Em um mundo onde a moda é sinônimo de inovação e glamour, uma figura se destacava entre todas: Nayeon, a enigmática estilista cujos designs de couro eram cobiçados por celebridades e elites do mundo inteiro. Seus desfiles eram eventos espetaculares...
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O sol mal tinha nascido quando Seo-jin entrou em sua pequena redação improvisada. Era um espaço desordenado, cheio de arquivos, recortes de jornais e um mural coberto de fotos e notas. No centro de tudo, destacava-se o rosto de Nayeon, capturado em um de seus raros momentos de vulnerabilidade durante entrevistas. Aquela mulher fascinava e perturbava o jornalista em igual medida.
Ele recostou-se na cadeira e abriu o caderno onde registrava todas as suas descobertas. Desaparecimentos recentes, coincidências inquietantes, e agora, as roupas. Ele não conseguia esquecer a textura daquelas peças que fotografara no desfile. Algo sobre elas parecia... errado.
Ele puxou o celular do bolso e começou a revisar as fotos que tirou na noite anterior. Ampliava os detalhes das roupas, tentando entender o que fazia aquelas peças parecerem tão diferentes. Havia algo de orgânico nelas que não conseguia explicar.
- Não é couro comum.. - murmurou para si mesmo, enquanto anotava suas impressões.
Uma notificação piscou em sua tela. Era uma mensagem de Eun-ji, uma assistente de produção que trabalhava em eventos de moda. Eles haviam trocado informações antes sobre o desaparecimento de colegas da indústria, e ela parecia ter algo importante.
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👤 Eun-ji
- Seo-jin, tenho algo sobre a Nayeon. Podemos nos encontrar hoje à noite? É sério. Enviado a 2 min.
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Seo-jin respondeu rapidamente, marcando o encontro. Ele sabia que Eun-ji não era do tipo que alarmava à toa. Se ela tinha algo sobre Nayeon, podia ser a peça que faltava para finalmente derrubar o império da estilista.
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Enquanto isso, no Ateliê de Nayeon
Nayeon estava sentada no centro de seu ateliê, envolta em uma neblina de café e incenso. Era sua rotina matinal, um ritual quase meditativo para começar o dia. Mas, naquele momento, a tranquilidade parecia uma ilusão. Ela encarava o manequim diante de si, que vestia um vestido preto parcialmente acabado. Os cortes eram precisos, as linhas, perfeitas. Ainda assim, algo estava errado.
"Concentre-se," sussurrou para si mesma, apertando o punho. Sua mente estava agitada desde o desfile. A presença de Seo-jin não havia passado despercebida, e os olhares prolongados dele para suas criações a fizeram sentir um desconforto que há muito ela não experimentava.
Ela se levantou abruptamente e foi até uma gaveta trancada. Lá dentro, uma série de fichas organizadas com nomes e fotos. Eram suas vítimas, cada uma cuidadosamente selecionada e marcada por sua utilidade. Nayeon deslizou os dedos pelas fichas até parar em uma recém-adicionada: "Seo-jin - Jornalista Investigativo."
Ela já sabia o suficiente sobre ele para perceber que era perigoso. Era alguém que não se deteria diante de qualquer obstáculo. Mas Nayeon tinha um talento especial para lidar com problemas como ele.
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Mais tarde, naquele dia, Seo-jin encontrou Eun-ji em um café discreto. Ela parecia nervosa, mexendo no copo de chá como se quisesse extrair coragem dele.
- Eu pensei muito antes de te chamar - começou ela, olhando ao redor como se esperasse que alguém estivesse ouvindo. - Mas eu não posso ignorar isso. Uma das minhas amigas desapareceu há algumas semanas. Antes disso, ela estava trabalhando com Nayeon.
- Você tem certeza disso? - Seo-jin inclinou-se para frente, seus olhos fixos nos dela.
- Sim. Ji-young estava ajudando nos bastidores. Ela me disse que algo a estava incomodando... Nayeon tinha regras estranhas. Proibia os assistentes de entrar em certas áreas do ateliê e tinha um cofre que ela guardava como se a vida dependesse disso. - Eun-ji pausou, engolindo em seco.
-No dia seguinte ao desfile em que Ji-young trabalhou, ela desapareceu.
Seo-jin sentiu um arrepio percorrer sua espinha. As peças do quebra-cabeça estavam começando a se encaixar, mas ele precisava de mais.
- Você sabe onde fica esse cofre?
- Não exatamente. Mas ela me contou que ficava no andar de baixo, no que parecia ser um porão. Ela ouviu sons estranhos lá uma vez, como metal raspando e algo sendo arrastado. - Eun-ji parou, como se hesitasse em continuar.
- Você tem que ser cuidadoso, Seo-jin. Se for atrás dela, ela pode... acabar com você também.
Seo-jin assentiu, mas sua determinação só crescia. - Obrigado, Eun-ji. Eu vou cuidar disso.
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Nayeon estava no ateliê naquela noite, revisando seus planos. A ficha de Seo-jin agora estava presa em um quadro de cortiça, rodeada de detalhes sobre os horários dele, locais que frequentava e conexões que poderia explorar. Ela precisava agir rápido, antes que ele chegasse perto demais.
Ela olhou para o vestido inacabado no manequim. Ainda havia trabalho a fazer, mas esse seria especial. Não seria apenas uma peça de moda; seria uma mensagem.
- A perfeição exige sacrifícios - murmurou, pela segunda vez naquele dia, enquanto pegava uma agulha e linha e começava a costurar.
