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𝔄lex ficou parado à porta da pensão por alguns minutos depois que Thomas se foi. Sua respiração ainda estava descompassada, e o rosto queimava onde os dedos frios de Thomas haviam tocado. Ele apertou a maçaneta da porta, tentando se recompor, mas as palavras de Thomas ecoavam em sua mente: "Você é diferente. Não sei por quê, mas é."

Ele entrou no quarto pequeno, fechando a porta atrás de si. O ambiente familiar parecia sufocante naquela noite, como se não fosse suficiente para conter tudo o que ele sentia.

Naquela mesma noite, em sua casa, Thomas estava igualmente inquieto. Ele havia voltado para o escritório após deixar Alex, mas não conseguia se concentrar nos papéis espalhados pela mesa.

Arthur apareceu na porta, encostando-se no batente enquanto observava o irmão.

— Parece que algo está te incomodando, Tommy.

Thomas ergueu os olhos, sem paciência para os comentários de Arthur.

— Nada que você precise se preocupar.

Arthur entrou na sala, fechando a porta atrás de si.

— Eu conheço esse olhar. É o mesmo que você tinha quando Grace apareceu.

O nome dela fez Thomas parar. Ele apertou os punhos por um momento, tentando conter a irritação.

Não compare, Arthur. Alex não é como ela.

Arthur levantou as mãos em rendição.

— Tudo bem, tudo bem. Só estou dizendo que, seja o que for, você parece... distraído.

Thomas ignorou o comentário e voltou a olhar para os papéis.

— Não estou distraído. Estou pensando.

Arthur sorriu de canto, mas não insistiu. Ele sabia que quando Thomas não queria falar, ninguém conseguia fazê-lo mudar de ideia.

No dia seguinte, Alex tentava lidar com os olhares curiosos das pessoas no mercado. Ele estava comprando algumas coisas básicas quando ouviu dois homens comentando sobre "o menino bonito que anda com Thomas Shelby".

Ele parou, os dedos apertando o cesto de compras com força.

— Ouvi dizer que Shelby anda protegendo ele como se fosse de ouro — um dos homens murmurou, rindo.

— Quem diria, hein? Shelby com um... — o homem interrompeu a frase com uma risada maliciosa — homem.

Alex sentiu o sangue subir ao rosto. Ele estava prestes a sair dali quando ouviu uma voz firme atrás de si.

Vocês têm algo mais para dizer?

Ao virar-se, encontrou Thomas parado ali, seu olhar gelado fixado nos dois homens. Eles empalideceram imediatamente, engolindo seco.

— Não, senhor Shelby. Não queríamos dizer nada.

Thomas deu um passo à frente, forçando os homens a recuarem.

— Então sugiro que parem de falar.

Os dois se apressaram em sair, deixando Alex e Thomas sozinhos. Alex olhou para ele, tentando decidir o que dizer.

— Você não precisava fazer isso — disse Alex finalmente, sua voz baixa.

Thomas virou-se para ele, o olhar suavizando ligeiramente.

— Não vou deixar ninguém desrespeitá-lo, Alex.

Alex sentiu o coração apertar. Ele queria protestar, dizer que sabia se defender, mas algo na maneira como Thomas falava fazia parecer que recusar aquela proteção seria uma ingratidão.

— Obrigado — murmurou Alex, abaixando os olhos.

Thomas colocou a mão no ombro de Alex, apertando-o levemente.

— Vá para casa quando terminar. Eu te encontro mais tarde.

Aquela noite foi diferente. Quando Thomas apareceu para buscá-lo, havia algo de novo na maneira como ele o olhava. Alex sentiu a tensão crescer à medida que caminhavam pelas ruas, a distância entre eles menor do que de costume.

Quando chegaram à pensão, Thomas parou mais perto do que o habitual, olhando para Alex como se esperasse algo.

— O que foi? — perguntou Alex, o coração batendo mais rápido.

Thomas hesitou por um momento antes de falar.

Às vezes, eu penso que deveria ficar longe de você.

Alex arregalou os olhos, a confissão inesperada o pegando de surpresa.

— Por quê?

Thomas abaixou o olhar por um momento, como se estivesse tentando decidir até onde deveria ser honesto.

Porque eu não sou bom para você, Alex. Minha vida... é cheia de sombras.

Alex deu um passo à frente, seu coração apertado ao ver aquela vulnerabilidade em Thomas.

— Eu não me importo com isso.

Thomas ergueu o olhar, encontrando o de Alex. Por um momento, os dois ficaram em silêncio, e então Thomas fez algo que pegou Alex completamente de surpresa: ele segurou o rosto de Alex com as duas mãos, inclinando-se para beijá-lo.

O beijo foi firme, mas não apressado. Thomas parecia estar se segurando, como se tivesse medo de assustar Alex. Quando ele se afastou, Alex estava sem fôlego, mas não disse nada.

Thomas olhou para ele, os olhos azuis mais suaves do que Alex já tinha visto.

— Boa noite, Alex.

E com isso, ele se afastou, deixando Alex parado ali, tentando entender o que acabara de acontecer e por que seu coração parecia querer sair do peito.

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ᶦⁿˢᵗᵃᵍʳᵃᵐ: @me_d0minick
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Entre Flores E Balas - THOMAS SHELBY × OC MASCOnde histórias criam vida. Descubra agora