DOMINIUM - A PERDIÇÃO DO PAKHAN. VOL 1( EM ANDAMENTO )

Capítulo 21 | KATY FERRARO.

UMA SEMANA DEPOIS...

Eu não posso deixar Aleksios se aproximar demais. Ele está confundindo a minha cabeça mais vezes do que posso imaginar. Mas, que droga! Cada vez que me aproximo, cada vez que permito essa proximidade, sinto como se estivesse me afundando mais fundo em algo do qual jamais poderei escapar. Ele é como uma sombra que se arrasta sobre minha alma, dominando meus pensamentos mesmo quando eu tento desesperadamente ignorá-lo.

Eu deveria ter pensado melhor. Havia tido oportunidades, momentos em que poderia ter me afastado, mas desperdicei todos eles. Nem sequer pensei nas palavras que saíam da minha boca. No calor do momento, disse "sim". Um maldito "sim" que me prendeu ao caos que é Aleksios Dobrev. Um mês. Um mês na companhia de um russo insano que entrou na minha vida como um furacão, bagunçando tudo, quebrando cada pedaço do que eu achava ser meu controle. E agora, eu estou aqui, lutando contra o inevitável.

Eu não estou preparada para o que ele pode fazer. O caos que Aleksios traz consigo é inevitável, e, no fundo, sei que ele pode destruir tudo. Mas, ao mesmo tempo, sinto que cada dia ao seu lado me arranca um pedaço da alma, algo que eu nem sabia que estava disposta a ceder. Meu coração, aquele que prometi nunca mais entregar a ninguém, já não é mais meu. E eu não sei se algum dia voltará a ser.

Quebrei meu voto. Aquele que fiz para mim mesma de não me envolver, de não deixar que alguém tivesse esse poder sobre mim novamente. E aqui estou, envolvida até o pescoço, sem saber em que ponto estamos. As palavras entre nós são mínimas, quase inexistentes, mas há liberdade. Ele não me trancou, não me prendeu. Estou livre para andar pela casa, para fazer o que eu quiser. Mas a liberdade é ilusória, porque a sensação de estar sob o domínio dele nunca me deixa. Mesmo nos momentos em que estou sozinha, posso sentir sua presença.

Durante todas essas noites, sei que ele esteve no meu quarto. Mesmo sem me tocar, sei que ele está lá. Sinto seu olhar pesado, como uma corrente de energia silenciosa, densa, carregada de intenções que ele não verbaliza. Sua respiração não é audível, mas a sensação de estar sendo observada é sufocante. Cada vez que ele está por perto, os pelos do meu corpo se arrepiam, e meu coração acelera, como se estivesse sempre pronta para lutar ou para... ceder.

Dizer que estou com medo seria uma mentira. O medo não é o que define o que sinto ao lado dele. Ao contrário, sinto uma segurança inquietante, como se ele fosse a muralha entre mim e os demônios do meu passado. Só que, em algum momento, vou ter que enfrentar a realidade, e ela não vai ser gentil.

Caminhando em direção à cozinha, sinto os olhos de Ivan em mim. Ele é como uma sentinela implacável, sempre atento, sempre observando. Mesmo seus olhos frios e calculistas parecem insignificantes quando comparados aos de Aleksios. Mas ainda assim, sua presença é sufocante, um lembrete constante de que estou sempre sob vigilância, sempre controlada.

Papéis estão espalhados pela mesa de centro, mas não presto atenção neles. Minha mente está focada em outra coisa, e meus lábios se movem antes que eu possa controlar:

— Eu só vou tomar água, logo voltarei para o quarto — minha voz soa mais nervosa do que eu queria.

Então, a voz de Aleksios corta o ar, afiada e implacável:

— Nos deixe, Ivan.

O impacto dessas palavras é imediato. Meu corpo trava. Todo o ar parece desaparecer da sala. Me viro lentamente, sentindo o peso da realidade caindo sobre mim. Estamos sozinhos. A intensidade nos olhos de Aleksios é esmagadora. Ele me observa com a precisão de um predador, calculando cada detalhe, cada movimento meu. Seus olhos azuis cortantes percorrem meu corpo de baixo para cima, como se estivesse inspecionando algo que já lhe pertence.