Rebeca Andrade

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S/n Montibeller - Rio de Janeiro

Era um daqueles dias perfeitos no Rio de Janeiro. O sol brilhava, a brisa do mar era suave, e o som das ondas era uma trilha sonora relaxante para a minha folga. Estávamos ali, eu, Flávia Saraiva, Lorraine, Jade, e minha namorada Rebeca, aproveitando a praia como se o mundo lá fora não existisse. Cada uma era um pedaço essencial desse meu pequeno universo.

Deitamos na areia por um bom tempo, rindo de histórias bobas e tirando fotos que, com certeza, estou parando nossas histórias. As meninas decidiram entrar na água, chamando Rebeca para ir junto, mas ela hesitou.

-Vai lá com elas, amor. Vou ficar mais um pouco aqui, tomando sol- eu disse, enquanto ajeitava os óculos escuros no rosto.

Ela abaixou, me deu um selinho, e correu atrás delas. Fiquei observando as quatro brincando no mar, rindo como crianças. Era uma cena tão leve que eu poderia congelar aquele momento. Mas, de repente, meu olhar caiu no celular da Rebeca, que estava tocando ao lado da canga. Uma tela piscou. Era uma notificação do Instagram, uma mensagem direta.

Eu não queria ser aquela pessoa, ciumenta ou paranóica, mas algo no nome que surgiu na notificação fez meu estômago revirar: Carol Gattaz . Fiquei curioso. Carol era uma lenda, todos sabiam disso, mas o que ela queria com a Rebeca? Hesitei por um segundo antes de pegar o celular. A tela ainda estava desbloqueada, a conversa aberta.

Li a primeira mensagem:
"Oi, Rebeca! Tudo bem? Espero que sim. Queria te convidar para o jogo contra o Sesc. Seria ótimo te ver por lá."

Até aí, tudo normal, certo? Uma lenda como a Gattaz sempre foi gentil e calorosa. Mas então, continuei lendo:
"Ah, e quem sabe a gente não consegue um tempinho pra conversar depois? Tem algo em você que é impossível ignorar. Seria incrível você conhecer melhor."

Meu coração deu um salto, mas não do tipo bom. "Conhecer melhor"? Não sou burra. Sei muito bem o que isso significa. Era como se cada palavra tivesse uma sugestão implícita, uma intenção que não combinava com o jeito casual que Carol costumava ter.

Respirei fundo, tentando controlar a onda de ciúmes que eu tomei. Rebeca era minha. Sempre foi claro sobre como se sentia em relação a nós, então por que isso estava confundindo tanto comigo? Talvez fosse porque Carol, além de tudo, era Carol Gattaz. Um nome que carrega peso no vôlei e, aparentemente, também não parece que mexe com as pessoas.

Rebeca voltou da água logo depois, rindo e ainda pingando, com um brilho no olhar que me desarmava sempre. Ela se abaixou para pegar uma toalha, mas percebendo a tensão no meu rosto.

-Tá tudo bem, amor?- ela perguntou, franzindo a testa.

-A Gattaz te mandou uma mensagem- soltei, tentando manter minha voz neutra.

Ela arregalou os olhos, surpresa. - Mandou? Sobre o quê?

Dei o celular para ela, apontando para uma conversa aberta. Rebeca leu rapidamente e, quando terminou, bufou, cruzando os braços. 

-Sério isso?-

-Você me diz, Rebeca. O que ela quer dizer com 'impossível ignorar'?

Ela colocou o celular na canga e segurou meu rosto com as mãos, me obrigando a olhar direto nos olhos dela. 

- Amor, calma. Eu nem sabia dessas mensagens. E, sinceramente, não tenho o menor interesse no que ela quer insinuar.

-Mas é Carol Gattaz, Beca. Ela não é só... qualquer pessoa.

-É, ela é incrível. Mas ela não é você

Foi impossível não sorrir, mesmo que por dentro do meu ciúme ainda estivesse ali, cutucando. Rebeca me afastou para um abraço apertado, sussurrando no meu ouvido 

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