138 - Especial de Natal - Oscar Piastri

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"O melhor de todos os presentes ao redor de qualquer árvore de Natal: a presença de uma família feliz

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"O melhor de todos os presentes ao redor de qualquer árvore de Natal: a presença de uma família feliz."

***

Eu sempre soube que o Natal no Brasil era algo único, mas foi só quando Oscar aceitou o convite para passar a data comigo e minha família, que pude perceber o quão especial seria a experiência. Ele, sempre tão sério e focado em sua carreira, estava prestes a mergulhar em algo completamente diferente de tudo o que já conhecia: o calor do verão brasileiro, a alegria sem fim da minha família, e, claro, o famoso churrasco de Natal.

Nosso Natal começa bem cedo. A casa está quente, mas a energia é contagiante. O sol já está brilhando forte lá fora, iluminando as decorações simples, porém vibrantes, que enfeitam a minha sala. As luzes de Natal piscam nas janelas, o cheiro de pinho e frutas tropicais mistura-se no ar, e há algo de especial no clima leve e descontraído que toma conta da casa.

Oscar estava um pouco perdido no começo, mas sempre muito curioso. Seus olhos verdes estavam atentos a tudo, e ele observava as crianças brincando no jardim enquanto minha avó trazia as sobremesas típicas, como a rabanada e o pudim de leite condensado.

— O que é isso? — Ele apontou para o peru assado, que eu estava decorando com as frutas e o molho especial.

— Isso é um peru de Natal. Aqui no Brasil, temos uma tradição de fazer grandes refeições em família nessa época, e o churrasco é sempre o centro das atenções.

Oscar balançou a cabeça, parecendo absorver a ideia, mas eu sabia que ele estava se perguntando como um churrasco poderia ser considerado "refinado" o suficiente para uma ceia de Natal.

— Acho que vou adorar, então — ele disse com um sorriso, enquanto eu pegava as caipirinhas que estavam começando a se formar nas mãos dos meus tios e primos. Ele, sendo tão educado, me perguntou se queria que ele ajudasse com algo, e eu não pude resistir a dar uma boa risada.

— Claro! Pode tentar fazer uma caipirinha. — Não era todo dia que alguém como Oscar Piastri se oferecia para aprender a fazer a bebida nacional.

Ele pegou a faca para cortar as limas, mas logo seus movimentos se tornaram desajeitados. O açúcar se espalhou pela bancada, e a cachaça acabou derramando um pouco para fora do copo. As risadas começaram a surgir ao redor, e minha tia até brincou:

— Esse vai ser o Natal mais animado de todos!

Oscar, corado, olhou para mim, um pouco embaraçado.

— Eu não sou muito bom com isso.

Mas antes que ele pudesse se retratar, todos estavam rindo e incentivando-o a continuar. Eu ensinei-lhe os movimentos certos, a dosagem do açúcar e, claro, a forma de mexer o drink com todo o charme que a caipirinha exige. E, no fim, o copo ficou perfeito. Oscar fez um brinde.

— A isso! Ao Natal brasileiro. — Ele disse, ainda com um toque de timidez, mas sua alegria estava evidente.

O churrasco estava no auge, e os convidados estavam todos reunidos ao redor da churrasqueira, conversando e comendo. A carne estava deliciosa, mas o que mais me chamava a atenção era como Oscar parecia estar absorvendo tudo ao seu redor. Ele estava se sentindo parte da minha família, e isso me aquecia por dentro. Ele ria das piadas, com um sotaque peculiar, e dava sua própria contribuição para as conversas. Cada história que alguém contava era uma chance de ele se envolver mais, e, ao lado dele, percebia o quanto ele estava aberto a viver aquele momento.

Quando o sol começou a se pôr, o cenário estava perfeito. O céu de fim de tarde pintado de cores laranjas e rosadas, enquanto as luzes de Natal começaram a brilhar com mais intensidade. Todos se reuniram na sala de estar, prontos para cantar algumas músicas tradicionais de Natal.

Oscar estava um pouco mais quieto, observando de longe, mas eu sabia que ele não ia resistir por muito tempo. Eu me aproximei dele com um sorriso.

— Vem, vai ser divertido. Nós cantamos as mesmas músicas todo ano, e você vai se sentir parte disso — eu disse, com um tom suave, mas persuasivo.

Ele sorriu, um pouco desconfortável, mas não resistiu. Com um sorriso tímido, ele se juntou ao coro improvisado, acompanhando as vozes familiares que cantavam "Noite Feliz" e "Bate o Sino".

— Acho que nunca imaginei que veria um piloto de F1 cantando canções de Natal — meu primo brincou, e todos riram, criando uma atmosfera de calor humano ainda maior.

O ritmo das vozes se misturava com as palmas das mãos e o som da guitarra, e, apesar de Oscar ser mais tímido, ele logo se entregou à energia da noite. O ambiente estava mais alegre que nunca, e o calor humano parecia derreter qualquer barreira de timidez que ele pudesse ter.

Quando a meia-noite se aproximou, e o famoso "Feliz Natal" ecoou na casa, a surpresa estava prestes a acontecer. Oscar se afastou discretamente para o canto da sala, e logo voltou com um pequeno pacote nas mãos. Ele me olhou com um sorriso tranquilo, mas sincero.

— Isso é para você — ele disse, com um brilho nos olhos que, apesar de tímido, carregava um significado muito maior.

Eu desembrulhei o presente com um sorriso curioso, e quando vi o relógio, meu coração se aqueceu. Não era algo grandioso, mas o pingente em forma de estrela era simbólico, e eu sabia o quanto ele se importava.

— É para simbolizar esse momento, esse Natal com você e sua família — ele explicou, e eu não pude deixar de me sentir emocionada.

As risadas continuavam ao redor, mas naquele momento, tudo parecia parar por um instante. Eu o abracei com carinho, sentindo a suavidade do metal frio contra minha pele. Oscar estava me mostrando, de sua maneira, que ele realmente havia se entregado àquele momento, e ao meu lado, o mundo parecia perfeito.

Enquanto as pessoas dançavam e cantavam ao redor, Oscar, com seu jeito peculiar e único, ficou um pouco mais relaxado, sem a pressão de ser sempre tão sério. Ele parecia se sentir acolhido, como se, naquele instante, ele fosse uma extensão da minha família também.

A noite se arrastou para o final com mais risadas, mais danças e, claro, mais caipirinhas. Quando a última música tocou, ele se virou para mim, com um sorriso genuíno nos lábios.

— Eu nunca imaginei que meu primeiro Natal fora da Austrália seria tão diferente... e tão perfeito.

Eu sorri de volta, meu coração transbordando de felicidade. Às vezes, os melhores presentes não são os que damos, mas os momentos simples e verdadeiros que vivemos ao lado de quem amamos. E, naquele Natal, rodeados de churrasco, caipirinha e risadas, eu sabia que esse seria um dos momentos que eu jamais esqueceria.


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