AMOR PROIBIDO | TERRY SILVER - COBRA KAI |

「CAPÍTULO ONZE」

「Capítulo 11 - Crise de conflitos」

A tarde estava fria e cinzenta, e Victoria caminhava sozinha pela praia, sentindo a areia fria sob os pés e o vento gelado no rosto. Tudo dentro dela parecia um turbilhão incontrolável, uma tempestade de sentimentos conflitantes.

Desde o beijo com Silver, ela vinha se sentindo inquieta e confusa. Havia momentos em que o desejo e a atração eram irresistíveis, mas, logo em seguida, a culpa a invadia, a fazendo questionar cada passo que dava ao lado dele.

Ela sabia que aquela relação era complicada e errada. A diferença de idade, o fato de Silver ser seu sensei e as expectativas que todos ao redor tinham dela. Tudo parecia conspirar para lembrá-la de que aquilo era uma má ideia. E, ainda assim, não conseguia negar o quanto se sentia viva e especial ao lado dele. Silver sabia exatamente como falar com ela, como fazê-la se sentir vista de um jeito que nunca experimentara antes.

Mais tarde, no dojo, Victoria apareceu para o treino, e lá estava ele, com seu olhar firme e penetrante. Silver parecia perceber o dilema interno dela antes mesmo que dissesse uma palavra. Aproximando-se, ele colocou a mão em seu ombro, o toque firme e um tanto possessivo. 

— Hoje parece que você está mais pensativa — comentou, a voz baixa e intrigante.

Victoria suspirou, sentindo um nó na garganta. Não sabia se deveria compartilhar seus pensamentos ou guardar tudo para si. Mas Silver parecia ler seu silêncio como um convite para se aproximar ainda mais.

— Escute — ele disse, suavemente, mas com um tom de manipulação cuidadosamente oculto que Victoria não percebeu. — Você precisa parar de se preocupar tanto com o que os outros pensam. Você é... especial, Victoria. Tem um potencial que poucas pessoas têm. Só precisa confiar mais em si mesma.

Ela sentiu um arrepio percorrer o corpo. Havia uma verdade crua nas palavras dele, e Silver sabia como fazer aquelas palavras penetrarem em seus pontos mais vulneráveis. Cada frase parecia calibrada para a fazer duvidar de suas próprias preocupações, e, em vez disso, se render à atração e ao fascínio que ele exercia.

— Eu sei que você está em conflito — continuou ele, com um leve sorriso, quase desafiador. — Mas você está pronta para abrir mão de quem é só por medo? Quem se importa com a diferença de idade, ou com o que os outros acham? Deixe que isso seja a força que a impulsiona, não a fraqueza que a prende.

Victoria o olhava, tentando encontrar uma resposta, mas se sentia enredada pela confiança que Silver emanava. Ele era um mistério e um perigo que a atraía cada vez mais, e, ao mesmo tempo, era a única pessoa que parecia realmente enxergar suas inseguranças e saber exatamente onde mexer para fazê-la questionar a si mesma.

— Talvez você esteja certo — murmurou ela, tentando buscar clareza em meio ao turbilhão de emoções. — Mas... eu não sei se isso é certo.

Ele deu um passo mais perto, sua mão deslizando levemente até seu braço, o contato fazendo seu corpo reagir imediatamente. 

— Certas coisas não são sobre certo ou errado. São sobre o que você realmente quer. E eu acho que você já sabe a resposta para isso.

Aquela última frase ecoou na mente de Victoria, a mistura de fascínio e dúvida crescendo ainda mais. Ela se sentia atraída, encantada, mas uma parte dela ainda gritava que aquilo era perigoso. Sentia-se dividida entre o desejo intenso e a necessidade de proteção. Ela sabia que Silver jogava com suas inseguranças e, de alguma forma, usava aquilo a favor dele, mas não conseguia se afastar.

Com um leve sorriso, Silver a olhou nos olhos, percebendo que a tinha onde queria. 

— Então, vai continuar me evitando, ou está pronta para se entregar ao que sente?

Victoria não respondeu, apenas o encarou com um sorriso nos lábios.

Enquanto Victoria e Silver conversavam no canto do dojo, Tory e Robby, que estavam ajustando seus equipamentos para o treino, observaram a interação de longe. Tory sentiu o estômago revirar ao ver como ele se aproximava, a mão repousando no ombro dela de forma quase possessiva. Era um gesto que parecia casual à primeira vista, mas havia algo de íntimo, até provocador, na forma como ele a olhava.

Robby, ao lado de Tory, também não deixou de perceber o tom entre os dois. Ele trocou um olhar preocupado com Tory, tentando entender se ela também enxergava o que ele estava vendo. A tensão entre Victoria e Silver era evidente, e Robby começou a sentir uma leve inquietação. Ele sabia que o Sensei era experiente, envolvente e, acima de tudo, manipulador, e não gostava nem um pouco da ideia de Victoria se deixando levar por ele.

— Você está vendo isso, Tory? — sussurrou Robby, franzindo a testa. 

Tory assentiu levemente, ainda sem tirar os olhos de Victoria e Terry. 

— Não gosto nada disso, Robby — murmurou, o tom preocupado. — Terry é... bem, ele sabe como jogar com as pessoas. E a Victoria parece estar caindo direitinho.

Eles continuaram observando enquanto Silver se inclinava um pouco mais perto, a voz baixa, quase como um sussurro que apenas Victoria podia ouvir. Ela parecia estar lutando consigo mesma, hesitante, mas ao mesmo tempo incapaz de se afastar. O olhar dela para Silver era um misto de fascínio e incerteza, e era óbvio para Tory e Robby que havia uma tensão sexual entre eles.

— Ele tem idade para ser avô dela…— disse Robby, ainda sussurrando, a expressão dura. — Ela não devia confiar nele desse jeito.

Tory concordou, mordendo o lábio com uma expressão de frustração. 

— Mas não podemos simplesmente dizer isso a ela. Victoria tem esse lado independente... e se forçar, ela só vai se afastar de nós. Talvez a gente precise encontrar outra forma de fazer ela enxergar quem Terry realmente é.

Olhando de longe, Tory e Robby continuaram observando a interação, ambos cada vez mais preocupados com o que aquilo significava. Eles sabiam que precisavam intervir, mas a questão era como.