borracha dos pneus gritou em protesto contra o asfalto, e o carro capotou, rodopiando no ar como um brinquedo quebrado.

A explosão, um estrondo ensurdecedor que rasgou o silêncio da noite, marcou o fim da sua fuga. O carro, que antes era sua prisão, agora era seu túmulo. E Henrique, preso em um turbilhão de metal retorcido e chamas, finalmente encontrou o descanso que tanto ansiava.

 E Henrique, preso em um turbilhão de metal retorcido e chamas, finalmente encontrou o descanso que tanto ansiava

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