As coisas ainda continuam meio confusas para mim. Eu, Hannya Thorn, estudante desistente de diversas áreas e a mais nova funcionaria de um café temático, fui atropelada por um carro enquanto voltava de uma livraria, tudo havia sido tão rápido, mal pude ver o carro com quatro adolescentes completamente embriagados se aproximando enquanto eu atravessava as desertas ruas, quase ainda consigo ouvir o barulho das rodas em atrito com o asfalto e então o barulho de meu próprio corpo se chocando com o veículo, os gritos assustados deles, as quatro portas se abrindo ao mesmo tempo, meus olhos estavam embaçados por conta das lágrimas em meus olhos, porém ainda assim consegui ver as expressões de puro medo e desespero em seus rostos, de canto de olho pude notar a lataria amassada e a enorme quantidade de sangue que cobria o carro, virei meu rosto incapaz de olhar para aquela cena e para os jovens que falavam coisas desconexas uns para os outros, as ultimas cenas que pude ver foi meu sangue escorrendo e se espalhando no chão lentamente, a imagem de meu celular com a tela completamente quebrada e minha bolsa branca jogada a alguns metros de meu corpo, a coisa mais próxima de mim era a novel com a capa já desgastada e agora com respingos de meu sangue " Apenas por Anastazia" . Aquele livro sempre me acompanhava aonde quer que eu fosse, sempre que tinha um tempo livre eu o relia, de forma que era minha novel favorita e o tinha lido diversas vezes. Meus olhos turvos antes por minhas lágrimas agora se misturavam com o meu próprio sangue deixando minha visão escarlate, e em alguns segundos o escarlate mudou para o breu total, onde tudo o que eu conseguia ouvir era a minha fraca respiração e um zumbido distorcido e longínquo, a dor em meu corpo que antes era insuportável, logo deixou de existir, assim como minha vida se esvaiu de meu corpo.
A dor insuportável havia diminuído consideravelmente, mas ainda se fazia ali presente, porém algumas coisas haviam mudado, meu corpo não estava mais sentido o duro chão de asfalto, ao invés disso eu sentia como se estivesse agora deitada nas próprias nuvens do céu, não sentia mais meu corpo coberto com meu próprio sangue e muito menos o gosto do mesmo em minha boca, estava com roupas leves e folgadas ao invés de meu short, minha meia calça e minha camiseta, era quase como estar sem roupa, além de que eu sentia um perfume doce bastante agradável no ar. Estou em um hospital ?. Era normal de se supor que depois de um acidente daqueles, ou eu estaria morta, o que não pode ser possível já que estou consciente, ou estaria em um hospital, porém este lugar parece muito confortável para um hospital.
Franzi minhas sobrancelhas com os olhos ainda fechados.
Este não parece ser um hospital comum, não me diga que...é um daqueles hospitais super caros e particulares?
— Meus senhores, a senhorita está acordando.
Ouço a voz de uma mulher, "meus senhores?'' "Senhorita?", talvez deva ser uma estagiária ou uma enfermeira novata?
—Filha, por favor acorde, seu pai está aqui.
Dessa vez ouço a voz melodramática de um homem. Espera. Ele acabou de dizer "Pai"? "filha"? meu pai me desprezou, abandonou e então morreu quanto eu completei 13 anos. Tentei abrir meus olhos, mas eu não conseguia, franzi minhas sobrancelhas novamente, pelo visto era a única coisa que eu conseguia fazer no momento
— Sacerdote, o que está acontecendo? Por que ela não abre os olhos?
O mesmo homem que antes estava com a voz melodramática agora falava com um pouco de raiva e preocupação em sua voz. "sacerdote"? Que tipo de hospital é esse ?
— Ela sofreu um grande impacto quando caiu do cavalo senhor, mas certamente irá melhorar logo com a ajuda de nosso poder divino
O homem falava de maneira nervosa quase que tropeçando nas próprias palavras.
Que conversa de gente doida é essa? isso é mesmo um hospital? "poder divino"? Esse é um daqueles Hospitais de Ordens Religiosas ? Cada vez eu tinha mais e mais perguntas
Todos ficaram em silencio por um momento.
— Não importa quanto dinheiro o templo precise para salvar minha filha, se for preciso chamar outros sacerdotes apenas o faça, até mesmo chame o Sumo Sacerdote se preciso, darei toda minha fortuna, apenas quero vê-la bem.
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A vilã que ganhou o coração do império
FantasyApós sua morte trágica, Hannya reencarna no corpo de Seraphyna de Lys-Montclair, a vilã de uma novel que estava lendo antes de morrer e a filha do Grão-Duque mais poderoso do Império. Seraphyna, na história original, era obcecada pelo segundo prínci...