「CAPÍTULO DEZ」

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「Capítulo 10 - Preocupação」

A tarde estava tranquila quando Tory enviou uma mensagem a Victoria, a convidando para um lanche com ela e Robby. Ela sentiu que esse encontro seria a melhor maneira de sondar discretamente o que estava acontecendo com a amiga. Desde a festa, Tory vinha notando algo estranho em Victoria, uma mudança sutil em seu comportamento, uma distração no olhar, como se estivesse guardando um segredo.

Assim que chegaram à cafeteria, escolheram uma mesa afastada, longe da agitação, onde poderiam conversar sem serem ouvidos. Robby já havia pedido algumas bebidas enquanto esperavam, e assim que Victoria se acomodou, Tory sorriu, tentando criar um clima leve.

— Então, como você está? — perguntou Tory, casualmente. — Você parece... sei lá, mais distraída ultimamente. Como se algo estivesse ocupando sua mente.

Victoria deu uma risada rápida, pegando a bebida para disfarçar o desconforto.

— Ah, nada demais. Acho que é só o treino pesado. O Sensei realmente não facilita — respondeu, olhando para o cardápio para evitar os olhares inquisitivos.

Robby ergueu uma sobrancelha, jogando o peso para frente, apoiando os braços na mesa com um ar casual.

— Treino pesado, né? Engraçado, porque eu estava achando que era outra coisa... como um namorado, talvez?

Victoria engasgou levemente com o gole de bebida, surpresa pela pergunta direta. Ela rapidamente se recompôs, forçando uma expressão casual.

— Namorado? Não... não tem ninguém. — Ela riu, tentando soar convincente, mas seu coração batia forte, e ela sabia que qualquer sinal de nervosismo poderia entregar seu segredo.

Tory percebeu o leve constrangimento, mas não desistiu.

— Sério? Porque, olha, a gente percebe quando alguém está... diferente, e você está com um brilho nos olhos. Se você precisar de alguém pra conversar, pode contar comigo.

Victoria desviou o olhar, observando o movimento na cafeteria, o olhar distante. Tory e Robby estavam certos! Algo havia mudado nela! Mas como poderia explicar a eles? Havia dias em que ela mesma não conseguia entender a atração que sentia pelo seu Sensei. A diferença de idade, a posição dele como seu sensei, a rivalidade de Silver com seu pai. Tudo aquilo parecia tornar a situação ainda mais complicada e perigosa. Ela sabia que contar a verdade poderia fazer com que perdesse o apoio deles, ou até pior, poderia acabar expondo algo que ainda era tão delicado.

Tentando escapar das perguntas, Victoria forçou um sorriso.

— Acho que vocês estão vendo coisas. É só... a mudança, sabem? A escola nova, o dojo, tudo isso. Às vezes fico pensando muito nas coisas, mas não é nada demais. — Ela sentiu o peso da mentira, mas se obrigou a manter a compostura.

Robby olhou para Tory, como se tentassem trocar impressões silenciosas sobre a resposta de Victoria. Tory suspirou e se recostou na cadeira, claramente frustrada com a falta de abertura da amiga.

— Tudo bem, eu entendo — disse Tory, depois de um silêncio breve. — Eu só quero que você saiba que, se houver algo acontecendo, ou se você tiver qualquer problema... pode confiar em mim. Não precisa passar por isso sozinha.

Victoria sentiu uma onda de gratidão, mas também de culpa. Ela sabia que Tory estava realmente preocupada e, de certa forma, odiava ter que manter aquele segredo. Mas o que ela sentia por Silver era algo que ainda nem ela compreendia completamente, muito menos sabia como expressar. Além disso, parte dela sabia que os outros provavelmente não aceitariam ou entenderiam aquela relação, especialmente por ser tão inesperada e... proibida.

— Obrigada, Tory. De verdade, significa muito saber que posso contar com vocês — disse ela, sincera. — Se precisar, eu prometo que vou falar.

Robby, que até então estava em silêncio, finalmente se pronunciou.

— A gente só quer seu bem, Victoria — disse, sério. — Seja lá o que você estiver passando, não esqueça que não está sozinha.

A conversa terminou com eles mudando de assunto para tópicos mais leves, como o próximo treino e as competições que estavam por vir, mas a tensão ainda pairava no ar. Tory e Robby tentavam ignorar a sensação de que algo mais estava acontecendo, mas ambos saíram da cafeteria ainda preocupados, sentindo que precisavam continuar de olho em Victoria.

Victoria, por sua vez, saiu aliviada por ter conseguido evitar perguntas mais diretas, mas o peso do segredo se tornava cada vez mais difícil de carregar.

AMOR PROIBIDO | TERRY SILVER - COBRA KAI |Onde histórias criam vida. Descubra agora