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Capítulo 18

Era terça feira quando Rafa desembarcou no aeroporto do RJ.
Estava exausto, desde domingo de manhã quando pegou o vôo para Porto Alegre, e deu alguns cochilos, não sabia o que era descanso.
Recebeu uma ligação da mãe na madrugada de domingo, dizendo que sua irmã ia ser operada às pressas, Rafael era louco pela família e sua irmã era seu xodó, não pensou duas vezes em voar para ficar perto dela e dos pais, chegando lá Juliana já tinha sido operada, de uma apêndice que supurou, Ju teve um pós operatório complicado e ele ficou com os pais em todos os momentos.
Ju passou a segunda recebendo toda a atenção possível e agradecendo mentalmente pela melhora dela, Rafa conversou com os médicos que garantiram pra ele que estava tudo bem e Ju teria alta no dia seguinte, o que o liberou pra voltar pro RJ.
Deu graças por ter um gerente que além de confiança, era muito amigo e deixou o restaurante naquele dia nas suas mãos.
Como saiu de madrugada não avisou Talita que tinha que viajar. Depois as coisas complicaram tanto que ele não teve cabeça de ligar pra ela.
Pegou o carro que tinha deixado no aeroporto, passou no restaurante e depois de duas horas no lugar e verificar tudo, foi pra casa.
Chegando lá tomou um banho e foi pra cama, pegou o celular pra ligar pra Talita, fez 3 ligações e ela não atendeu nenhuma. Aliás, tinha quase certeza que a última ela interrompeu a ligação, exausto dos dias corridos, Rafael não postergou mais e adormeceu.
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Talita olhou pro celular possessa com a audácia da pessoa.
Depois de quase 4 dias o safado volta a dar sinal de vida. Depois do trabalho de sábado Talita ligou pra ele, conversaram um pouco e entendeu que dia de sábado seria complicado de se verem, pq ele gostava de acompanhar o movimento do restaurante.
No domingo pensou em ligar novamente, mas tava com receio que ele a achasse muito pegajosa. Segunda feira estava mais irritada consigo mesma, por não entender que ele não prometeu nada pra ela, então não tinha pq ficar dando satisfação. Terça feira tinha um sessão de fotos com outras modelos, agradeceu pela distração até a hora do almoço quando seu telefone começou a vibrar.
As duas primeiras ligações preferiu ignorar, mas a terceira, já irritada com a insistência interrompeu a ligação.
Não queria falar com Rafa, não agora que ele voltou a dar sinal de vida.
Se tinha uma coisa que ela tinha que fazer antes de resolver qualquer situação, era deixar sua raiva, irritação, desconforto com algo, chegar ao seu nível máximo, pra remoer tudo, xingar, esbravejar e depois resolver. Nesse momento se Rafa aparecesse na frente dela, não responderia por si.
Voltando pra suas fotos Talita tentou esquecer o assunto.
Chegando em casa naquela tarde encontrou Vivi com seu amigo fotógrafo Pietro, ele estava tentando convecê-la a irem caminhar num parque perto ali de onde moravam. Vivi que era do meu time de quanto menos exercício melhor, estava com caras de poucos amigos.
Talita adorava os amigos da Vivi, eram todos descolados e sempre foram muito simpáticos com ela, indo pra cozinha pegar um pote de sorvete, Talita ficou rindo das tentativas frustradas de Pietro de convencê-la a sair. Voltou pra sala e ficou conversando com eles... sorvete, amigos e boas risadas fizeram um bem danado pro seu humor.
Deixando os dois na sala, foi pro banheiro tomar banho, ainda eram 18 hs e nesta terça não tinha muito o que fazer. Saindo do banho enrolou uma toalha na cabeça e colocou um roupão de flanela que amava, era ideal pro friozinho que se aproximava. Vivi bateu na porta avisando que ia dar uma volta, e a convidando, recusando o convite, apesar de estar mais animada ainda não se sentia uma boa companhia.
Alguns minutos depois ouviu a campainha tocar, achando que Vivi podia ter esquecido a chave, abre a porta e dá de cara com Rafael, encostado na parede.