Eu e minha irmã

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Acordo com uma luz nos meus olhos. Um senhora gorda veio até mim. Ela me diz algo, mas eu não consigo escutar direito então peço pra ela me ajudar a levantar e falar novamente, mas dessa vez mais devagar.
- Sua pressão baixou.- falou ela enquanto eu olhava a sala pequena em que estávamos. Acho que era a enfermaria. - você está melhor?

-Sim - menti. Tudo estava girando ainda e eu percebi que estava com fome.

- Você precisa se alimentar - disse ela enquanto chamava alguém do outro lado da sala.

Aceno com a cabeça. Um senhor entra na sala.
-Senhorita Miller, pode deixar comigo.- Falou ele com autoridade e ela saiu meio confusa.- Senhor Dellor, está se sentindo realmente melhor?

Pelo tom dele, eu não havia o convencido e por algum motivo ele me chamou pelo sobrenome. Era só o que me faltava! eu odeio quem me chama pelo sobrenome.

- Sim, estou ótimo. - mal acabei de falar e meu estomago me traiu fazendo um protesto devido a fome. ignorei e continuei - Quem é você?

Ele me olhou de cima a baixo e pediu para que eu o acompanhasse. Saindo da enfermaria ele se virou para mim e falou:

- Sou William Rumberfield, Diretor da escola. Geralmente não temos muitos casos de desmaios aqui então vim eu mesmo verificar.
- Agradeço a preocupação, mas acho que já posso voltar e retomar meu dia. - falo querendo que ele vá embora.

Ele faz um "ok" de um jeito engraçado e me deixa no refeitório. Era hora do almoço. As mesas eram dispostas num circulo e semi-círculos de modo um em que cada grupo ficasse isolado. Tinham os nerds, as esquisitonas e os cara com espinhas amarelas na cara, os gamers, os leitores, os idiotas, os mais-que-idiotas, os de gosto musical estranho, os gays alto-astral junto com as lésbicas inteligentes, os jogadores e as lideres de torcidas e lá estava ele. Me encarando com um sorrisinho torto e fingindo falar com as duas garotas que estavam perto dele. "Qual o problema dele ?" me pergunto enquanto vou até a fila pegar a comida. Alguém esbarra em mim e tenho uma surpresa. Era a Clary.

- Então quer dizer que você desmaia e não me conta nada, Ka?

- Só não queria te perturbar- falo enquanto pego um pouco de frango empanado.

Clary bufou. Eu sabia que ela é vegana, mas não pensava que levasse a sério ao ponto de não querer me ver comer carne. Ela pega uma coisa que parece ser sopa de espinafre e eu penso no quanto nessas horas eu tenho certeza que minha irmã é louca. Ela então pergunta:

- Fez algum amigo? ou quem sabe uma namoradinha? - olho pra mesa em que Vênus está. ele me encara de volta, engulo em seco e respondo-a.

- Se você acha que conhecer o diretor ou a enfermeira-chefe corresponde a essas expectativas, então sim.

Ela riu tão alto que as mulheres que estavam nos servindo se espantaram. Ela olhou pra mim com os olhos lacrimejando de tanto rir e disse:

-Claro que não é!- eu e ela pegamos nossas bandejas com nossas comidas e fomos sentar juntos.


Como se não bastasse a bizarra sopa de espinafre ela pegou cenouras, batatas fritas ( que eu também peguei), batata doce e um suco de maracujá que parecia estar fantástico. Vimos um semi-circulo com 5 cadeiras acolchoadas vazios, então resolvemos sentar lá. Olho pra minha bandeja e fico encarado o que eu escolhi : batatas fritas, frango empanado, arroz, molho holandês, bastante pedaços de frango frito e um copo enorme de suco de abacaxi com hortelã. Rio e olho pra Clary imaginando a raiva dela e como talvez ela iria olhar pra mim comendo o frango e ficasse torcendo para eu engasgar até a morte. Ela estava olhando para o fundo de um dos círculos e encarando alguém. Olho na mesma direção e vejo Petúnia conversando com um pessoal que parecia curtir um rock alternativo. Clary percebe que eu a vi e tenta disfarçar colocando a colher na sopa e comendo os pedaços de espinafre.
- Qual é a de você e a garota com nome esquisito de rosas? - pergunto comendo uma garfada de arroz com frango empanado e tomado um pouco do suco. Ela hesita por um momento e fala.
- Qual é a SUA com o garoto-planeta? - engasgo com o suco e ela ri. Eu fico todo vermelho por ela ter tocado no assunto.- e o nome dela tem a ver com flores...

- Por que você citou o nome dele? - falo me recompondo e tomando mais um pouco de suco.

- Talvez porque eu tenha visto ele te secando desde a noite do jantar.- aquilo me pegou de surpresa e ela percebeu que eu fiquei atônito. Quando eu vou falar ela me interrompe e diz.

- Eu... Nós... Somos apenas amigas. Fizemos um trabalho juntas uma vez, ou outra. Eramos próximas até pouco tempo atrás, mas tudo mudou em tão pouco tempo... - Fala Clary com um tom amargurado. Decido não tocar mais no assunto e vou comer. Olho pro meu prato e penso que peguei muito frango pra comer sem ao menos ter percebido. 

 

-Planos pra hoje? - pergunto com a boca cheia de frango empanado. Ela me olha com os olhos flamejando, porque sabia que eu fiz aquilo de proposito, afinal sei muito bem mudar de assunto quando eu quero. 


- Talvez eu saia com alguns amigos. Vai ter uma banda legal por aqui chamada selvagens a procura de lei. Me parece ótima, apesar de eu estar viciada em apenas uma musica deles. - Ela sorri e percebe que o celular está tocando. Pela cara dela algo grave tinha acontecido - Calm... Mã... Espera! - A ligação tinha caído e ela estava pálida. 

- O que merda aconteceu Clarissa? - Ela olhou pra mim e pegou meu braço enquanto saiamos correndo do refeitório. - Clarissa, fala algo! - Ela para em frente os portões de saída da escola.
- É a mamãe... Tio Victor, alguém o feriu. Ele está mal Kalef e a mamãe está desesperada. 

- Por que ela não o leva no pronto-socorro mais próximo?- Falo sem pensar. Não havia hospitais, pronto-socorros ou clinicas medicas no vale das corujas. Havíamos conversado isso no carro. Eu gelei. Senti uma coisa estranha e alguém está respirando atrás de mim. Me viro e vejo petúnia com chaves de um carro e ela fala: 

- Estou ciente do problema e minha mãe mandou ajudar vocês... 






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⏰ Última atualização: Nov 28, 2015 ⏰

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