Capítulo XIV

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Chegou o grande dia em que ficaríamos a saber os passos seguintes.

Fomos recebidos pelo doutor e estava particularmente bem disposto.

- Pai.  Você será o dador.  Agora precisamos de internar a criança pois precisa de vários exames e alguma preparação.

- E eu doutor.  Quando podemos começar?

- Também tem exames a fazer, mas a colheita só é feita no dia do transplante.
A minha assistente vai  levá-los para o quarto onde a criança vai ficar e onde também podem ficar.

- Doutor, podemos ficar sempre com ele?

- De dia podem ficar os dois, mas de noite só fica um porque apenas temos uma cama pequena.

- Eu ajeito-me de qualquer maneira. - disse Rodolffo.

- O senhor é o que deve estar mais descansado.  Revesem-se e descansem também.

Rodolffo e Juliette seguiram a enfermeira até um dos quartos.  Havia ali duas camas, uma pequena de criança e outra de solteiro.

Não demorou muito para virem buscar Henrique pode para fazer exames. 

- Vocês também podem vir e ficar junto dele.

E foi assim durante o dia todo.  Várias vezes vieram buscar Henrique.

Quando veio a noite Juliette disse que ficaria e que Rodolffo fosse descansar em casa.

- Eu não vou conseguir dormir sabendo-os aqui sózinhos.

- Tens que fazer um esforço.   Preferes ficar e que eu vá?  Achas que te vais sentir melhor?

- Não.   Vou sentir-me mal na mesma.

- Na gaveta da minha mesinha tem comprimidos para dormir.   Toma um, assim vais descansar melhor.

- Vou perguntar à enfermeira se posso.  Não quero estragar tudo.  Ju, ligas-me se precisares de mim?

- Vai descansado.   Se precisar eu ligo.

Rodolffo deu um beijo no filho e outro na face de Juliette.
Já em casa tomou um banho, comeu uma fruta, tomou o comprimido e foi dormir.  Não demorou muito para cair num sono profundo.

Enquanto isso Juliette estava velando o sono do filho.  Quem o visse não diria que estava tão doente.  Henrique era resistente, um guerreiro.  Choramingava quando era picado mas calava-se, logo que ia para o colo da mãe ou do pai.

A enfermeira veio trazer um chá e uns biscoitos para Juliette.

- Beba pelo menos o chá que a ajuda a ficar mais  calma.  E durma porque o Henrique está medicado para dormir a noite toda.  Os exames são cansativos e queremos que ele descanse muito.

Juliette assim fez e deitou-se.  Não foi fácil, mas após algumas horas foi vencida pelo cansaço e adormeceu.

Rodolffo acordou cedo.  Tomou café da manhã e preparou outro para Juliette.  A distância até ao hospital era curta e não havia perigo de esfriar.

Juliette havia-lhe pedido para lhe levar alguns roupa.  Rodolffo procurou no closet, escolheu umas calças e uma camisola, Roupa íntima e um pijama.  Meteu tudo numa sacola e foi para o hospital.

Ela já estava acordada, mas Henrique continuava a dormir.

- Como foi a noite?

- Ele dormiu sem acordar e continua.  E tu?

- Dormi  bem.  Tomei o comprimido.   Trouxe café para ti.  Ontem quase não comeste.  Conseguiste descansar?

- Sim.  Estou bem.  Preciso é de um banho.

- Trouxe a tua roupa.

Henrique acordou, mas logo de seguida veio a enfermeira buscá-lo.  Eram necessários mais exames.

Rodolffo acompanhou-o enquanto Juliette ficou a tomar banho e a tomar café.

Contigo até arriscavaOnde histórias criam vida. Descubra agora