Juliette e Rodolffo estavam em frente ao médico de Henrique.
- Pois é pais. Está confirmado o diagnóstico. É realmente leucemia.
- E o tratamento? Quando vai começar.
- Olhem! Podemos iniciar a quimioterapia ou aguardar os testes de compatibilidade. Creio que no final de semana conseguiremos saber se das pessoas que se apresentaram alguém pode ser dador.
- E eu doutor? - perguntou Rodolffo.
- É muito provável que seja compatível, mas temos que aguardar também.
Podemos iniciar a quimioterapia, mas é um tratamento tão agressivo que eu esperava até à próxima semana.Juliette olhava para Rodolffo como que a pedir conselho.
- Não sei Ju. Eu só não quero que ele sofra.
- Doutor, nós vamos aguardar até à próxima semana.
- Doutor e como é feita a doação da medula.
- Através de punções é-lhe retirada uma quantidade de medula cujas células são depois implantadas no doente.
- É é eficaz? Quer dizer é solução? Se eu for compatível doar para o Henrique ele fica curado?
- Nada neste mundo é 100% garantido, mas a taxa de sucesso é muito grande.
- Então, eu acho que é essa a melhor opção, não achas Ju?
- Vou dar-vos uns folhetos para lerem e também podem pesquisar. Na próxima semana falamos.
Voltaram para casa. Juliette deu de comer a Henrique e colocou-o para dormir. Depois foi preparar o almoço.
- Ju, eu vou sair para procurar um lugar para ficar este mês que eu vou ficar na cidade. É melhor do que ir e voltar todos os dias.
- Tenho mais um quarto, podes ficar aí. Não tem lá muita coisa, mas tem uma cama confortável e um banheiro. Vem que eu mostro-te.
- Obrigado.
O quarto ficava de frente com o dela.
- Não é tão grande como o teu, mas é o que há.
- Está óptimo, Ju. Vou ao carro buscar a minha mala.
Ela voltou para a cozinha e ele regressou com a mala. Arrumou todas as suas roupas no armário e os itens de higiene no banheiro. Abriu uma porta e havia algumas toalhas, shampoo, sabonete, escova e pasta de dentes e até um hidratante corporal.
- A sempre Juliette prevenida - pensou. Lá em casa ela tinha esse costume.
Voltou ao quarto, olhou pela janela. Lá fora as pessoas iam e vinham das suas andanças. Ficou com o olhar perdido no espaço exterior.
Juliette veio ver se ele precisava de alguma coisa e ficou parada à porta olhando-o sem que ele a tivesse notado.
Achou-o um pouco mais magro e envelhecido, mas não podia negar que continuava a ser um belo homem.
- Precisas de alguma coisa, Rodolffo?
Ele assustou-se.
- Desculpa, não queria assustar-te.
- Não faz mal. Estava longe. O que disseste?
- Se precisas algo.
- Não Ju. Está tudo bem. Vamos que eu ajudo-te com o jantar.