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ғᴀʟᴄᴀ̃ᴏ 🦅
17:05Pm.
Chego na Rocinha já com o acesso liberado, eu, Dinho e B8 estamos subindo de moto até aonde o Reis está.

Ele se envolveu numa briga no baile que rolou aqui na Rocinha ontem, sub do Morro do Jacaré, agora o mano tá caçando ele, e eu como o chefe dele tive que buscar.

Entramos na casa humilde e simples que o Reis tá envolvido, já me reparando com a moto dele estacionada na varanda.

Ele tá na sala sentado enquanto uma mulher está fazendo um curativo no rosto dele.

Pelo que fiquei sabendo, o carinha deu um socão no rosto dele, que resultou nos dois olhos roxos.

— Até que enfim vocês chegaram para me tirar daqui logo. - Ele diz enquanto nota nós parando na frente dele com a expressão séria no rosto.

— O que você tava na cabeça para arrumar encrenca num morro que não é seu, caralho? - Pergunto quase indo para cima dele, mas o Dinho me segura.

— Nós resolve com ele no Borel, aqui não. - Dinho fala me acalmando.

— Qual foi, Falcão? O mano tava querendo esse moreno aqui, só que eu não quis, aí ele partiu para cima de mim. - Ele diz indignado.

Sinceramente, não sei se acredito não.

A mulher que fazia os curativos dele se levanta, e direciona seu olhar à nós três, mas prende seu olhar em mim, e dá uma mordida nos lábios.

Isso era para ser sexy? Porquê se foi, não deu certo não.

— Você é o famoso Falcão, dono do Borel? - Ela pergunta se aproximando.

Já entendi as intenções dela, mas não tô afim.

— Sou eu mermo', porquê? - Pergunto seco.

— Ah, sempre quis te conhecer pessoalmente.

— Já conheceu, pronto. Vamos logo Reis, antes que eu me estresse mais por tua causa. - Falo direcionando meu olhar nele.

Reis levanta os braços em rendição e levanta do sofá passando por nós indo para fora.

Eu já ia indo com eles quando sinto minha mão sendo puxada.

Ih, tá querendo problema essa mulher.

— Meu nome é Alícia, não quer meu número não, lindo? - Ela pergunta ainda segurando minha mão.

Eu não gosto de toque físico de pessoas que eu não tenho intimidade, mas parece que essa mina não se ligou.

Tiro sua mão de cima da minha e me afasto suspirando fundo para tirar "paciência" não sei da onde para tentar não ser tão grosseiro com ela.

— Não, eu não quero seu número, só quero ir pro meu morro logo e dormir agarradinho com o meu neguinho, se ligou? - Falo olhando em seus olhos.

Sua expressão de interessada logo muda por uma surpresa.

— Você disse "neguinho" mesmo? - Ela diz quase que impressionada.

— Sim, neguinho, você não entendeu errado, se era só isso, tô liberado. - Falo saindo dali de dentro sem dar chances dela falar mais alguma coisa.

Eu não tô afim de transar com mulher nenhuma, mas parece que quanto mais eu nego, mais mulher perturbada das ideias vêm me encher a paciência, aí tu me fode né.

Eles já tão montados nas motos deles, então eu monto na minha também e damos partida para o Borel.

— Achei que ia falar com o frente da Rocinha.

𝐌𝐎𝐑𝐑𝐎 𝐃𝐎 𝐁𝐎𝐑𝐄𝐋 (𝐌𝐃𝐁𝟏) Onde histórias criam vida. Descubra agora