𝔄lex permaneceu parado no centro da loja, seus dedos delicados brincando com a fita de um dos arranjos enquanto tentava organizar os pensamentos. Thomas Shelby não era o tipo de homem que ele esperava atrair para seu pequeno refúgio de flores. Havia algo nele - uma presença intensa e avassaladora - que fazia Alex sentir-se pequeno e, ao mesmo tempo, inexplicavelmente seguro.
Ele suspirou, voltando ao trabalho. Ajustou as flores em uma jarra de vidro enquanto tentava afastar o rosto de Thomas de seus pensamentos. Contudo, quando o sino da porta tocou novamente, seu coração deu um salto inesperado.
- Senhor Shelby? - perguntou Alex, tentando não parecer ansioso.
Mas, em vez de Thomas, era uma senhora idosa que entrou, segurando uma lista de compras e comentando sobre o quão raro era encontrar flores frescas naquela parte da cidade. Alex atendeu a mulher com seu charme habitual, mas não pôde evitar de olhar para a porta de tempos em tempos, esperando que Thomas retornasse.
Horas mais tarde, Alex estava fechando a loja quando ouviu passos familiares na calçada. Ele virou-se e, como havia esperado (ou temido?), lá estava Thomas, encostado casualmente no poste de luz com um cigarro entre os lábios.
- Está esperando por mim, senhor Shelby? - Alex perguntou, trancando a porta e guardando a chave no bolso do avental.
Thomas deu uma tragada no cigarro antes de responder, sua voz calma e controlada.
- Só estava passando. Pensei em garantir que aqueles homens não voltassem.
Alex arqueou uma sobrancelha, descrente.
- Ah, é claro. Só por isso.
Thomas riu suavemente, jogando a ponta do cigarro no chão e apagando-o com o sapato. Ele deu alguns passos em direção a Alex, que agora estava parado na calçada com os braços cruzados.
- Você é corajoso, abrindo uma loja assim aqui - disse Thomas. - Mas coragem nem sempre é suficiente.
- E o que seria suficiente? - Alex retrucou, sua voz mais baixa, quase um desafio.
Thomas olhou para ele por um longo momento, como se estivesse avaliando cada traço de seu rosto, cada nuance de sua postura.
- Ter aliados.
- E o senhor está se oferecendo como um?
Thomas sorriu de lado, mas havia uma seriedade em seus olhos.
- Talvez.
Antes que Alex pudesse responder, um grupo de homens passou por eles, rindo alto e carregando garrafas de cerveja. Um deles lançou um olhar curioso para Alex, mas ao perceber a presença de Thomas, apressou o passo e se afastou.
- Parece que o senhor Shelby já está desempenhando esse papel - disse Alex, observando os homens desaparecerem na esquina.
Thomas deu de ombros.
- Não faço nada de graça, senhor Dupont.
Alex riu suavemente, o som como uma melodia em meio ao caos da noite.
- E o que o senhor deseja em troca?
Thomas inclinou-se ligeiramente, invadindo o espaço pessoal de Alex, mas sem tocá-lo. Sua voz era baixa, quase um sussurro.
- Ainda estou decidindo.
Alex sentiu o rosto esquentar, mas manteve o olhar firme, algo que parecia agradar a Thomas.
- Talvez eu possa preparar um buquê especial para você - disse Alex, tentando aliviar a tensão com humor.
- Não sou o tipo de homem que recebe flores, Dupont.
- Não? - Alex sorriu, dando um passo para trás. - Acho que todos precisam de um pouco de beleza na vida, senhor Shelby. Mesmo o senhor.
Thomas não respondeu imediatamente. Ele apenas deu um último olhar para Alex antes de colocar o chapéu na cabeça e se afastar pela rua escura.
- Até logo, Dupont.
Alex o observou desaparecer na penumbra, seu coração batendo descompassado. Ele sabia que Thomas Shelby era perigoso, mas havia algo inegavelmente magnético nele. E, no fundo, Alex não pôde deixar de se perguntar o que realmente significava aquele "até logo".
Nos dias seguintes, Alex começou a notar a presença de homens que ele nunca tinha visto antes rondando sua loja. Alguns ficavam apenas do lado de fora, fumando e observando o movimento, enquanto outros entravam discretamente, comprando flores e saindo sem dizer muito. Ele sabia que isso não era coincidência. Thomas estava marcando território, protegendo a loja sem sequer precisar dizer isso em voz alta.
Certa tarde, enquanto Alex estava concentrado em criar um arranjo para um cliente, ouviu o sino da porta tocar novamente. Ele ergueu os olhos, esperando encontrar mais um dos capangas de Thomas, mas, para sua surpresa, era o próprio.
- Senhor Shelby - disse Alex, contendo um sorriso involuntário. - Não esperava vê-lo tão cedo.
Thomas deu um pequeno sorriso antes de pegar uma rosa de um dos baldes. Ele girou a flor entre os dedos, como se estivesse avaliando-a.
- Talvez eu tenha reconsiderado sobre as flores.
Alex ergueu uma sobrancelha, intrigado.
- Oh? E o que o fez mudar de ideia?
Thomas colocou a rosa sobre o balcão, inclinando-se levemente.
- Descobri que algumas coisas bonitas valem a pena ser mantidas por perto.
Alex sentiu o rosto esquentar novamente, mas antes que pudesse responder, Thomas se afastou, colocando o chapéu.
- Envie um arranjo para minha casa amanhã. Quero algo especial.
- Para quem? - Alex perguntou, sua voz um pouco hesitante.
Thomas olhou por cima do ombro, seu sorriso enigmático.
- Surpreenda-me.
E, com isso, ele saiu novamente, deixando Alex perdido em pensamentos e com uma estranha sensação de que sua vida estava prestes a mudar para sempre.
────୨ৎ────
ᶦⁿˢᵗᵃᵍʳᵃᵐ: @me_d0minick
ᵗᶦᵏᵗᵒᵏ: @me_d0minick

VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Flores E Balas - THOMAS SHELBY × OC MASC
Fanfiction𝔈m uma Birmingham marcada pela violência, 𝓐𝓵𝓮𝔁 𝓓𝓾𝓹𝓸𝓷𝓽 é um florista com um coração delicado, oferecendo refúgio e beleza em sua loja no centro da cidade. Quando 𝓣𝓱𝓸𝓶𝓪𝓼 𝓢𝓱𝓮𝓵𝓫𝔂, um homem imerso em um mundo sombrio e violento, c...