Capítulo 15 | KATY FERRARO.

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Eu entendi com todas as letras que Aleksios era um homem que não desistia fácil das coisas depois dele me contar sobre a sua outra vida; uma coisa que eu sabia por alto porque Jess mencionou algo a respeito, mas eu não poderia imaginar que era realmente verdade.

Depois da rodada intensa do melhor sexo que com certeza eu terei na vida, eu me levanto deixando-o dormindo na cama. O lençol pende no alto da sua pélvis, marcando o membro que, mesmo quieto, tem um tamanho que me faz estremecer só de lembrar do que ele fez comigo. A sensação dele dentro de mim ainda está viva, cada toque, cada investida, gravados na minha pele como uma tatuagem de prazer e dor. Eu não deveria ter dormido aqui, mas o vinho e todas as outras coisas que se seguiram mudaram os meus planos de apenas algumas horas. Fui fraca, me deixei levar, mas agora o peso da realidade cai sobre mim como um balde de água gelada.

Olho ao redor em busca do meu vestido, meus olhos se concentram nele novamente, na forma como o seu corpo está distribuído sobre a cama. Um braço acima da cabeça e o outro que estava ao redor de mim, como se ainda pudesse sentir meu calor, mesmo em seus sonhos. A linha de seu maxilar é uma escultura de pura masculinidade, e eu sei que, quando ele acordar, aqueles olhos de gelo irão me fitar com uma intensidade que eu não sei se posso suportar.

Aleksios é de tirar o fôlego, um homem feito para ser admirado, temido e evitado a todo custo.

Pode ser que ele estivesse alterado pela bebida. Ele bebeu no restaurante e depois aqui também, talvez ele nem se lembre de nada, pelo menos assim espero. Eu torço desesperadamente para que ele não se recorde. Não posso mais estar aqui quando ele acordar, não posso encarar a realidade do que fizemos, do que poderíamos ser se eu fosse estúpida o suficiente para ficar. Acho que não estou preparada para ouvir as mesmas palavras cruéis que ouvi da primeira vez. Ele me destruiria de novo, e eu não sobreviveria a isso.

Peguei o meu vestido ao pé da cama, os dedos trêmulos tocando o tecido macio enquanto procurava pelo banheiro. Meus passos são hesitantes, como se cada movimento me aproximasse de uma decisão irreversível. Mas antes de entrar, dei uma última olhada ao redor. O quarto está uma bagunça total, um reflexo do furacão que passamos juntos. Lençóis revirados, roupas espalhadas, e o cheiro inconfundível do sexo impregnado no ar. É uma lembrança física da noite que me roubou o pouco controle que ainda tinha sobre minha vida.

Entrei devagar no banheiro, lavei meu rosto na pia fria, tentando apagar os vestígios de lágrimas e prazer. Enrolei o cabelo em um coque desleixado, as mãos ainda trêmulas de excitação e medo. O espelho me devolveu um reflexo que eu mal reconheci. A mulher que me olhava de volta era diferente, marcada, quebrada e, ao mesmo tempo, mais forte. Depois que vesti o vestido, me senti um pouco mais protegida, mas ainda assim exposta. Eu era uma presa em fuga.

Saí do banheiro e encontrei as minhas sandálias próximas ao sofá. Não as calcei imediatamente, não queria correr o risco de fazer barulho, de acordá-lo antes do tempo. Peguei a minha bolsinha com uma precisão calculada, como se o simples ato de deixá-la para trás pudesse condenar minha fuga. Saí do quarto, meus passos leves como os de uma ladra, tentando ser o mais silenciosa possível. Cada ruído, cada som do apartamento parecia amplificado, como se o universo conspirasse para me trair.

Olhei ao redor do lugar luxuoso, gravando cada detalhe na minha mente. Eu lembraria de tudo que aconteceu ali, não esqueceria tão fácil, porque essa noite era uma despedida. Eu precisava partir, precisava deixar Aleksios e ir viver minha vida em outro lugar, um lugar onde ele não pudesse me alcançar. Eu não podia trazê-lo para minha vida, mesmo que ele me dissesse que tinha maneiras de se proteger. Ele não era um assunto com o qual eu queria me comprometer. Aleksios era um abismo, e eu estava perigosamente perto de cair nele. Eu tinha que sair agora, ou correria o risco de me apaixonar por ele, quando ele já deixou bem claro que não quer um relacionamento, e quando eu também não posso ter um. Não enquanto Máximos estiver vivo e me caçando como um leão caça suas presas na selva.

DOMINIUM  - A PERDIÇÃO DO PAKHAN.  VOL 1( EM ANDAMENTO )Onde histórias criam vida. Descubra agora