AMOR PROIBIDO | TERRY SILVER - COBRA KAI |

「CAPÍTULO TREZE」

「Capítulo 13 - Conflito e Consolação」

A atmosfera na casa de Victoria estava tensa. Ela havia acabado de voltar de mais um dia de treino no dojo, onde as coisas haviam esquentado com Silver. A confiança crescia e estava começando a refletir-se em sua atitude, mas a intensidade com que estava vivendo essa nova fase da vida também estava trazendo à tona uma agressividade que Daniel não conseguia ignorar.

Quando ela entrou na sala, Daniel estava sentado no sofá, olhando para a tela da televisão sem realmente ver. A expressão dele se iluminou ao vê-la, mas logo se transformou em preocupação.

— Victoria — ele disse, levantando-se. — Precisamos conversar.

— Sobre o quê? Sobre como você não pode simplesmente me deixar viver a minha vida? — Victoria respondeu, a frustração transparecendo em sua voz. — Você nem tenta entender!

— Eu tento, mas você está mudando, e não é de uma forma saudável. Você está se tornando cada vez mais agressiva. O que está acontecendo com você no Cobra Kai? — Daniel perguntou, o tom de sua voz firme, mas preocupado.

— Você não sabe do que está falando! — Victoria disparou, cruzando os braços. — Talvez eu esteja aprendendo a me defender, a lutar por mim mesma!

— Isso não é defesa, é agressão. Você não precisa se transformar em outra pessoa para se sentir forte — ele respondeu, o olhar dele se endurecendo. — Eu só quero que você seja você mesma, mas você parece estar se perdendo no meio disso tudo.

— Talvez eu esteja finalmente encontrando quem realmente sou! — Victoria exclamou, sua voz ecoando pela sala. — Você sempre quis que eu fosse a filha perfeita, mas eu não sou como a Samantha. Estou cansada de viver para agradar você ou a qualquer outra pessoa.

— Isso não tem nada a ver com ser perfeita. Eu só quero que você se proteja — Daniel disse, sua voz se tornando mais suave, mas ainda cheia de urgência. — Terry Silver não é uma boa influência. Ele é uma péssima pessoa, e você não deveria estar tão próxima dele.

— Não é da sua conta! — Victoria gritou, a raiva borbulhando dentro dela. — Você não sabe o que é estar lá, o que é sentir o poder de lutar e ser respeitada por isso! Sensei me faz sentir viva, e você só quer me controlar!

A discussão cresceu em intensidade, e cada palavra trocada se tornava um golpe emocional. Daniel sentia o coração apertar enquanto via a filha se afastar dele, a bravura dela misturada com um desespero que ele não conseguia alcançar.

— Você está se deixando levar, Vick. Eu só quero que você seja segura. Eu sou seu pai, e me preocupo com você!

— E isso não é o suficiente! — Victoria respondeu, com a voz embargada de raiva e mágoa. — Você só se preocupa quando é conveniente para você! Sempre foi assim!

Com isso, ela se virou, as lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto saía da sala. O coração doía, e a frustração a acompanhava como uma sombra. As palavras de Daniel a atormentavam, mas a verdade é que ela estava cansada de ser controlada. Quando saiu pela porta, sentiu uma necessidade urgente de escapar de tudo.

A noite estava escura e fria, mas a determinação a levou até o dojo. Ao chegar, notou que a luz da sala do sensei estava acesa, um farol de esperança no meio da escuridão. A sala tinha um ar acolhedor e familiar, e ela sentia que precisava daquele espaço, de alguma forma de conforto.

Silver estava organizando algumas coisas quando ela entrou. Ele ergueu os olhos, percebendo imediatamente a expressão abatida de Victoria.

— O que aconteceu? — ele perguntou, seu tom de voz se tornando gentil. — Você parece perturbada.

— É meu pai — Victoria respondeu, a voz trêmula. — Ele não entende. Ninguém entende. Apenas queria que ele me apoiasse...

Silver se aproximou, seu olhar cheio de compreensão.

— Às vezes, as pessoas próximas a nós não conseguem ver além de suas próprias preocupações. Elas se preocupam, mas isso pode se transformar em controle. Você precisa se lembrar que sua vida é sua, Victoria.

As palavras dele eram um bálsamo para sua alma ferida. Ela se aproximou dele, buscando o consolo que tanto precisava.

— Eu só queria que ele pudesse ver como eu estou mudando, como estou me sentindo mais forte...

— Eu vejo isso em você — Silver disse, seus olhos fixos nos dela. — Você está se tornando alguém que não precisa da validação dos outros. Mas saiba que isso também pode assustá-los. As pessoas têm medo do que não entendem.

— Sim, eu sei que eles não entendem — Victoria disse, a frustração começando a transparecer em sua voz. — Parece que estou lutando para mostrar quem realmente sou. E talvez eu esteja começando a me sentir mais forte do que nunca. Eu quero ser mais do que eles pensam que sou.

— Exatamente — disse Silver, com um sorriso intrigante. Ele se inclinou ainda mais perto, seus olhos fixos nos dela. — Você quer esquecer tudo por um momento?

Victoria sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— Como assim?

— Vamos para minha casa. Podemos relaxar, conversar, e esquecer do mundo por um tempo. O que você acha? — A maneira como ele a olhava a fazia se sentir desejada, a excitação percorrendo o seu corpo.

O desejo a consumia, e mesmo com uma pequena voz em sua mente a alertando sobre a diferença de idades e as implicações, ela não queria pensar nisso.

— Sim, eu aceito — respondeu, sentindo um misto de medo e excitação.

— Ótimo — Silver disse, um sorriso no rosto. Ele pegou sua jaqueta e a colocou sobre os ombros da garota que estava apenas com uma blusa fina e a guiou para fora do dojo, a mão dele em suas costas, uma presença protetora que também prometia algo mais. Cada passo que davam juntos em direção ao carro dele era um passo mais longe da dor de sua família e um passo mais próximo do desconhecido que a atraía irresistivelmente.

Victoria estava a ponto de cruzar uma linha que a mudaria para sempre, mas naquele momento, tudo que ela conseguia pensar era em como Silver a fazia sentir. E, naquele instante, nada mais importava.