AMOR PROIBIDO | TERRY SILVER - COBRA KAI |

「CAPÍTULO NOVE」

「Capítulo 9 - Beijo」

No dia seguinte, Victoria mal conseguia se concentrar no treino. A tensão que pairava entre ela e Silver desde a festa estava mais viva do que nunca. Cada toque, cada instrução que ele lhe dava parecia carregado de uma energia que tornava difícil distinguir onde acabava o treino e começava o desejo.

Após uma sessão intensa, ambos ficaram em silêncio na sala vazia. Os outros alunos já haviam saído, mas Victoria e Silver pareciam imersos no próprio mundo. A respiração dela estava ofegante, o corpo ainda quente da prática extenuante, e ela percebia os olhares que ele lançava em sua direção.

Silver deu um passo mais perto, com aquele olhar intenso que a fazia sentir como se ele pudesse enxergar cada detalhe dela, cada dúvida e cada sentimento oculto.

— Você lutou bem hoje, Victoria — ele disse, com a voz baixa e carregada de admiração.

— Obrigada, Sensei! — Ela respondeu, tentando manter a compostura, mas o coração martelava no peito. Havia algo magnético naquela proximidade, algo que a atraía, mesmo que a parte racional de sua mente gritasse que aquilo era perigoso.

Silver ergueu a mão e, suavemente, tocou uma mecha de cabelo que escapava de seu rosto.

— Você realmente não percebe o quanto é... especial, não é? — Ele murmurou, os olhos presos aos dela.

Victoria não conseguiu responder, seu olhar caindo involuntariamente para os lábios dele. O silêncio que se seguiu foi preenchido apenas pela tensão que fervia entre eles. Então, num impulso, ela se aproximou um pouco mais, quase inconscientemente.

Silver pareceu captar o gesto e, com delicadeza, ergueu seu rosto, os polegares acariciando sua pele suavemente.

— Se você não quer isso, me diga agora — ele murmurou, numa última hesitação.

Mas Victoria não recuou. Em vez disso, seus olhos encontraram os dele e, naquele momento, soube que estava disposta a se entregar ao que quer que fosse aquilo que sentia. Como se soubesse a resposta, Silver se inclinou e, com uma suavidade surpreendente, os lábios deles se encontraram.

O beijo começou devagar, exploratório, mas rapidamente se intensificou, ambos envolvidos pela necessidade e pelo desejo contido por tanto tempo. Victoria se sentiu tomada por um turbilhão de emoções. Medo, desejo, excitação e uma sensação de liberdade que há muito não experimentava. Era como se aquele beijo fosse a quebra de todas as barreiras.

O mundo ao redor deles desapareceu, e o que existia era apenas o toque, o calor, e o desejo crescente que ameaçava consumi-los. Silver a segurava com firmeza, como se não quisesse deixá-la ir, e Victoria respondia com a mesma intensidade, surpreendendo até a si mesma.

Mal sabiam que, do lado de fora, Robby tinha esquecido algo no dojo e voltara para buscar. Ele parou ao perceber a cena entre eles, o choque estampado em seu rosto. Sem fazer barulho, ele deu meia volta e saiu discretamente, ainda tentando processar o que havia visto. Ao sair, ele foi direto procurar Tory, a única pessoa em quem confiava o suficiente para compartilhar o segredo que acabara de descobrir.

Mais tarde, ao encontrar Tory, ele contou o que viu, a expressão de preocupação evidente em seu rosto.

— Eu vi... eu vi o Sensei e a Victoria juntos, Tory. Eles estavam... se beijando — ele disse, ainda sem acreditar.

Tory olhou para ele, claramente perturbada, mas sem surpresa.

— Eu já tinha sentido que havia algo estranho entre eles — admitiu, cruzando os braços e olhando para o chão. — Mas estava rezando para que fosse coisa da minha cabeça. Esse tipo de coisa pode terminar muito mal para ela.

Robby assentiu, concordando em silêncio, ambos cientes de que, a partir daquele momento, estavam em território perigoso. A preocupação com Victoria crescia, mas nenhum dos dois sabia ao certo o que fazer, e apenas esperavam que ela soubesse no que estava se metendo.