CAPÍTULO 16

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Entrei no meu carro, respirando fundo quatro vezes, tentando controlar minha irritação, mas foi em vão

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Entrei no meu carro, respirando fundo quatro vezes, tentando controlar minha irritação, mas foi em vão. Bati no volante por duas vezes e suspirei. Queria muito desabafar, queria contar para alguém. Não. Não queria contar para alguém, eu queria contar para Dulce, queria estar em seus braços para que ela pudesse me dizer que iria ficar tudo bem, e isso é uma loucura, porque eu nunca vivi isso na vida com ninguém, menos ainda com ela. Era senti falta do que eu nunca tive. Não tive um contato direto com Dulce nem por 24 horas, mas o pouco que tivemos naquelas horas e seu sumiço ao longo desses meses me faziam sempre insistir por mais, como um vício, uma heroína que eu precisava injetar nas veias. Respirei fundo mais uma vez e fui em direção ao hospital. Mais um plantão me esperava.

Cheguei no hospital e há havia várias pendencias administrativas desta vez. O plantão estava correndo tranquilo. Quando terminei as pendencias administrativas fui até meu consultório e sentei-me, desabotoando o jaleco, até ouvir uma batida na porta.

— Pode entrar!

— Olá! Somos nós! – Any riu, entrando com Poncho e Christian, acompanhada de três pizzas. – Não te vimos hoje, então viemos jantar por aqui mesmo. – Sentou.

— E ai, cara, tudo certo? – Christopher bateu levemente em minhas costas.

— Na medida do possível. – suspirei.

— Não é o que sua cara diz. – Poncho deu um leve sorriso, abrindo as pizzas e pegando um pedaço – manda a bronca.

— Nada demais. Eu apenas discuti com minha mãe novamente. – pegando um pedaço de pizza, comendo.

— Ih, o que é que a jararaca da sua mãe quer de novo? – Christian revirou os olhos.

— Christian! É a mãe dele! – Anahí o repreendeu.

— Deixa, Any, deixa. – falei. – Nem eu tenho cabeça pra defendê-la hoje.

— E o que ela fez de tão grave? – Poncho me olhou.

— Vocês acreditam que ela me chamou porque queria me juntar com a Marcelle mais uma vez?

— Ih, voltamos pra faculdade. – Any revirou os olhos.

— Ninguém merece. Você disse não, não foi Christopher? – Poncho me olhou apreensivo.

— Claro! Eu nunca iria aceitar isso novamente.

— Graças a Deus, porque ninguém aguenta aquela poket de farmácia. – Christian revirou os olhos – e você iria ter que parar de procurar a Dulce.

— CHRISTIAN! – Reclamei.

— Eita, porra! Juro, foi sem querer.

— Quem é Dulce? – Poncho me perguntou.

— É, Chris, quem é Dulce? Está namorando e não nos disse? – Any sorriu.

— Não é nada disso.

— Não é mais queria.

— Cala sua boca, Christian! – Joguei uma azeitona nele. – falador do caralho.

— Tudo bem, Chris. – Any virou para o Christian – me conta, Fecho, quem é Dulce? – Any o olhou ansiosa.

— Ah, quer saber? O que é um peido para quem já está cagado? Vou falar. Dulce é uma garota, ex dançarina de estripper que o Christopher se apaixonou, mas aí a menina se escondeu dele e não conseguimos acha-la ainda, mesmo ela sendo amiga da mina que eu estou ficando.

— Obrigado, Christian, não poderia ter amigo melhor. – falei ironicamente, revirando os olhos.

— Como assim, gente? Estou chocada. Christopher, o nosso Christopher, se apaixonando por strippers?

— Ela não é uma stripper, pra inicio de conversa. Ela era apenas uma dançarina e o Christian sabe disso. – Lancei um olhar de repreensão. – Segundo que eu não estou apaixonado por ela. E ela não tem nada a ver com a história imunda da minha mãe. O Christian é um linguarudo.

— Ai, seria lindo ver você com alguém, Christopher. Sério, nunca o vi apaixonado por ninguém, e você está apaixonado por ela sim, seu olho brilhou quando o Christian falou dela. – Any rir. – Por mim total apoiado, sendo stripper ou dançarina, seja lá o quer for.

Revirei os olhos.

— Mas porque você está procurando ela? Ela sumiu? – Poncho perguntou.

— Sim. Sumiu. – revirei os olhos – sabemos onde encontra-la. O Christian está com a amiga dela. Mas ela não quer abrir o jogo, já tentei segui-la e tudo mais, mas não deu certo.

— Sério que você seguiu a Maite? – Christian me olhou surpreso.

— O que queria que eu fizesse, Christian? – O olhei cruzando os braços – Pedi pra você ir até a Maite colher informações da Dulce e você me volta praticamente namorando com ela, e até hoje, três meses depois nunca me deu uma informação que prestasse.

— Uou! Não posso fazer nada se a Maite não quer falar. Entendo que o assunto é importante pra você, mas não vou estragar meu lance com a Maite, só porque a Dulce quer brincar de Gasparzinho. E digo mais, por causa dessa brincadeira de pique esconde da sua cinderela, eu nunca pude nem se quer levar a Maite em casa, ou ir até lá. Ela corta meu pau se eu a seguir, e cortaria o seu também se descobrisse que você tentou fazer isso.

— Belo amigo, você é. – bufei de raiva.

— Não fica assim, Chris. – Any passou a mão em meu antebraço – vamos ajudar você.

— Não precisa, Any, sério. Não quero ninguém envolvido nessa história. Sem falar que a Dulce não quer nem olhar na minha cara e eu não lembro de ter feito nada com ela. Enfim, não precisa se incomodar.

Drº Christopher Uckermann, por favor, dirija-se a sala de raio X da urgência.

— O dever me chama! Podem ficar a vontade e terminar de comer.

— Já, já liberamos sua sala. Obrigada.

Sai do meu consultório indo em direção a sala de raio X, fazendo uma nota mental de dá na cara do Christian assim que acabasse o plantão. Entrei na sala e o burburinho que estava formado, sessou.

— O que houve?

— Drº o chamamos aqui por conta desse raio X. – A enfermeira entregou-me a placa de raio X. – Esse caso deu entrada no hospital a pouco tempo, vítima de um atropelamento. Não sabemos ao certo, estamos com dúvidas se devemos operar ou não.

Coloquei o raio X na parede de led e observei a imagem a minha frente.

— Não precisamos! É apenas uma luxação. Como está o paciente?

— Estável. Todos os sinais vitais estão bons, porém deu entrada no ponto socorro sem consciência, fizemos a tomografia que nos apontou uma deformidade no tornozelo, então preferimos fazer o raio X.

— Colheram o sangue?

— Sim, fizemos todo procedimento.

— Tudo bem. Não precisaremos cirurgiar, apenas imobilize o tornozelo, e eu irei analisar o caso. De antemão, aplique algum analgésico, isso deve doer muito quando ele acordar.

— Certo.

— Tirei a placa da parede de led e fui para a enfermaria da urgência, prescrevendo de forma automática, analgésicos e antiflamatórios. Observei cada paciente que estava internado, chegando até o ultimo leito. Quando abri a cortina que separava o leito, senti meu coração acelerar, e minhas mãos gelarem. Meu corpo tremeu e minha boca ficou seca. Era ela, era a Dulce!   

Give Me You - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora