Capítulo XVI

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Quando puderam visitar Henrique, estavam ambos apreensivos.  O médico tinha-os avisado que ainda ia demorar semanas para saber se tudo tinha dado certo e sobre o risco de infecções.

Olhar para o filho, ali deitado e todo entubado causava uma dor inexplicável.

Apenas seguravam na mão dele e sussurravam o quanto o amavam.

Não puderam ficar muito tempo e porque só no dia seguinte o poderiam ver de novo, regressaram a casa.

Rodolffo ainda um pouco debilitado foi tomar um banho e Juliette foi para a cozinha preparar algo para os dois comerem.

- Precisas de ajuda? - perguntou ele ao regressar banhado e cheiroso.

- Não.   Também vou tomar banho e já venho para jantarmos.

Rodolffo colocou a mesa e esperou por ela que veio com um pijama vestido.

Jantaram quase em silêncio.  Nenhum deles tinha muito apetite.

Juliette lavou os pratos que ele secou depois e logo foram dormir.

- Descansa bem Ju.  Não tens descansado estes dias todos.

- Tu também não.   Rodolffo,  posso pedir um favor?

- Os que quiseres.  O que é?

- Não quero dormir sózinha.   Dormes comigo?

O coração dele explodiu de alegria, mas ele tentou não demonstrar.   Aproximou-se dela e abraçou-a.

- Durmo.  Não imaginas o que isso me faz bem.

- Tenho receio de estar ali no meu quarto e saber que o Henrique não está ali ao lado na cama dele.  Será que ele sente a minha falta?  Nunca me separei dele.

- Deve sentir, mas ele está medicado e vai dormir sossegado, tal como a mamãe dele.  Vem.

Juliette puxou as mantas e deitou-se.  Rodolffo deitou-se também puxando-a para o peito.

- Ju, quer dizer que já me perdoaste?

- Quer dizer que precisamos um do outro para superar esta dor.  No futuro não sei o que vai acontecer, mas agora eu preciso muito de ti.

- Eu sou um outro homem e vou provar-to todos os dias. A doença do Henrique mudou tudo para mim.  Eu largo tudo e faço o que for preciso para vê-lo bem.  Se for necessário dou até a minha vida.

Juliette apertou-o.  Não vai ser necessário.   Tenho fé que logo teremos o nosso menino aqui de novo e recuperado.

Rodolffo olhou-a profundamente nos olhos e não resistiu a bejá-la.

Juliette entregou-se totalmente ao momento.  Separaram-se para respirar e ele ficou a acariciar-lhe os cabelos.

- Boa noite. - disse ela.

- Dorme bem, meu amor.

Ela não demorou muito e adormeceu, mas Rodolffo estava  ansioso demais.  Aquele  beijo significava um recomeço.  Um recomeço que ele julgava estar tão longe.  Na sua cabeça rolavam planos e mais planos.

Finalmente começou a pestanejar e deixou-se adormecer sem que ela saísse dos seus braços.

Contigo até arriscavaOnde histórias criam vida. Descubra agora