Amor Perigoso

Capítulo 30 - Adônis

Adônis Ferrer

Jaqueline dormia completamente agarrada a mim como se ela tivesse algum medo de que eu pudesse fugir dela durante a noite. Só que o que ela não sabia é que esse medo era todo meu. Dela fugir de mim. Mais uma vez!

O dia não está nem claro e já tem alguém me ligando, que inferno.

Deslizei para fora da cama com todo o cuidado para que Jaqueline não acordasse, arrumei o lençol em torno dela, vesti a calça já que eu ainda estava nú e peguei o celular saindo do quarto.

É claro que seria ele!

— Fala, diabo! –Digo assim que atendo.

— Onde fica a história de "meu Clarke favorito"?

— Hoje não! –Digo indo até a porta da cozinha e vendo a imensidão verde por onde a fazenda se estendia.

— Foi mal, não queria tirar você da cama tão cedo, mas eu não teria feito isso se não julgasse necessário.

— Tudo bem Rafael, o que você tem pra mim?

— É sobre a tal Flávia.

— Estou ouvindo.

— Ela não existe.

— Como assim não existe?

— Eu vasculhei por toda a parte, não há registro algum no nome de Flávia Oliveira, não com as características que você deu. Nenhuma rede social, nenhum extrato de banco, nenhum bem material em seu nome, ela simplesmente não existe e eu tenho duas opções.

— Quais seriam?

— Ou essa mulher tem muito o rabo preso ou ela mentiu a real identidade.

— Eu tô achando que é ambas as coisas.

— Não tem nada mais que eu possa investigar pra ver se eu descubro algo sobre ela?

— Não, infelizmente não, além do nome e das características físicas, não tem mais nada que eu possa relacionar sobre ela.

— Pois a não ser que vocês se encontrem novamente, no momento é praticamente impossível localiza-la.

Merda!

— Lembrei de mais uma coisa se isso for ajudar.

— Estou ouvindo.

— Ela disse que tinha negócios em Las Vegas um negócio de drogas, isso não é algo exclusivo dela, mas pelas características talvez, isso possa ser de alguma ajuda.

— Vou ver o que eu posso fazer.

— Obrigado Rafael.

— Agora vou deixar você voltar pra perto da sua mulher.

— Eu agradeço!

— Só uma pergunta... finalmente aliviou a frustração sexual dos últimos tempos?

— A sua sorte é que eu gosto muito de Valentina, se não eu já teria desconfigurado seu rosto a muito tempo.

— Que isso? Você transou noite passada né?! Devia está mais relaxado.

— Adeus, Rafael.

— Tchau, seu enjoado.

Encerro a ligação e como eu sabia que eu não ia dormir novamente resolvi fazer o café da manhã para que quando Jaqueline acordasse.

Alguns minutos mais tarde está tudo pronto e é nesse momento que a ruiva entra no quarto, com a carinha de sono mais linda do mundo, o cabelo revolto e ela está usando a camisa xadrez que eu havia usado no dia anterior.