Já imaginou fazer parte do eletrizante universo da Fórmula 1, vivendo momentos intensos ao lado dos maiores pilotos do mundo? Neste livro, você terá a chance de mergulhar em histórias únicas e inesquecíveis, onde cada página o leva para os bastidore...
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"O amor é a única coisa que somos capazes de perceber que transcende as dimensões do tempo e do espaço."
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Trinta anos se passaram desde que meu pai se foi, mas, para mim, ele nunca deixou de existir. Cresci ouvindo histórias de sua vida, de como ele era mais do que um campeão; era um homem generoso, determinado e cheio de amor. Sua ausência era uma constante, mas também sua presença. Ele estava nas palavras da minha mãe, nos olhos dos meus avós e, de alguma forma, no meu próprio coração.
Naquele dia, o silêncio da casa da família em São Paulo parecia diferente. Era uma tarde tranquila, com o sol entrando suavemente pelas janelas. Decidi explorar o sótão — um lugar que sempre me fascinou, mas que raramente visitava. A poeira flutuava no ar, iluminada pelos raios de luz que atravessavam as frestas das janelas pequenas. Lá, entre caixas e memórias, encontrei algo que mudaria minha vida.
Uma caixa empoeirada, com o nome dele rabiscado em uma etiqueta. Ayrton Senna. Meu pai.
Meu coração acelerou enquanto eu abria a tampa, revelando um tesouro de lembranças. Havia fotos antigas, troféus menores, algumas cartas e, no fundo, uma fita cassete. Era diferente de tudo que eu já tinha visto. Na fita, uma nota simples escrita à mão: Para minha filha.
Desci as escadas apressada, sentindo as mãos trêmulas e o coração pulsando na garganta. Peguei um velho videocassete guardado no armário, conectei à TV e coloquei a fita. A tela piscou, o som rangente da fita rodando preenchendo a sala. E então, ali estava ele.
Meu pai.
Ele estava sentado em uma cadeira, com roupas casuais, o cabelo levemente desalinhado. Parecia tão humano, tão real. Aquele rosto que eu conhecia apenas por fotos e vídeos antigos agora me encarava diretamente.
— Oi, minha filha, — ele disse, com a voz hesitante, mas cheia de ternura.
Meu corpo congelou. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto antes mesmo que eu pudesse processar o que estava acontecendo.
— Se você está assistindo a isso, significa que eu já não estou mais aqui. Eu sinto muito por isso. Sinto muito por não poder estar ao seu lado, te ver crescer, te ensinar as coisas que eu queria tanto compartilhar com você.
Ele parou por um momento, respirando fundo.
— Eu sempre sonhei em ser um pai presente, aquele que estaria lá para suas primeiras palavras, seus primeiros passos, para te dar broncas quando você aprontasse e para te abraçar quando o mundo fosse cruel.
A dor em sua voz era quase palpável, e, ao mesmo tempo, havia tanto amor ali.
— Eu espero que você saiba que, mesmo sem estar aí, eu te amo mais do que qualquer coisa nesse mundo. Você é, e sempre será, o meu maior legado.
Minha visão estava turva pelas lágrimas, mas eu não conseguia desviar o olhar. Cada palavra dele parecia preencher um vazio que eu carregava desde que me entendia por gente.
Ele sorriu, um sorriso tímido, mas cheio de significado.
— Não sei como será sua vida, mas quero que você saiba que estou sempre com você, em cada vitória, em cada dificuldade. Não deixe ninguém te dizer que você não é capaz. Você é uma Senna, e isso significa que você tem coragem, determinação e, acima de tudo, um coração enorme.
Ele contou algumas histórias da sua própria jornada — das vitórias, mas também das derrotas, e como elas o ensinaram a ser melhor, mais forte.
— Eu espero que você viva sua vida com intensidade, minha filha. Que ame sem medo, que acredite em si mesma. E quando as coisas ficarem difíceis, lembre-se: a força está dentro de você.
A mensagem parecia interminável, mas, ao mesmo tempo, eu queria que nunca acabasse. Ele falava de sonhos, de amor, de valores. Ele queria que eu soubesse que a vida era muito mais do que troféus e conquistas; era sobre as pessoas que tocamos, as memórias que criamos, o amor que compartilhamos.
— Seja feliz, — ele disse, com os olhos brilhando com lágrimas que ele não deixou cair. — Nunca se esqueça de que eu te amo.
Quando a fita chegou ao fim, a sala ficou em silêncio novamente. Mas eu não estava sozinha. Ele estava ali comigo, tão presente quanto nunca esteve.
Toquei a tela da TV, como se pudesse alcançá-lo de alguma forma.
— Eu também te amo, pai, — sussurrei, minha voz engasgada.
Naquele momento, percebi que ele nunca realmente me deixou. Ele estava em cada história que ouvi, em cada conselho que me deram, em cada decisão que tomei. E agora, ele estava aqui, nesta mensagem eterna, me guiando mais uma vez.
Decidi que iria honrar suas palavras. Não apenas como filha de Ayrton Senna, mas como a pessoa que ele acreditava que eu poderia ser. Com coragem, determinação e um coração enorme.
A saudade apertava, mas o amor, ah, o amor, esse era mais forte.
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Estou completamente obcecada por escrever com o Ayrton! Já tenho mais cinco imagines prontos para postar. Então, por favor, alimentem a minha obsessão e mandem mais ideias com o Ayrton!