+18 Dulce e Christopher viviam mundos diferentes.
Ele, diretor e médico de uma das maiores redes de hospitais da país. Rapaz conceituado e de família com alta influência social.
Ela, stripper da boate mais barata da cidade, desde os 20 anos de ida...
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Saímos da boate sem saber exatamente para onde ir. Olhava para os lados em busca de algum lugar mais calmo em que eu pudesse a levar para acalmar-se ao menos por alguns minutos, mas não achei. Então a levei para o meu carro. Dulce parecia um pouco extasiada com tudo que aconteceu, ela não havia me questionado, nem saído dos meus braços embora não me conhecesse.
Com as mãos livres, tirei meu paletó, coloquei sobre seus ombros, que o abraçou pela gola, tirei as chaves do carro, desativei o alarme e a pus no banco do carona, sob seus olhares atentos, porém não questionáveis. Peguei a garrafa de água que sempre levava no porta acessório do carro e a entreguei. Ainda sem olhar nos meus olhos, sempre mirando o chão, ela a pegou e levou até a boca. A observei enquanto ela fazia os movimentos curtos e ensaiados. Ela definitivamente era linda demais, e embora eu estivesse preocupado, não pude deixar de nota-la, era impossível não nota-la, para qualquer um.
— Obrigada. – Sussurrou, enquanto me entregava a garrafa com água de forma meticulosa.
— Não precisa agradecer. Você está melhor? – A olhei e sorri de forma acolhedora.
— Acho que sim. – Dulce respondeu, ainda sussurrando.
Eu ainda não conseguia descrever se os sussurros era pelo que aconteceu, ou por desconfiança comigo.
— Dulce, não é? – sorri, tentando ser o mais amigável possível.
Dulce balançou a cabeça em afirmativa, mas sem me olhar.
— Prazer, me chamo Christopher. – A olhei, estendendo as mãos, esperando que assim, ela pudesse me olhar.
Dulce olhou para a minha mão estendida e a tocou com a mão mais macia que já senti, a segurei colocando a outra mão sobre a dela, e ela finalmente me olhou. Bingo!
— Me perdoe pelo que aconteceu hoje, e por ter te deixado desempregada. – acariciei sua mão. – Não era meu objetivo.
— Tudo bem. – Dulce falou um pouco mais alto, com o tom de voz normal. – Não há problemas.
— Sério mesmo? Não é isso que sua expressão me diz. – sorri.
— Quer dizer, mais ou menos. – Dulce sorri sem humor. – Não estou chateada com você, se é que isso faz alguma diferença.
— Faz, com certeza faz. – sorri mais uma vez, colocando as mechas de cabelo que caia em seu rosto atrás da orelha.
Desta vez, Dulce me olhou nos olhos e eu pude verificar de perto o contorno do seu rosto, seu nariz pequeno, e pouco afilado, os olhos castanhos mel emoldurados por cílios negros e grandes, sua boca carnuda e com contornos marcantes, as maçãs do rosto cheias e rosadas, e seu queixo que se dividia ao meio por uma leve marca. Ela definitivamente era linda demais.
— Posso te deixar em casa? – A perguntei, embora quisesse passar mais tempo com ela, saber tudo sobre sua vida, saber o porquê que ela trabalha num lugar desse, quando mostrou que não tem estomago nenhum pra fazer programa.