Já imaginou fazer parte do eletrizante universo da Fórmula 1, vivendo momentos intensos ao lado dos maiores pilotos do mundo? Neste livro, você terá a chance de mergulhar em histórias únicas e inesquecíveis, onde cada página o leva para os bastidore...
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"Eu não lembro de tudo, mas lembro que foi com você. E isso é o que importa."
***
Acordei com uma dor de cabeça que parecia ter nascido de um combo mortal de música alta, conversas barulhentas e álcool barato. Tudo girava levemente quando abri os olhos, e o sol atravessava as cortinas do hotel como um invasor sem permissão. Tentei entender onde estava, mas a resposta veio antes de eu terminar o pensamento.
Havia alguém na cama comigo.
Virei a cabeça lentamente, como se cada movimento pudesse detonar uma bomba, e lá estava Sn, deitada ao meu lado. Seu rosto estava parcialmente coberto pelo travesseiro, os cabelos espalhados como uma explosão controlada, e uma expressão de paz que contrastava completamente com meu estado.
— Ah, merda — murmurei, tentando decifrar como chegamos aqui. Lembrei-me de flashes da noite anterior — nós dois dançando, gritando as letras das músicas como se nossa vida dependesse disso, e uma competição boba sobre quem aguentava mais shots. Depois disso? Um buraco negro de memórias.
Antes que eu pudesse processar o suficiente para entrar em pânico, ela se mexeu, soltando um suspiro sonolento. Então, os olhos dela se abriram, semicerrados no começo, até que me encontraram.
— Franco? — Sua voz estava rouca, um tom que eu reconheceria em qualquer lugar, mas dessa vez tinha uma mistura de confusão e pânico. — O que você tá fazendo na minha cama?
— Eu é que deveria perguntar — retruquei, sentindo o calor subir até meu rosto. — Na verdade... é minha cama.
Ela piscou algumas vezes, olhando ao redor como se tentasse ajustar as peças de um quebra-cabeça invisível. Quando sua expressão finalmente mudou para uma compreensão vaga, ela voltou a olhar para mim.
— Franco, o que aconteceu ontem à noite?
— Se eu soubesse, te contava. — Soltei uma risada nervosa e esfreguei o rosto com as mãos. — Eu lembro da festa, de nós dois dançando como idiotas, e depois... nada.
O silêncio caiu entre nós, e foi só aí que percebi que estávamos ambos seminu. Ela puxou os lençóis para cobrir mais o corpo, e eu olhei para longe, sentindo a tensão aumentar no ar.
— Você acha que a gente...? — Ela começou, mas não terminou a frase, apontando vagamente entre nós dois.
— Sn, eu não sei. — Minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia. — Mas, olha... não tem marca nenhuma de aliança, então pelo menos não nos casamos em Vegas.
O comentário arrancou um sorriso dela, e depois uma risada. Não foi imediato, mas logo estávamos os dois gargalhando. Aquilo era tão típico de nós — transformar qualquer coisa, até mesmo o mais constrangedor dos momentos, em uma piada.
— Isso é surreal — ela disse entre risadas, jogando a cabeça para trás.
— Surreal é apelido — concordei. — Tipo, o que as pessoas diriam se soubessem? "Franco e Sn: melhores amigos ou...?"
— Ou os maiores idiotas do paddock — ela completou, ainda rindo.
Quando o riso diminuiu, ficamos em silêncio de novo. Dessa vez, não era desconfortável, mas carregado de algo que eu não conseguia definir. Ela me olhou de um jeito que fez meu estômago dar um nó, e por um segundo, pensei ter visto algo diferente nos olhos dela.
— Você acha que isso muda tudo? — A pergunta dela quebrou o silêncio, a voz mais séria do que eu esperava.
Minha cabeça girava por outros motivos agora. Eu conhecia Sn desde o início de nossas carreiras. Sempre fomos inseparáveis, cúmplices em tudo, mas havia algo sobre aquele momento que parecia mais... intenso.
— Eu não sei — admiti, sendo honesto. — Acho que só muda se a gente deixar mudar. Mas, sendo sincero, se aconteceu... eu não me arrependo. Porque, bem, é você. E você é importante pra mim.
Ela piscou algumas vezes, como se processasse minhas palavras, e então abriu um sorriso — não o sorriso de sempre, cheio de sarcasmo, mas algo mais suave, mais real.
— Você é um idiota, sabia? Mas acho que estou na mesma. Se aconteceu, aconteceu. A gente sempre resolve as coisas juntos, não é?
— Juntos. — Repeti, sentindo um alívio inesperado.
Ainda havia dúvidas, possibilidades que poderiam surgir, mas naquele momento, nada disso parecia importar. Éramos nós dois, como sempre, rindo de algo que outros provavelmente transformariam em drama. Se havia algo além da amizade, seria uma questão para outro dia.
— Mas sério, Sn — falei, levantando-me com cuidado. — Da próxima vez, tenta lembrar de trancar a porta do quarto. Assim a gente evita a vergonha de acordar junto de novo.
— Trancar a porta? — Ela me olhou, fingindo estar ofendida. — Você que deve ter me arrastado pra cá, seu bêbado!
— Eu? Nunca! — Coloquei a mão no peito, fingindo indignação.
E assim, entre provocações e risadas, começamos o dia. Talvez ainda fossemos só amigos, mas naquele instante, éramos tudo o que precisávamos ser: nós mesmos, juntos contra qualquer confusão.
***
Ainda não consigo acreditar que não o teremos em 2025. Não estou pronta para isso... Me apeguei demais 🥺💔