AMOR PROIBIDO | TERRY SILVER - COBRA KAI |

「CAPÍTULO DOIS」

「Capítulo 2 - Primeiro treino」

Victoria chegou ao dojo pela tarde, com uma determinação que não sentia há muito tempo. As palavras de sua mãe ainda ecoavam em sua mente, mas o que a empurrava para aquela direção agora era uma necessidade mais profunda. Era como se um peso tivesse sido tirado dos seus ombros ao decidir que, finalmente, tomaria suas próprias decisões, sem se preocupar com o que Daniel ou qualquer outra pessoa pensaria. No fundo, ela sabia que aquela decisão não era apenas sobre lutar ou aprender uma nova técnica de combate, mas sobre encontrar sua verdadeira identidade e força. E, estranhamente, Terry Silver parecia ser a chave para aquilo.

Ao passar pela porta do dojo, o ar estava pesado de energia, de suor e esforço. A intensidade daquele lugar a envolvia de imediato. O barulho dos socos nos sacos de pancadas, o som dos pés batendo no tatame, tudo isso a fazia sentir uma adrenalina crescente, como se estivesse prestes a dar o primeiro passo em uma nova fase da sua vida. Seu coração acelerava, mas algo dentro dela dizia que essa era a direção certa.

No centro do dojo, Silver estava sozinho. Ele estava ajustando os equipamentos, concentrado em detalhes minuciosos, mas, assim que a viu, ergueu os olhos, lançando um olhar profundo que parecia estudá-la, analisando-a por completo. Um sorriso enigmático surgiu em seus lábios, e ele fez um gesto para que ela se aproximasse.

— Parece que está ansiosa — comentou ele, sua voz suave, mas cheia de uma autoridade que ela sentia imediatamente. — Preparada para o primeiro treino?

Victoria assentiu, tentando manter o tom firme e confiante. Não podia demonstrar qualquer tipo de hesitação. Para ela, aquilo não era apenas uma aula de karatê; era uma oportunidade de provar para si mesma o que era capaz de alcançar.

— Sim, estou — respondeu, tentando esconder a vulnerabilidade que ainda sentia.

Silver a observou mais uma vez, com um olhar que parecia ver além das palavras, mais além do que ela estava pronta para revelar. Ele indicou que ela começasse com alguns movimentos básicos, uma rotina simples para avaliar suas habilidades. Mas, à medida que ela executava os movimentos, ele parecia notar mais do que os simples erros técnicos. Ele percebeu a tensão no seu corpo, a insegurança escondida por trás de sua fachada de determinação.

Quando ela se moveu de maneira ligeiramente errada, ele não hesitou em se aproximar. Seus passos eram firmes, e a presença dele parecia invadir o espaço ao redor dela. Ele colocou as mãos nos ombros dela, corrigindo sua postura com um toque firme, mas sem pressa. Victoria sentiu um leve choque percorrer sua pele, um arrepio que ela não sabia explicar. Cada toque, cada movimento que ele fazia, parecia despertar algo nela — uma sensação de calor e, ao mesmo tempo, de desconforto.

— Você precisa de equilíbrio e precisão — murmurou Silver, a voz baixa e controlada, enquanto se posicionava ao seu lado e ajustava sua postura. Suas mãos se moveram até sua cintura e seu ombro, guiando-a cuidadosamente para que ela sentisse onde estava distribuindo o peso. — Aqui. Sinta onde está sua força, Victoria. Encontre o seu centro.

A proximidade entre eles era inegável. O calor do corpo dele estava tão próximo dela que ela podia sentir a respiração dele em sua nuca. O aroma de seu perfume amadeirado a envolvia, fazendo com que ela se sentisse ainda mais consciente de sua presença. Era uma sensação estranha, misturando uma atração inexplicável com a necessidade de manter o controle da situação.

O tom de sua voz era suave, mas havia algo na maneira como ele falava que a deixava intrigada. Como se ele soubesse exatamente o que ela precisava ouvir. A cada ajuste que ele fazia em seu corpo, ela sentia uma conexão com ele, não apenas física, mas algo mais profundo, quase psíquico. A forma como ele tocava suas costas, ajustando a postura dela, criava uma tensão palpável, como se ele estivesse controlando o ritmo do seu próprio coração.

Victoria tentou se concentrar no que ele estava dizendo, mas a proximidade de Silver a desconcentrava. Ele estava tão perto que ela podia ouvir sua respiração, e o calor de seu corpo parecia fazer seu próprio coração bater mais rápido. Tentou focar no exercício, mas não podia evitar que seus pensamentos começassem a divagar. Ele estava tocando-a, corrigindo sua postura, e, em cada movimento, parecia revelar uma camada de si mesma que ela não tinha notado antes.

— Isso, mantenha a posição — ele murmurou, sua voz grave e baixa, quase como um comando. Ele a mantinha próxima, sem permitir que ela perdesse a concentração. Seu toque estava firme, mas com um certo tipo de suavidade, que a deixava sem saber o que pensar. O contato físico com ele era inegável e, ao mesmo tempo, desconcertante. — Você tem que confiar em si mesma. Sente o peso do seu corpo, não lute contra ele. Encontre a sua verdadeira força.

Ela acatou as instruções, mas a sensação de ter Silver tão perto dela, tão envolvente, fazia com que ela perdesse o foco. Era difícil não se sentir atraída, não se deixar levar pela confiança que ele demonstrava em sua postura, pela maneira como parecia entender o que ela precisava. Ela se sentia invadida, mas ao mesmo tempo, um pouco em êxtase com aquilo.

No final do treino, Silver se afastou, mas o olhar dele permaneceu nela por alguns instantes. Victoria ainda estava ofegante, o corpo cansado, mas havia algo mais no ar — um mistério, uma intensidade crescente. Silver sorriu, um sorriso que parecia guardado para momentos especiais, uma aprovação silenciosa, mas carregada de algo mais profundo.

— Fez um excelente trabalho hoje. Vamos continuar assim, e logo verá do que você é realmente capaz — disse ele, com um tom que misturava encorajamento e algo que ela ainda não podia nomear. Mas, ao ouvir aquelas palavras, algo dentro dela se acendeu. Era como se ele estivesse vendo nela um potencial que ela mesma não conseguia enxergar.

Victoria deixou o dojo naquela tarde com uma mistura de emoções. Ela estava confusa, mas também empolgada. Silver parecia ter despertado algo nela, algo que ela ainda não entendia completamente. Cada palavra dele, cada movimento que ele a guiava a fazer, fazia com que ela se sentisse mais forte, mas ao mesmo tempo mais vulnerável. Havia uma tensão crescente entre eles, uma linha tênue que ela não sabia se deveria atravessar. Mas, no fundo, ela sabia que aquele treino não tinha sido apenas sobre técnicas de luta. Era sobre algo muito mais profundo.

Ela sentia que, com ele, poderia se tornar quem ela realmente queria ser. E, ao mesmo tempo, temia o que poderia acontecer se deixasse Terry entrar mais profundamente em seu mundo.

Era só o começo. E, sem saber, Victoria estava prestes a mergulhar em um jogo de poder, atração e manipulação que poderia mudar tudo o que ela pensava que sabia sobre si mesma.