+18 Dulce e Christopher viviam mundos diferentes.
Ele, diretor e médico de uma das maiores redes de hospitais da país. Rapaz conceituado e de família com alta influência social.
Ela, stripper da boate mais barata da cidade, desde os 20 anos de ida...
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— Estou bem! Na verdade preciso ir. – Levantei-me com pressa, dando de cara com seu rosto amassado e cabelo desgrenhado, caralho! Esse homem é realmente um tesão! — Mas porque tanta pressa? – Christopher levantou-se, enquanto me olhava pegando minhas roupas com rapidez. — Eu não deveria passar tanto tempo aqui, Christopher. – Entrei no banheiro, me vesti, joguei uma água no rosto, bochechei com um pouco do enxaguante bucal que encontrei ali, e sai do banheiro, penteado meus cabelos com os dedos. Christopher entrou no banheiro, escovou os dentes e voltou para o quarto e me observou por alguns segundos antes de falar. — Dulce, por favor, vem aqui! – Puxou minha mão, sentando-se na cama e me fazendo sentar com ele. – O que eu fiz de errado pra você sair nessa pressa toda, foi por conta de ontem? Me desculpe, não quis forçar nada. — Não é nada disso, Christopher. – suspirei, ponderando se deveria falar o real motivo ou não. — E o que aconteceu? Se é que posso saber. — Não é nada com você, juro. – Menti – Olha, eu te agradeço demais por tudo que fez por mim, sério. Mas eu não posso abusar de você, a gente não se conhece. Você deve ter seus compromissos, seu trabalho, suas coisas, não posso simplesmente me empoleirar aqui, também não quero que ninguém chegue e veja aqui, olha a confusão que ia dar! – falei um pouco mais rápido do que deveria. Sim, essa é uma característica minha que eu odeio! Quando fico nervosa, atropelo um pouco as palavras. Christopher soltou uma risadinha, e eu fiquei sem entender, qual foi a merda que eu falei dessa vez? Para mim o que eu disse faz todo sentido do mundo. — O que eu disse para você rir? – Olhei, cruzando os braços, com certeza estava de cara feia. — Nada exatamente, Dul. Olha, se sua preocupação é que chegue alguém, posso te garantir que não vai chegar ninguém. Eu não tenho ninguém, Dulce. — Para com isso, Christopher! – Fiquei surpresa com o que ouvi. – Você está me dizendo que não tem namorada, noiva, esposa, rolo, nada? Mentira sua! — Não tenho para quê mentir, Dulce. – Christopher riu – Não iriamos está aqui nesse momento, talvez não tivéssemos nem nos conhecido, porem discordo que nós não nos conheçamos. Em um pouco mais de 24 horas sei muita coisa sobre você, talvez não perceba, mas é um livro aberto. — Não tanto. – revirei os olhos – só falo mais do que deveria. — Não é mais do que deveria! – Christopher me pega de surpresa com um selinho. – Estou querendo beijar você desde que acordei, posso? – Ele perguntou ainda de olhos fechados com a boca próxima a minha. Quem seria a idiota de recusar? O hálito mentolado dele estava me arrepiando, e seu cheiro me deixando louca. — Se não passar disso... – sussurrei sem muita certeza do que eu estava dizendo. — Pode deixar, que não irá. – Christopher sussurrou antes de me beijar. Me beijou calmamente, mas não durou muito tempo, o beijo de Christopher exigia mais de mim, e eu o dei, retribuindo a altura. O leve toque dele me instiga, me deixa sem eixo. Ele era um caminho de perdição, um tiro no escuro que o meu bom senso não estava conseguindo lidar, além da minha calcinha molhada, eu podia ver minhas correntes cerebrais tentando voltar para o lugar, enquanto me perguntava o porquê eu ainda não tinha ido pra cama com esse cara. Interrompi o beijo, porque caso eu não fizesse, em pouco tempo, Christopher não iria cumprir sua palavra. Sua mão deslizando sobre minhas costas, lutando conta o fecho do meu sutiã o denunciava. — Christopher! – Quis repreendê-lo, mas meu sorriso