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Rafael pouco ia em outros restaurantes nos últimos tempos. Mas como seus amigos já tinham ido em seu restaurante duas vezes, ele topou encontrá-los em outro lugar.
Como era o último dia deles escolheram um dos restaurantes badalados pra começarem a noite, depois iriam pra um baile funk, ao todo eram 4 homens e duas mulheres, todos amigos de longa data.
Rafael estava sentado de frente pra entrada do restaurante, mas pouco se ligava quem entrava e saia do local, a mesa estava animada, todos satisfeitos escolhendo um dos pratos que levavam os nomes de artistas, estava brincando com uma das meninas quando sentiu uma coisa familiar e olhou em volta. Levou um choque quando viu Talita entrando, mais linda do que nunca, os cabelos que ele tanto amava, estavam soltos, a pele bronzeada. Vestida de uma calça cintura alta branca, o que só fazia evidênciar as longas pernas, e uma blusa que caía em um dos ombros, deixando sua pele à mostra. Ele sentiu sua boca secar com a pontada de desejo. Ela estava radiante, e não o tinha visto.
Rafael percebeu seu acompanhante, e viu que Marcos estava com a mão na cintura dela, indicando o caminho pra mesa. Ele teve certeza que Marcos o viu, Rafa teve ânsia de levantar e socar a cara dele. Estava praticamente se segurando pra não ir na mesa e arrancar Talita de lá.
Marcos a fez sentar de costas pra ele. Amassando o guardanapo ele sentiu sua raiva só aumentar, porque isso só confirmou o que ele percebeu.

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Talita não estava gostando nem um pouco daquela intimidade que Marcos estava insinuando entre eles.
Várias vezes ele a tocou, discretamente é claro, mas ela não estava se sentindo a vontade.
Quando chegaram no restaurante, ele mal a deixou a vontade de olhar o ambiente, e a encaminhou pra mesa deles. Rezando que a noite acabasse logo Talita começou a olhar o cardápio.
Não sabia se era o lugar, se era a companhia, mas estava muito desconfortável. Tinha ido naquele lugar duas vezes com o Rafa... Rafa... sempre nos pensamentos dela. Dando um suspiro desviou os pensamentos pro cardápio novamente. Depois dos pedidos feito, Marcos começou a puxar assuntos aleatórios, pessoais, Talita tinha decidido que se no final da noite ele não se tocasse que não rolaria nada, ela falaria abertamente com ele.
Poderia soar clichê, mas não era ele o problema, era ela quem não queria nada com ninguém, era honesta o suficiente consigo mesma pra admitir que ainda gostava de outra pessoa. E não se via vivendo tudo o que passou com o Rafa com outra pessoa, não ainda.
Depois que os pratos chegaram a conversa rareou um pouco, Talita estava mais do que satisfeita com o prato, então dispensou a sobremesa. Mas Marcos insistiu em comer, então ela pediu uma também, enquanto ele fazia os pedidos ela pediu licença e foi ao banheiro.
A sensação de estar sendo observada a noite toda, ainda se fazia presente, olhando em volta do salão ela foi pega totalmente de surpresa.
Rafael, a poucas mesas de distância, rodeado por duas moças, e alguns rapazes, a estava encarando de volta.
Talita meio desnorteada, seguiu rumo ao banheiro, mas do que nunca precisava sair daquele lugar.
Ela se trancou numa cabine e se sentou no vaso, meu Deus, que sensação horrível que estava sentindo. Já tinha imaginado várias vezes um reencontro com ele, afinal, moravam perto, quem sabe um dia não se esbarravam. Mas todas as situações imagináveis, ela estava com suas emoções sobre controle. O que óbviamente não estava ocorrendo no momento.
Ela estava sentindo um frio na barriga, misturado com uma dor terrível no peito, uma vontade de gritar, ou ir lá sentir ele. Sensações que misturadas, causaram um rebuliço de emoções dentro dela. Estava fraca, não queria voltar pro salão, mas se tinha uma coisa que nunca fez nessa vida foi se esconder, mesmo nos momentos mais difíceis, ela semp e enfrentou tudo.
Saiu da cabine, se recompôs e saiu do banheiro.

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