Cap. 07- Azar.

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Droga, droga, droga, mil vezes: Droga. Ou eu tinha um enorme azar ou tinha um grande forte para atrair pessoas em momentos que eu não quero, mas acho que a primeira opção se encaixa mais. Tudo bem que ela não era chata, nem perto disso, mas ela faz-me lembrar do Oscar, e bem no meio da minha família. Agora Maxon parecia ter entendido o pavor em meus olhos, já que ele riu olhando por cima do meu ombro onde suponho ser a porta. Revirei os olhos para ele, dando-lhe língua após engolir a comida para não ser nojento, e voltei a comer normalmente enquanto dizia para mim mesma que ela não tinha me visto-- e que não me veria.

-- Quem é a garota que você está se escondendo?-- Maxon me perguntou.

-- Não estou me escondendo de ninguém, você que deve estar delirando.

-- Não estou delirando, apenas vi muito bem quando ficou tensa na hora que aquela mulher entrou!-- indicou com a cabeça por cima do meu ombro esquerdo e eu respirei fundo.

-- Apenas a conheço e não quero que me veja-- dei uma desculpa qualquer.

-- Sei...

-- Ainda bem que você sabe-- tentei disfarçar, mas acho que não deu porque ele me olhou cm uma expressão estranha no rosto.

Terminei de comer e levantei para ir até a pia colocar meu prato, mas antes olhei em volta me certificando que Gabriele já estava fora de vista. Com passos rápidos cheguei a área de serviço, tomando um susto ao ver a loira conversando com Thalia. Arregalei os olhos impulsionalmente ao tempo que ela me olhou e sorriu, chamando por meu nome.

-- Oi-- falei com vergonha.

-- Artémis! Nossa que coincidência, criatura!

-- Vocês se conhecem de onde?-- Thalia alternou o olhar entre mim e Gabrieli.

-- A Gabrieli é irmã de um professor meu-- tentei ser rápida.

-- Não me chame de Gabrieli, por favor, apenas Gabi.

-- Certo.

-- Mas porque diabos se conhecem se ele é apenas seu professor?

-- Nós encontramos em um comércio perto da minha casa, ontem a noite-- Gabi disse gesticulando com as mãos de uma forma que parecia uma dança.

-- Ah ta-- Thalia disse.

-- Vou indo ali-- falei arrastado e apontando com o polegar para o lugar por onde havia vindo.

Fui trotando, igual um cavalo mesmo, até onde Maxon estava e praticamente me joguei na cadeira de plástico, apoiei o cotovelo no braço e o queixo na mão. As palavras do senhor Emboaba voltaram aos meus pensamentos e eu ainda tentava cogitar o significado de tudo aquilo. Como ele poderia saber algo de mim, além do que lhe falei ontem, se no dia que eu o encontrei na escola ele disse que nunca havia me visto antes? É um pouco confuso devo admitir, mas é uma confusão que eu adoraria entender. Nada do que eu pensava se encaixava direito na situação, nem perto disso, o que me deixava maluca. Argh! Vou matar esse homem à facadas da forma mais torturante possível por quase me fazer enlouquecer com apenas uma frase, idiota por sinal.

Estava tão perdida em pensamentos que nem liguei quando uma pessoa sentou ao meu lado.

-- Oi-- falou. Agora eu sabia que era um homem.

-- Oi-- falei sem olha-lo, as ideias ainda ferviam em minha cabeça.

-- Como está?

-- Mais ou menos, e você?

-- Bem, senhorita Sky.

Levei um susto e abafei um grito com as mãos. Olhei apavorada para o lado encontrando um par de olhos me olhando fixamente. O canto de sua boca estava levantado em um mínimo sorriso, e sua expressão era leve e rotineira. Ele usava uma camisa cinza de mangas estampada com o nome de uma banda que eu não conhecia, uma calça jeans preta detalhada com correntes um pouco apertada e vans azul. A combinação estava divina, devo ressaltar, mas minha expressão ainda estava bem assustada.

Senhor EmboabaOnde histórias criam vida. Descubra agora