Capítulo XII

42 10 5
                                    

Juliette e Rodolffo estavam em frente ao médico de Henrique.

- Pois é pais.  Está confirmado o diagnóstico.  É realmente leucemia.

- E o tratamento?  Quando vai começar.

- Olhem!  Podemos iniciar a quimioterapia ou aguardar os testes de compatibilidade.  Creio que no final de semana conseguiremos saber se das pessoas que se apresentaram alguém pode ser dador.

- E eu doutor? - perguntou Rodolffo.

- É muito provável que seja compatível,  mas temos que aguardar também.
Podemos iniciar a quimioterapia, mas é um tratamento tão agressivo que eu esperava até à próxima semana.

Juliette olhava para Rodolffo como que a pedir conselho.

- Não sei Ju.  Eu só não quero que ele sofra.

- Doutor, nós vamos aguardar até à próxima semana.

- Doutor e como é feita a doação da medula.

- Através de punções é-lhe retirada uma quantidade de medula cujas células são depois implantadas no doente.

- É é eficaz?  Quer dizer é solução?  Se eu for compatível doar para o Henrique ele fica curado?

- Nada neste mundo é 100% garantido, mas a taxa de sucesso é muito grande.

- Então,  eu acho que é essa a melhor opção, não achas Ju?

- Vou dar-vos uns folhetos para lerem e também podem pesquisar.  Na próxima semana falamos.

Voltaram para casa.  Juliette deu de comer a Henrique e colocou-o para dormir.  Depois foi preparar o almoço.

- Ju, eu vou sair para procurar um lugar para ficar este mês que eu vou ficar na cidade.  É melhor do que ir e voltar todos os dias.

- Tenho mais um quarto, podes ficar aí.  Não tem lá muita coisa, mas tem uma cama confortável e um banheiro. Vem que eu mostro-te.

- Obrigado.

O quarto ficava de frente com o dela.

- Não é tão grande como o teu, mas é o que há.

- Está óptimo, Ju.  Vou ao carro buscar a minha mala.

Ela voltou para a cozinha e ele regressou com a mala.  Arrumou todas as suas roupas no armário e os itens de higiene no banheiro.  Abriu uma porta e havia algumas toalhas, shampoo, sabonete, escova e pasta de dentes e até um hidratante corporal.

- A sempre Juliette prevenida -  pensou.  Lá em casa ela tinha esse costume.

Voltou ao quarto, olhou pela janela.  Lá fora as pessoas iam e vinham das suas andanças.  Ficou com o olhar perdido no espaço exterior.

Juliette veio ver se ele precisava de alguma coisa e ficou parada à porta olhando-o sem que ele a tivesse notado.

Achou-o um pouco mais magro e envelhecido, mas não podia negar que continuava a ser um belo homem.

- Precisas de alguma coisa, Rodolffo?

Ele assustou-se.

- Desculpa, não queria assustar-te.

- Não faz mal.  Estava longe.  O que disseste?

- Se precisas algo.

- Não  Ju.  Está tudo bem. Vamos que eu ajudo-te com o jantar.

Contigo até arriscavaOnde histórias criam vida. Descubra agora