[Milena]
Fomos para casa de Issac onde sua mãe esperava a gente com um sorriso, provavelmente falso já que tinha perdido a mãe.
- Você veio Milena, como você tá? - ela perguntou tentando não parecer triste.
- Estou bem, mas acho que você não está. - fui direta.
- ... Tem razão, não sei como lidar com a dor da perda... - entrei com Issac e logo estávamos sobre a mesa.
- Você se acostuma depois, não vai ser muito complicado... - expliquei.
- ... Acho que não vou conseguir. - me olhou. - Afinal, não sou c-como você.
- ... - não tive resposta.
- Madre... - Issac a abraçou.
- Oh meu filho. - observei a cena a minha frente.
Eu nunca sei se é destino ou simplesmente maldição, mas nunca me acostumei com essa sensação de acolhimento. Eles têm tanto em comum como mãe e filho, eu nunca tive o amor de uma mãe, o que cheguei mais perto de uma foi Pietra, bom meu pai... nunca foi um bom Pai.
- Bom vamos comer! - Bianca falou sorrindo com lágrimas nos olhos.
Isso me tirou do mundo da lua.
- Sim...
O jantar foi extremamente calado sem nenhuma palavra trocada, parecia te que só tinha estranhos naquele lugar.
Depois jantar finalmente falamos algumas coisas, mesmo assim foram poucas.
- Vou me deitar... - Bianca falou se levantando.
- Mas já mãe? - olhou pra ela com tristeza nos olhos.
Ela assentiu e saiu.
- Deve realmente afetada... - sussurei.
- Sim, minha vô era tudo pra minha mãe. - disse.
- Seu avó ainda tá bem? - ele assentiu.
- Está, porém anda deprimido. - sorri.
- Ele amava sua vó com o coração então. - ele assentiu outra vez.
- Milena.. - olhei pra ele.
- Hm? - resmunguei.
- Você tá bem? Está tão pensativa e durante o jantar mal tocou na comida... eu sei que eu e minha mãe estamos passando por um momento delicado, mas você está tão distante. - abaxei a cabeça.
- Haha... estou bem. - lhe dei um sorriso falso e levantei.
- Já vai? - concordei com a cabeça.
- Vai ficar?
- Sim... minha mãe precisa de mim.
- Tudo bem... tô indo. - antes de ir embora, ele me levou até a porta.
- Isso me lembra a primeira vez que esteve aqui... - ele disse.
- Verdade. - olhei pra ele.
Por um momento nossos olhares se cruzaram. Suspirei e me aproximei do corpo dele, segurei sua cintura e o beijei de forma leve. Um beijo como se fosse de despedida, estava saindo e talvez não voltaria tão cedo.
- Preciso ir... - falei depois do beijo.
- Sim, cuidado. - avisou como se soubesse o que eu ia fazer e, de certa forma ele sabia.
Assenti é fui pro carro, assim que estava na estrada os pensamentos sobre o Jonatas vienheram a mente. Como aquele canalha estava vivo?! Ou melhor como ele conseguiu ajuda pra forja a própria morte?! Que ajuda ele recebeu?! Droga! Bati no volante, por que justo agora? Não tinha momento melhor pra me tirar a paz?
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