Capítulo 65

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Rose narrando:

   O jantar com os gêmeos foi melhor do que eu imaginei, eles receberam a notícia muito bem. Antes de ir embora, decidi passar no quarto de Íris para conversar um pouco com ela. Bati na porta, e ouvi ela responder.

- Entre.

   Entrei devagar. Ela estava sentada em uma poltrona, com um caderno de capa preta nas mãos. Íris me olhou de uma maneira estranha.

- Há quanto tempo sabe que Simon não é um Stuart legítimo? - Perguntou ela, me surpreendendo.

- Como você...? - Perguntei.

   Antes que eu pudesse terminar a pergunta, ela levantou com o caderno nas mãos e me mostrou uma página específica.

- Leia apenas essa parte. - Disse ela.

   "... Achei que esse segredo estaria seguro, mas aquele maldito Mercier descobriu e o pior, Rose agora sabe também. Consegui persuadi-la para que ficasse quieta e sinceramente, conto com esse silêncio, Simon jamais saberá, e o Conselho também não. "

    Depois de ler percebi que aquilo era de James. Íris ainda me olhava, esperando uma resposta.

- Escute, as coisas não são como pensa.

- E como são?

- Senta aí que eu te explico.

     Ela sentou e eu comecei a falar.

- Olha, eu descobri isso por acaso. Foi depois que eu e James fizemos o acordo para capturar Mercier, eu estava limpando o escritório dele e achei uma carta do próprio Mercier, quando dei por mim eu já estava lendo.

- E essa informação estava nesta carta?

- Sim. Quando James chegou eu estava com a carta nas mãos, ele me olhou nervoso e pegou a carta, me implorando para ficar quieta, até me ameaçou.

    Íris ficou quieta, ela pôs as mãos na cabeça e me encarou, com os olhos lacrimejando.

- Eu sei tudo o que ele fez para você, mas, meu irmão não era uma pessoa ruim, Rose. Eu sei que nada justifica as coisas que ele fez, e eu não o defendo, mas, eu nunca o entendi tanto quanto agora, sabe, é como se agora, tudo ficasse mais claro.

- E, suponho, que esse caderno que tenha feito você entedê-lo melhor, não é? - Perguntei.

   Ela assentiu, abraçando o caderno como se o estivesse protegendo.

- Sabe, uma vez ele me disse que eu era igual a ele, e estou começando a perceber que talvez fosse verdade. Temos as mesmas atitudes em relação a várias coisas.

- É, eu sempre notei isso. - Respondi. - Mas, isso não quer dizer que você tem que agir da mesma maneira que ele.

   Íris assentiu.

- Eu sei. - Disse ela. - Sabe, meu irmão podia ser um idiota, imbecil na maior parte do tempo, mas, fazia tudo pelo bem daqueles que amava, da maneira dele, mas, fazia.

- Você vai ficar bem, Íris. - Disse eu.

- Pretende contar a verdade a Simon? - Perguntou ela.

- Eu não sei. Uma parte minha acha que ele devia saber, e outra parte tem medo do que pode acontecer se o Conselho da Máfia descobrir, e outra parte lá no fundo, acha que eu devo isso a James.

- Pensei que o odiava. - Disse Íris.

- E eu odiava, muito mesmo. Mas, quando me lembro do olhar dele na última vez que o vi, me pedindo para cuidar de vocês, me vejo no dever de cumprir a promessa.

- Obrigada, Rose. - Disse Íris. - Por estar aqui.

- Sempre estarei aqui. Quero que me veja como sua amiga.

- Nunca tive amigas na vida.

- Bom, agora tem.

     Eu fui até ela e a abraçei.

- Pode contar comigo sempre, Íris.

- Obrigada, Rose.

   A abraçei mais uma vez e sai do quarto dela. Assim que fechei a porta, me recostei nela e suspirei, fechando os olhos, comecei a pensar se algum dia eu diria a verdade a Simon.

- Rose.

   Me assustei quando escutei alguém me chamando.

- Simon, você me assustou! - Disse eu.

- Perdão, minha rosa. - Disse ele, sorrindo. - Conversou com Íris imagino.

- Sim, nós duas conversamos.

- Que bom, vamos lá para baixo. - Disse ele indo na frente.

- Simon... - Comecei.

- O quê? - Perguntou ele.

- Nada.

   Eu o segui e fomos juntos.

Meses depois...

   Finalmente havia chegado o dia, Simon e eu iríamos nos casar. Eu estava em um dos quartos do cassino, me preparando, me olhei no espelho e não conseguia acreditar que isso estava acontecendo, será que finalmente serei realmente feliz?

   Susan entrou no quarto e me olhou, sorrindo.

- Você está belíssima, minha amiga. - Disse ela, me abraçando. - Fico tão feliz por ver você seguindo sua vida depois de tudo que passou.

- Obrigada. - Disse eu. - Sabe, achei que minha família estaria comigo quando eu me casasse, mas, as circunstâncias não permitiram.

- Oh, minha amiga, não fique assim.

- Tem razão. Além do mas, jurei a mim mesma que voltaria e me vingaria de minhas irmãs por tudo que fizeram.

- Elas merecem o pior dos castigos mesmo. - Disse Susan. - Agora, esqueça essas cobras e vamos, seu futuro marido te espera.

   Saímos em direção á igreja. Assim que cheguei, me dirigi a entrada, as portas se abriram e a música começou a tocar. Fui entrando lentamente e lá estava Simon, sorrindo para mim. Caminhei até ele e peguei a sua mão, que estava estendida para mim, ele sussurrou em meu ouvido:

- Está lindíssima, minha rosa.

   Apenas sorri. A cerimônia se iniciou, e no fim o padre disse a frase tão esperada.

- Eu os declaro marido e mulher.

   Simon e eu nos beijamos ao som das comemorações, ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou:

- Agora sou oficialmente seu e você oficialmente minha, minha rosa.

   Eu sorri e o beijei novamente. Simon pegou em minha mão e seguimos em direção ao cassino, onde seria a festa.

Nota da Autora:

   Olá! Gente, primeiramente, peço desculpas por ter sumido esses dias, estive ocupada com algumas coisas. Mas, por favor continuem acompanhando a história, curtindo e comentando, ainda tem muita coisa para acontecer e muitos segredos para serem revelados.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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