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"Por favor Rafa, me dá um tempo... não quero falar com você..."

Sentindo toda a frustação da distância, Rafael num nível de irritação imenso tacou o telefone no chão. Foi pro quarto e se deixou sentir pena de si mesmo, de toda a injustiça que estava passando.
Estava também ressentido e magoado, ela não tinha o direito de desconfiar tanto assim dele. Voltando pra sala, foi ver se o celular ainda funcionava. Montou ele e o ligou. Fora a tela que estava imprestável,.ainda estava funcionando. Mandou uma resposta pra ela.

" Você tem certeza? Ficar sem falar comigo não é a solução, a gente pode resolver isso conversando... pensa bem Tá... acredita em mim"

Esperou por uma resposta que não veio. Ele estava cansado, tinha quase dois dias que não descansava direito, sentou no sofá e olhou pros papéis espalhados na mesa de centro. Nessa correria toda tinha deixado de lado seu projeto. Tentando manter a cabeça ocupada ele mergulhou no trabalho, a cada hora passada seu estado de nervos ia ficando mais exaltado. Não tava acreditando que ela ia terminar com ele, sem ele ter feito nada, sem dar a chance de se explicar.
Rafael no auge da sua indignação resolveu que não a procuraria mais, iria deixar ela decidir o que queria.
Voltou a atenção pros papéis e tentou esquecer Talita.

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Tinha se passado uma semana que ela não falava com Rafael, ele fez o que ela pediu e não a procurou mais. Talita estava irritadíssima com isso.
Mas tinha chegado a conclusão que, não queria essa vida de desconfiança pra ela, ele não deu nenhuma segurança de que queria um futuro com ela, além de um namoro.
Talita na sua experiência, sempre achava que não era totalmente digna de ser amada, sua auta estima não era elevada, achava que mesmo nos momentos de felicidade tinha alguma coisa que viria atrapalhar. Várias vezes Vivi falou pra ela procurar ajuda pra melhorar sua auto estima, pra ela perceber que era sim digna de ser amada e querida.
Mas era um problema que ela tinha que resolver consigo mesma, Rafael só veio confirmar o que ela pensava.
Triste com a sua resolução ela ligou pra ele.
Nervosa aguardou que ele atendesse.
- Alô - disse do outro lado.
- Oi... sou eu - agora que ouviu a voz dele, não sabia se teria toda essa coragem.
- Eu sei que é você Talita... estava esperando seu telefonema... vai acabar com toda essa confusão?
- Rafa... as coisas são complicadas, eu... eu não quero mais... eu não aguentaria essa desconfiança toda.
Rafael suspirou do outro lado.
- Não faz isso Tá, você está acabando comigo com essa falta de confiança em mim... eu não sou esse cara que saiu no jornal porra.
- Rafa... não posso... - desligando o telefone ela ficou ali, chorando até uma das meninas vir tirá-la do seu estado de miséria. Não sabia se tinha tomado a decisão certa. Só sabia que queria esquecer e curar a dor que estava sentindo.

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Rafael entrou no automático a partir daí, sua rotina era academia, praia e trabalho. Novembro estava próximo e ele enfim ampliaria os dias de funcionamento, e ainda teria serviço de delivery, que muitos clientes pediam.
Com 3 meses de funcionamento seu bistrô estava crescendo, e ele não podia deixar de se orgulhar.
Quanto a Talita, ainda não se conformava com o fim que ela deu a eles dois. Estava magoado e ressentido com ela. De vez em quando olhava as redes sociais dela, só assim pra saber o que ela estava fazendo. Mas ela postava muito pouco. Sua última foto era ela sorrindo pra um cara, de modo apaixonado, era uma campanha de Natal.
Rafael suspirou, queria logo sair dessa sucessão de dias que sua vida se tornara. Sua família chegaria pra passar as férias de final de ano na cidade. Seria uma boa desculpa pra parar de sentir pena de si mesmo e seguir a vida.

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Talita saiu da reunião com os executivos da empresa um pouco zonza. Eles tinha feito uma proposta extra pra ela. Seu rosto estava se tornando a marca registrada deles.

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