Capítulo 18 - Pais

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As férias eram, supostamente, para relaxar. Mas, no meu caso, estavam mais para um jogo de malabarismo entre trabalho e tentativas frustradas de me desligar. Eu estava em Tenerife, cercado de mar, céu azul e a energia contagiante da família e amigos. Ainda assim, não conseguia escapar das notificações incessantes, dos e-mails marcados como "urgente" e das reuniões que insistiam em se enfiar no meu cronograma.

Enquanto todos saíam para explorar a ilha, eu ficava para trás, preso ao computador. No começo, ninguém comentou nada — talvez porque achassem que essa era a minha versão de férias. Mas, com o tempo, os olhares de "Matteo, você não cansa de ser chato?" começaram a surgir. Especialmente da Manuela e da Mia. Elas estavam se divertindo até demais com Gavi e Pedri.

Manu, principalmente, parecia fazer questão de provar que estava aproveitando cada segundo. Sempre rindo, sempre com um comentário afiado. Achava que eu era bobo por não pegar no pé dela e do Gavi, diferente do Nicholas, que, se soubesse o que estava acontecendo, com certeza surtaria. Não que eu não soubesse. Claro que sabia. Eu não precisava de um manual para perceber como os dois se olhavam ou como a Manu ficava mais feliz perto dele.

Mas, para a sorte dela, eu não sou como o Nicholas. Ele sempre foi mais intenso com a Manu, como se precisasse proteger a irmã gêmea de absolutamente tudo. Eu não era assim. Meu papel era outro. Eu observava, esperava, e só me metia quando realmente achava necessário. No fundo, era engraçado assistir a Manu acreditando que estava enganando todo mundo. Ela esquecia que eu a conhecia como ninguém.

Mas o Nicholas? Ele não ia achar graça nenhuma. Já conseguia imaginar o surto que viria quando ele descobrisse que a Manu estava ficando com o Gavi novamente. E, se tem uma coisa que eu sei, é que Nicholas não gosta de perder o controle.

Entre essas reflexões e as obrigações que eu mal conseguia evitar, meus dias estavam longe de serem considerados férias. Enquanto todos aproveitavam a liberdade de explorar Tenerife, eu ficava preso em casa, conectado a reuniões e e-mails. Eu tentava lembrar a mim mesmo que essa era uma fase, que logo tudo voltaria ao normal. Mas o problema de "logo" é que ele nunca tem um prazo claro.

Naquele dia em particular, fiquei olhando pela janela enquanto ouvia risadas vindo do jardim. Mia e Pedri estavam lá, parecendo perfeitamente sincronizados, como sempre. Manu estava um pouco mais distante, conversando com Gavi. Eles tinham uma energia diferente, algo mais... Íntimo. Aquilo me arrancou um meio sorriso. Porque era bom ver a Manu feliz. Mesmo que ela achasse que estava sendo esperta ao esconder o que sentia.

Suspirei, voltando minha atenção para o computador. Era impossível ignorar o contraste entre o que eu estava vivendo e o que todos os outros estavam fazendo. Tenerife deveria ser uma fuga do caos, mas, para mim, estava sendo apenas uma extensão dele. O lado bom — se é que havia um — era que eu ainda podia observar. Podia prestar atenção nos detalhes que os outros ignoravam. E, às vezes, esses detalhes diziam mais do que as palavras jamais poderiam.

química || matteo & valentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora