Ao acabar a aula, Emica me deu uma carona para minha casa e disse que às 4:00 p.m. vinha para escolhermos minha roupa para a festa. Passei a tarde inteira relembrando a voz do senhor Emboaba enquanto falava comigo na hora do intervalo, as palavras doces que me disse ecoavam na minha cabeça e eu suspirava. Nunca tinha tido essa sensação antes, ele realmente mexia comigo, mas sei que nunca daríamos certo, ele é um professor, um adulto, e eu apenas uma aluna adolescente e feia.
Fui tirada de meus eternos devaneios com minha mãe avisando que Emica havia chego.
— Art — cantarolou diabolicamente, já me fazendo sentir medo do que estaria tramando.
— Emi — saudei-a sorrindo.
— Olá, boba apaixonada!
Revirei os olhos e mostrei-lhe minha língua, convenhamos, num gesto muito adulto.
— Então, ansiosa para a festa? — pulou ao meu lado na cama.
— Vou fingir que você não me perguntou isso! — bufei.
— Art, se solta um pouco, mulher! — resmungou e empurrou meu ombro com o seu. — Mudando de assunto: já decidiu que roupa usar?
— De pijama e pantufas.
— O que? Nunca! Art você vai para uma festa, não para a padaria! Venha, vamos procurar uma roupa para você! — puxou minha mão em direção ao meu pequeno guarda-roupa.
— Mas a festa só começa daqui a quatro horas! — falei num tom alarmado, pois ainda era muito cedo em minha concepção.
— Temos pouco tempo — começou a olhar minhas roupas e puxou alguns vestidos. — Mas que diabos de roupas são essas? Não tem um vestido bom para usar, porra! — disse entendida depois de ter olhado a maioria de minhas roupas.
— Não fale palavrão! — adverti.
Ela ingnorou-me e continuou a descartar cada peça de roupa que havia ali.
— Isso vai ser bem mais difícil do que eu pensei... — meneou a cabeça com as sobrancelhas arqueadas.
~*~
— Eu não vou usar esse troço nem morta, Emica! — falei pela milésima vez a ela, que segurava um macacão preto de couro.
— Mas Art, o tema da festa é sexy, então você tem que ir sexy, gatinha! — ela gesticulava com as mãos como se isso fosse óbvio.
— Mas, Emica... — praticamente implorei — você sabe que eu odeio esse tipo de roupa, fica muito feia no meu corpo e deixa tudo marcado.
— Não é ridículo, gatinha, você que não está acostumada com esse estilo, já quase não tira essa calça e esse tênis — continuou de braços cruzados e com uma expressão que esbanjava certeza.
— Porque eles são confortáveis e bonitos.
— Esse macacão também é! — gesticulou exageradamente para a roupa.
— Não é não. A última vez em que eu o usei ele ficava na metade da minha coxa!
— Normal! E agora vai ficar na metade da sua bunda.
Arregalei os olhos e balancei a cabeça em negação.
— Não.
— Você vai usar esse macacão sim! — ela foi me empurrando para o banheiro, já sem paciência comigo.
— AH! — gritei com raiva quando ela jogou aquele pedaço de pano, que jamais será denominado como macacão, em mim e fechou a porta do banheiro. — Você é simplesmente impossível! — completei ainda gritando com raiva.
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Senhor Emboaba
AcakAos meus 17 anos minha paixão pelo professor Emboaba cresceu excessivamente quando ele finalmente passou a notar-me de uma forma boa, e eu não poderia estar mais feliz com isso. Eu tinha medo de me iludir de mais por estar falando todos os dias com...