0.6ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ 🚬×💐

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𝔒s dias que se seguiram passaram de maneira estranhamente calma, embora Alex sentisse o peso constante de um par de olhos invisíveis sobre ele. Ele sabia que Thomas mantinha sua vigilância, mesmo que de forma discreta, mas se recusava a mencionar isso.

Naquela tarde, Alex estava na loja, organizando um arranjo de flores particularmente elaborado, quando o sino da porta tocou. Ele ergueu os olhos, já se preparando para cumprimentar um cliente, mas congelou ao ver Thomas Shelby parado ali, com sua presença imponente preenchendo o ambiente.

- Senhor Shelby, o que o traz aqui hoje? - Alex perguntou, tentando soar casual enquanto voltava sua atenção às flores.

Thomas não respondeu de imediato, caminhando lentamente até o balcão. Ele estava vestido de forma impecável, como sempre, mas havia algo em sua expressão que o deixava mais sério do que de costume.

- Passei para ver como você está.

Alex soltou um suspiro quase imperceptível, colocando uma flor em seu lugar no arranjo.

- Estou bem. Como sempre.

Thomas inclinou a cabeça, observando-o com atenção.

- Não parece.

Alex parou, seus dedos ainda segurando o caule de uma flor, e finalmente ergueu o olhar para ele.

- O que quer dizer com isso?

Thomas apoiou as mãos no balcão, inclinando-se levemente para mais perto de Alex, "perto de mais" pensou o mais novo.

- Parece cansado. Ou talvez seja algo que não quer me dizer.

Alex estreitou os olhos, sentindo uma pontada de irritação com a intensidade de Thomas.

- Talvez eu esteja cansado porque alguns homens misteriosos decidiram que meu caminho para casa é interessante o suficiente para ser seguido todas as noites.

Thomas arqueou uma sobrancelha, mas não demonstrou surpresa.

- Isso é para sua segurança.

- Minha segurança? - Alex repetiu, incrédulo. - Ou sua necessidade de controle?

A tensão entre eles era palpável, mas antes que Thomas pudesse responder, o sino da porta tocou novamente. Ambos se viraram para ver um homem desconhecido entrar na loja, um sorriso presunçoso estampado no rosto.

- Boa tarde - disse o homem, ignorando completamente a presença de Thomas e caminhando diretamente para Alex. - Você deve ser Alex Dupont.

Alex olhou para o homem com desconfiança, mas manteve sua postura educada.

- Sim. Posso ajudá-lo?

- Eu ouvi falar da sua habilidade com flores - o homem continuou, aproximando-se do balcão. - E, devo dizer, não é apenas o trabalho que chama atenção.

Thomas, que até então estava em silêncio, endireitou-se imediatamente, seus olhos escurecendo.

- Quem é você? - ele perguntou, sua voz cortante como uma lâmina.

O homem finalmente pareceu notar Thomas, mas não recuou.

- Um cliente, claro. Nada mais.

Thomas deu um passo à frente, colocando-se entre Alex e o homem.

- Então compre suas flores e vá embora.

Alex, surpreso com a reação de Thomas, abriu a boca para intervir, mas o homem já estava se afastando, murmurando algo ininteligível antes de sair da loja.

O silêncio que se seguiu foi pesado, e Alex não conseguiu evitar encarar Thomas com os olhos arregalados.

- Isso foi completamente desnecessário.

Thomas virou-se para ele, o rosto ainda carregado de tensão.

- Ele não tinha boas intenções.

- E você sabe disso como? - Alex retrucou, cruzando os braços.

- É meu trabalho saber.

Alex balançou a cabeça, exasperado.

- Você não pode sair intimidando qualquer pessoa que fala comigo, Thomas. Isso não é... normal.

Thomas não respondeu imediatamente. Ele parecia lutar contra algo dentro de si, e então finalmente falou, sua voz mais baixa, mas ainda carregada de intensidade.

- Eu não gosto da ideia de alguém se aproveitando de você.

Alex sentiu o ar escapar de seus pulmões. Ele queria repreender Thomas novamente, mas havia algo tão genuíno naquela declaração que ele não conseguiu.

- Eu sei me cuidar, Thomas - disse Alex, sua voz suavizando um pouco.

Thomas soltou um longo suspiro, passando a mão pelo chapéu.

- Eu sei que sabe. Mas isso não significa que eu vá parar de me preocupar.

Alex olhou para ele, sem saber o que responder. Ele não estava acostumado a esse tipo de proteção - ou, melhor dizendo, a essa intensidade.

- Só... tente confiar em mim - pediu Alex, finalmente.

Thomas assentiu lentamente, mas Alex sabia que isso era algo mais fácil de dizer do que de fazer.

Antes de sair, Thomas parou na porta e olhou para Alex mais uma vez, seu olhar carregado de algo que Alex não conseguia identificar completamente.

- Até logo, Dupont.

E, com isso, ele desapareceu pela porta, deixando Alex mais uma vez lutando contra o turbilhão de emoções que Thomas Shelby parecia trazer consigo toda vez que aparecia.

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ᶦⁿˢᵗᵃᵍʳᵃᵐ: @me_d0minick
ᵗᶦᵏᵗᵒᵏ: @me_d0minick

Entre Flores E Balas - THOMAS SHELBY × OC MASCOnde histórias criam vida. Descubra agora