não me deixou fazer de forma correta – vamos parar, tudo bem? Não temos o direito de ficar nos beijando. — Porque não? – Ele franziu o cenho. — Porque não, ué. Já disse, não nos conhecemos, não somos amigos, nem nada. — Tudo bem. – Christopher revirou os olhos. – Me desculpe por não resisti a você. – Deu um sorriso unilateral. – O que quer que façamos? — Primeiro de tudo, realmente preciso ir embora, preciso ir até a casa da Maite, preciso saber como ela está, e tudo que aconteceu depois que fomos embora. — Certo. — Segundo, eu quero pela milésima vez te agradecer por tudo que fez por mim, sério, você é um cara incrível! — Eu sei. – Christopher sorriu. — E convencido, também. – ri e levantei-me. – Preciso ir mesmo. Obrigada por tudo. – estendi minha mão para pegar na sua. – Foi um prazer, quem sabe nos esbarramos por ai. — Primeiro de tudo, baixa essa mão. – Christopher puxou-me pela cintura, abraçando-me – não quero que você se despeça de mim, dessa forma, segundo sem essa de esbarramos por ai, não quero perder contato com você, Dulce. Sei que não quer se envolver comigo, já notei quantas vezes você me rejeitou. – sorriu sem graça. — Deixa de falar besteira, Chris! Nós nos beijamos agora pouco. — Sim, mas sempre com interrupções suas. Sei que você não tem obrigação de me querer, enfim, mas não podemos nem manter algum contato? — Christopher, somos de mundos totalmente diferentes, não há nada que nos encaixe. — Com certeza tem. – Christopher sorriu maliciosamente. Dei um tapa no seu braço. — Deixa de ser safado! Christopher riu. — Ok! Tudo bem! Mas não vai embora dessa forma. Me deixa ao menos te levar na casa da Maite. — Sem chances, Christopher! O telefone de Christopher tocou antes que ele pudesse protestar. Ele respirou fundo e soltou-me.
— Só um minuto. – Christopher caminhou até o bolso da calça e o atendeu. – Alô? Oi! – Me olhou como se averiguasse que eu estaria ali. – Como assim?! De novo? Não acredito. – Christopher começou a caminha de um lado para o outro no quarto. – Tudo bem! – Suspirou – Estou a caminho. – Desligou o celular e me olhou. – Dulce, o trabalho me chama, mas não sai, dai! Não terminamos nossa conversa, vou tomar um banho rápido e mesmo que não queira, vou te levar na casa da Maite, não vou te deixar andando pela cidade sozinha. Me espera. Christopher entrou na suíte do quarto, e eu suspirei. Que homem, senhor! Porém, por mais que minha luxuria e meu desejo pedisse, não ia esperá-lo, como eu disse, éramos de mundos totalmente diferentes, nós nunca nos encaixaríamos, nem como amigos. Varri o quarto com os olhos, até achar meu objeto de desejo no momento, um bloco de notas com uma caneta sobre ele. O peguei e escrevi com rapidez.
" Você em poucas horas se tornou alguém muito especial! Obrigada por ser tão maravilhoso. Até um dia! Beijos, Dulce Maria!"
Tomei a liberdade de abrir seu guarda roupas, pegar uma camisa de botão longa e pude sentir seu cheiro em longa escala. Porra! Que sorte tinha qualquer uma que tivesse esse cara. Tirei a camiseta que estava usando desde que cheguei e vesti a de botão, e bingo, ficou como um vestido, ele era enorme, em todos os sentidos. Ri do meu próprio pensamento e voei para fora do apartamento. Passei pela portaria, encarando os olhares feios das senhoras conservadoras e o de interrogação do porteiro, que me deu um bom dia enquanto me olhava de cima a baixo. Ok, Dulce Maria, estupida! Como vou para casa da Maitê, sem nenhum puto? Encontrei um ponto de ônibus duas quadras depois, e não demorou muito para que o ônibus que ia até o centro passasse, entrei pela porta de trás sem ser vista, ficando encolhida no batente. Fiz o mesmo com o outro ônibus do centro, até chegar no bairro em que eu e Maite morávamos. Trinta minutos depois, já estava levando uma bronca da Maite! — VOCÊ O QUE?!