𝔄lex ficou parado atrás do balcão por alguns instantes, o som da porta se fechando ecoando em sua mente. Ele olhou para o arranjo inacabado em suas mãos, mas não conseguia se concentrar. Thomas tinha um jeito de bagunçar seus pensamentos de uma forma que ninguém mais conseguia.
Sentando-se no banco próximo ao balcão, Alex soltou um longo suspiro. A conversa ainda ecoava em sua cabeça. Ele sabia que havia uma linha tênue entre controle e proteção, mas, pensando bem, Thomas não parecia estar tentando controlá-lo. Não do jeito que Alex inicialmente imaginara e estava acostumado.
“Eu não gosto da ideia de alguém se aproveitando de você.”
Essas palavras voltaram a sua mente, acompanhadas pela expressão genuína de Thomas. Havia algo de tão cru, tão verdadeiro em sua voz, que Alex começou a entender: aquilo não era sobre controle. Era sobre cuidado.
O relógio no canto da loja marcou quatro da tarde, e Alex decidiu que precisava colocar seus pensamentos em ordem. Ele terminou o arranjo com rapidez, entregou-o ao cliente que chegou logo depois, e deixou a loja sob os cuidados de seu ajudante, que aparecia por ali às vezes. Pegando o colar que ainda estava guardado no bolso do casaco, ele respirou fundo e saiu em direção ao Garrison.
O Garrison estava mais tranquilo quando Alex chegou, com apenas alguns frequentadores espalhados pelas mesas. Ele não teve dificuldade em encontrar Thomas, que estava sentado em seu canto usual, um copo de uísque à sua frente. Quando viu Alex se aproximar, Thomas ergueu os olhos, e algo na tensão de seus ombros pareceu relaxar.
— Dupont, duas visitas no mesmo dia? Vou começar a achar que gosta da minha companhia.
Alex sorriu de leve, mas não se deixou intimidar pelo tom provocativo.
— Eu precisava conversar com você — respondeu, parando ao lado da mesa.
Thomas apontou para a cadeira à sua frente, e Alex se sentou. Ele tirou o colar do bolso e colocou-o sobre a mesa, fazendo-o deslizar até Thomas.
— Eu estava errado.
Thomas inclinou a cabeça, curioso.
— Sobre o quê?
— Sobre você. Sobre o que significa isso — disse Alex, gesticulando para o colar. — Achei que você estava tentando me controlar, mas não era isso.
Thomas permaneceu em silêncio, esperando que Alex continuasse.
— Eu percebi que você só estava tentando cuidar de mim. E, para ser honesto, isso é... novo para mim.
Thomas deixou escapar um leve sorriso, embora seus olhos ainda carregassem aquela intensidade característica.
— Não é fácil confiar em alguém, Dupont. Especialmente quando você está acostumado a cuidar de si mesmo.
Alex assentiu lentamente, sentindo o peso daquelas palavras.
— É verdade. Mas acho que... talvez eu possa aprender a confiar em você.
Thomas inclinou-se ligeiramente para frente, seus olhos fixos nos de Alex.
— Eu não vou te decepcionar.
Houve um momento de silêncio entre eles, mas não era desconfortável. Era como se algo não dito tivesse finalmente se resolvido.
— Você ainda quer que eu fique com isso? — perguntou Alex, apontando para o colar.
Thomas pegou a peça de volta, mas em vez de devolvê-la a Alex, ele se levantou e deu a volta na mesa, parando ao lado dele.
— Deixa eu colocar isso em você.
Alex sentiu suas bochechas queimarem, mas não protestou. Ele virou-se levemente, deixando Thomas prender o colar em volta de seu pescoço. Os dedos de Thomas roçaram sua pele de leve, enviando um arrepio que Alex tentou ignorar.
Quando Thomas terminou, ele deu um passo para trás, observando Alex como se estivesse avaliando o resultado.
— Agora está no lugar certo.
Alex tocou o pingente com os dedos, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios.
— Obrigado, Thomas.
Thomas inclinou-se levemente, sua voz baixa e quase rouca.
— Não precisa me agradecer. Só me deixe cuidar de você, Alex.
Alex sentiu o ar escapar de seus pulmões. Ele sabia que Thomas não era um homem comum, e que confiar nele significava aceitar um mundo muito diferente do que ele estava acostumado. Mas, por algum motivo, ele sentia que talvez valesse a pena.
— Está bem — disse Alex, sua voz quase um sussurro.
Thomas sorriu de leve, satisfeito com a resposta.
— Então, acho que você me deve um uísque por todo esse esforço.
Alex soltou uma risada suave, sentindo a tensão entre eles diminuir.
— Eu pago o próximo.
E enquanto os dois conversavam, Alex não pôde deixar de pensar que, pela primeira vez em muito tempo, sentia que poderia ser parte de algo maior. Algo perigoso, sim, mas também inegavelmente irresistível.
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Entre Flores E Balas - THOMAS SHELBY × OC MASC
Fanfiction𝔈m uma Birmingham marcada pela violência, 𝓐𝓵𝓮𝔁 𝓓𝓾𝓹𝓸𝓷𝓽 é um florista com um coração delicado, oferecendo refúgio e beleza em sua loja no centro da cidade. Quando 𝓣𝓱𝓸𝓶𝓪𝓼 𝓢𝓱𝓮𝓵𝓫𝔂, um homem imerso em um mundo sombrio e violento, c...