imagines Daryl Dixon

Fogo

Desde que você se juntou ao grupo — uma garota que eles descobriram em Atlanta na mesma época em que trouxeram Rick de volta — você não se encaixava totalmente com ninguém. As pessoas nunca souberam realmente como falar com você, e todas as conversas que alguém ouvia eram sempre curtas e entrecortadas. Talvez você fosse tímida, ou talvez ainda estivesse se recuperando de algo perdido quando o mundo virou de cabeça para baixo. Mas Daryl observava você — sempre observando, estranhamente atraído por você de uma forma que ele não conseguia entender.

Aquele sentimento, qualquer que fosse, revirava seu estômago toda vez que ele se aproximava. Ele não sabia o que era, só que queria estar perto de você, queria pegar até o menor olhar ou palavra. Inferno, ele nem precisava estar perto; o pensamento em você era o suficiente para dar nós em seu estômago.

Depois de um tempo, ele até começou a se perguntar como seria falar com você além das palavras curtas que vocês trocaram sobre munição ou comida ou qualquer coisa relacionada à sobrevivência. Ele pensou sobre o que diabos ele diria, sobre o que você gostaria de falar, mas toda vez que ele tentava imaginar, ele ficava em branco. Seu irmão mais velho não era exatamente o tipo de pessoa que o ensinava a falar com mulheres; Merle tinha seus próprios métodos que geralmente terminavam com as pessoas irritadas ou saindo furiosas, e Daryl não iria estragar isso sendo assim. Ele seria cuidadoso. Muito cuidadoso.

Uma noite, o fogo está queimando baixo, e todos os outros já foram para suas tendas. Daryl senta-se perto das brasas, debatendo se ele deve finalmente voltar para sua tenda agora que ele está sozinho — apenas ele e o fogo morrendo. É estranho não ter Merle por perto para lhe dizer onde estar e quando. Ele tem que descobrir o que ele realmente quer fazer em vez de apenas ficar na sombra do homem. Assim que ele está prestes a encerrar a noite, você aparece de sua tenda, parecendo inquieta e esfregando seus olhos. Quando você o vê sentado sozinho, você para, então vai até ele e se senta — não na frente dele, mas, para seu horror e excitação, bem ao lado dele no tronco. Seu estômago embrulha, algo estranho se contorce enquanto ele olha para a forma como o luar captura a curva de sua coxa, fazendo-o se perguntar — só por um segundo — como sua pele pode parecer sob seus dedos.

Você suspira ao lado dele. "Não consigo dormir", você murmura, gemendo um pouco enquanto esfrega as palmas das mãos nos olhos. Quando você as abaixa, você dá a ele um olhar cansado e curioso. "O que você ainda está fazendo aqui?"

Daryl engole em seco, pego de surpresa. Você nunca falou com ele diretamente antes, e ele tira os olhos da sua coxa, sentindo suas bochechas queimarem um pouco quando percebe que você o pegou olhando. Ele dá de ombros, murmurando algo sobre "manter vigilância" baixinho.

Você apenas acena, e ele acha que a conversa acabou. Mas então, você tira um maço de cigarros quase vazio do bolso de trás e desliza um entre os lábios, dando um leve sorriso para si mesma.

"Olha o que eu encontrei hoje", você diz casualmente, sacudindo a caixa, despertando o interesse dele enquanto olha para ele. "Ainda tem aquele isqueiro?" Você acena em direção ao jeans dele, e a mão dele dispara para o bolso, esfregando os dedos úmidos contra o tecido antes de tirar seu Zippo. Ele o segura, acendendo o fogo, observando seus lábios franzirem enquanto você puxa a fumaça do cigarro para a boca, acendendo o pequeno graveto. Ele sente o cheiro mais fraco de você — algo limpo, como maçãs crocantes, talvez do sabão encontrado na corrida hoje — apesar da sujeira e do suor desta vida. A mão dele treme levemente quando a chama pega, e a ponta do seu cigarro brilha intensamente.

Você se afasta, dando uma longa tragada e exalando suavemente pelo nariz. "Obrigado", você diz, a palavra calma, quase preguiçosa, saboreando a sensação. Você estende o maço para ele, e ele hesita por um segundo antes de pegar um, evitando o roçar dos seus dedos.