147 - Zak Brown

202 9 5
                                    

"Às vezes, as escolhas mais difíceis são as que nos levam aos melhores lugares

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Às vezes, as escolhas mais difíceis são as que nos levam aos melhores lugares."

***

Ser filha de Zak Brown era como viver em uma montanha-russa constante. Não só ele era um dos chefes mais respeitados da Fórmula 1, mas também o pai mais obstinado e protetor que você pode imaginar. Crescer cercada por motores roncando e estratégias de corrida me ensinou a ser firme, mas nem toda firmeza do mundo seria suficiente para o que eu estava prestes a enfrentar.

Namorar Oscar Piastri era como manter um segredo explosivo em um paddock onde rumores correm mais rápido do que um carro na reta de Monza. E agora, depois de meses escondendo isso, era hora de contar ao meu pai.

Estávamos na sala de reuniões da McLaren em Woking, uma sala que eu conhecia tão bem quanto o meu quarto. Os troféus nas prateleiras reluziam sob a luz branca, um lembrete do que estava em jogo para qualquer piloto que passasse por ali. Zak estava atrás de sua mesa, seus olhos azuis me perfurando como sempre faziam quando ele sabia que eu estava escondendo algo.

— Então, você disse que queria falar comigo sobre algo importante. — Ele começou, cruzando os braços sobre o peito.

Respirei fundo. Essa era a minha chance de fugir ou de encarar o que vinha pela frente. Escolhi a segunda opção.
— Sim, pai. É sobre alguém que eu... estou namorando.

Zak arqueou uma sobrancelha, como se estivesse tentando decidir se eu estava brincando ou não.
— Certo... Quem é ele? Espero que não seja um daqueles influenciadores ou algo assim.

Revirei os olhos. Ele adorava implicar com qualquer coisa que parecesse "moderna demais" para seu gosto antiquado.
— Não, pai. Ele é do paddock.

Isso o fez se sentar mais ereto na cadeira, sua expressão mudando de curiosidade para preocupação genuína.
— Do paddock? Você sabe como isso pode ser complicado, não sabe?

— Sei. Mas eu gosto dele, e ele gosta de mim. Só preciso que você... seja legal.

— Legal? Eu sou legal.

— Não exatamente com namorados, pai.

Antes que ele pudesse responder, a porta da sala se abriu. E lá estava Oscar. Ele parecia desconfortavelmente formal em seu uniforme da McLaren, como se estivesse prestes a enfrentar uma entrevista pós-corrida particularmente difícil. Ele passou os olhos entre Zak e eu, e pude ver o nervosismo em seu rosto.

— Oi, chefe... — ele começou, hesitante. — Ou devo dizer sogro?

O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Zak o encarou como se ele tivesse acabado de dizer que preferia pneus duros em condições de chuva. Ele piscou algumas vezes antes de soltar uma risada seca.
— Isso é uma piada, certo?

Oscar balançou a cabeça, claramente arrependido da escolha de palavras.
— Não, senhor. Eu... nós estamos juntos há alguns meses.

Eu cruzei os braços, tentando não parecer tão tensa quanto me sentia.
— Pai, antes que você surte, quero que saiba que foi ideia minha contar agora.

— E por que só agora? — ele perguntou, sua voz carregada de uma mistura de choque e irritação. — Vocês achavam que poderiam esconder isso para sempre?

— Não, mas queríamos ter certeza de que estávamos prontos antes de envolver mais gente. Especialmente você.

Zak se levantou, caminhando até Oscar com passos lentos, quase intimidadores. Oscar manteve-se firme, mas era evidente que ele estava sentindo o peso da situação.

— Você tem ideia no que está se metendo? — Zak perguntou, olhando diretamente nos olhos de Oscar.

— Sim, senhor. — Oscar respondeu, sua voz mais firme desta vez. — E eu quero que saiba que isso não interfere no trabalho. Eu respeito muito a equipe e o que o senhor construiu aqui.

Zak ficou em silêncio por um momento, claramente ponderando suas próximas palavras. Ele então colocou uma mão no ombro de Oscar, sua expressão suavizando ligeiramente.
— Gosto de você, Piastri. Mas se você magoar minha filha, vai desejar nunca ter pisado neste paddock.

Oscar assentiu, e eu soltei um suspiro que nem percebi que estava prendendo.
— Pai, ele não vai me magoar. Confie em mim.

Zak bufou, finalmente se afastando e voltando para sua cadeira. Ele passou a mão pelo rosto antes de olhar para nós novamente.
— Bom, pelo menos é alguém que conheço. Mas vou deixar uma coisa clara: eu estarei sempre de olho.

Oscar deu um sorriso nervoso, e eu revirava os olhos de forma exagerada, algo que Zak sempre dizia ser meu "jeito de drama."
— Obrigada, pai. Você é o melhor... mesmo sendo um pouco assustador.

Zak soltou uma risada, e a tensão na sala finalmente diminuiu. Mas no fundo, sabia que isso era apenas o começo.

Mais tarde naquela semana, decidimos que seria uma boa ideia introduzir Oscar à família toda de uma vez. Era a oportunidade perfeita para mostrar que nosso relacionamento era sério. Minha mãe, sempre mais compreensiva do que Zak, adorou a ideia. Já meu irmão mais novo, Tom, parecia mais interessado em usar a situação como material para zoar.

O jantar foi na casa de campo da família, um lugar onde Zak gostava de relaxar longe da pressão constante da F1. A mesa estava decorada de forma simples, mas acolhedora, com minha mãe comandando a cozinha como sempre fazia.

Oscar chegou antes de todos, querendo causar uma boa impressão. Ele trouxe flores para minha mãe e um vinho caro para Zak, o que, para minha surpresa, arrancou um sorriso genuíno do meu pai.

— Bom começo, Piastri. — Zak comentou, enquanto checava o rótulo do vinho.

— Só o melhor para o chefe... e para o sogro. — Oscar respondeu, arriscando uma piada.

— Essa você pode deixar pra lá. — Zak rebateu, mas seu tom estava mais leve desta vez.

Durante o jantar, as coisas começaram a fluir naturalmente. Tom, claro, não perdeu a chance de provocar.
— Então, Oscar, como é lidar com meu pai como chefe e sogro ao mesmo tempo? Aposto que é um pesadelo.

Oscar riu, claramente mais confortável agora.
— Ele definitivamente mantém as coisas interessantes.

Todos riram, até mesmo Zak, que balançou a cabeça enquanto dizia:
— Muito engraçado, Tom.

Depois do jantar, enquanto minha mãe e eu cuidávamos da louça, ela se inclinou para sussurrar:
— Ele é um bom rapaz. Dá pra ver que gosta de você.

Sorri, sentindo o calor de sua aprovação.
— Ele é incrível, mãe. Só espero que o pai não o apavore demais.

Ela riu, enxugando um prato.
— Zak só está tentando proteger você. Mas ele vai se acostumar.

E foi isso que me deu confiança para seguir em frente. Zak Brown podia ser um chefe imponente e um pai superprotetor, mas no fundo, ele só queria o melhor para mim. E, pouco a pouco, Oscar estava mostrando que ele era exatamente isso.

Imagines F1 - LIVRO IOnde histórias criam vida. Descubra agora