O grupo aumenta

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Acordei com o barulho de metal que vinha da cabana do Kurt, corri para ver o que estava acontecendo.
-o que você está fazendo?
Ele estava se levantando.
-eu não posso mais atrapalhar vocês, vocês já fizeram muito por mim.
Eu peguei ele e o empurrei devagarinho de volta para a cama.
-eu nao vou deixar você ir até se recuperar totalmente.
A friz entrou na cabana.
-bom dia, como você está se sentindo?
Ele olhou para mim.
-está bem, obrigado, um dia recompensarei sua bondade.
Eu sorri e disse.
-estarei esperando. Vou fazer o café da manhã; friz, troque as ataduras dele.
-ok, mas ele ainda não respondeu a minha pergunta, como você está se sentindo?
Eu saí enquanto ele falava, peguei na minha cabana a comida, mas uma diferente da de ontem, eu não como carne de manhã, eu como algo mais leve como um sanduíche, mas eu estou bem um mundo diferente, então tenho que arranjar algo para comer. Por um instante eu parei, quando foi que eu me acostumei com isso? quando eu me acostumei a ter abandonado meus pais, amigos e tudo que eu tinha para ficar aqui?
Tentei parar de pensar nisso, as coisas estavam acontecendo tão rápido, mas...a minha vida está melhor, ela não é monótona e eu tenho...fiquei vermelho por um instante, eu não tinha exatamente uma namorada, eu só...ah deixa para lá. Peguei algumas frutas para mim e para a friz, para o Kurt achei melhor esquentar alguma carne, ele perdeu muito sangue, poderia ficar com anemia.
Assim que eu cheguei na cabana dele a friz estava terminando de colocar as ataduras, o Kurt estava sem camisa e sem a armadura, eu ainda não tinha visto ele sem ela, olhei novamente para a friz, ela parecia concentrada no que fazia, fiquei até com um pouco de ciúmes, espera...ciúmes? Esquece Duncan, esquece. Coloquei a comida do lado dele e assim que ela acabou entreguei duas maçãs.
-vocês dois...qual a relação de vocês? Amigos, namorados, primos?
Olhei para a friz.
-amigos, só amigos.
Respondi.
-é que é meio estranho só vocês dois acampando.
-não, é que nós estamos fazendo uma viagem.
-é para a vila da água.
Disse a friz.
-hm, então vocês querem ir nas termas.
-sim.
-isso é tão fofo.
Ele riu, eu me senti meio corado na hora.
-agora coma, não perca tempo falando.
Ficamos em silêncio por um tempo até acabarmos.
-obrigado.
-quê?
-obrigado por terem me salvado, se não fossem vocês eu estaria morto agora, eu devo a minha vida a vocês.
-não, você não...
A friz me interrompeu.
-eu então, para compensar lhes darei a minha lealdade eterna, vocês podem fazer o que quiserem da minha vida, ela pertence a vocês agora.
Olha a que ponto chegou, ele está nos entregando a vida dele. A friz fez um sinal, eu entendi, ela que ela falaria lá fora comigo.
-se você assim preferir jovem guerreiro, irá conosco em nosssa viagem.
-sim, eu irei acompanhalos em sua jornada.
-agora descanse, sairemos assim que se curar.
Ela se levantou e saiu da cabana, eu a segui, do lado de fora ela foi até a minha cabana.
-o que você queria falar comigo?
-esse cara, como você sabe ele é um guerreiro, e os guerreiros tem muito orgulho, eles são leais e sempre retribuem, se não conseguirem retribuir sentem que seu orgulho é quebrado, então deixe esse garoto vir com agente.
Fiquei um tempo pensando, mas a resposta era a mesma.
-claro que ele pode vir.
A friz sorriu.
-você é um homem muito bom sabia?
Eu fiquei um pouco envergonhado, ela se virou e pegou o colar na minha bolsa, colocou em mim, seu rosto estava próximo do meu, lembrei da noite anterior.
-posso fazer uma coisa?
-o quê?
-um símbolo, no seu mundo é como se fosse uma tatuagem. Mas você pode escolher se quer permanente ou não, mas mesmo permanente ainda dará para tirar.
-é que eu não gosto muito de tatuagens.
-ah vai, fica legal.
-sei não, deixa para depois
-ora bebê.
Ela disse de uma maneira fofa, e me abraçou, caí para trás.
-se você não quer não precisa.
A entrada da cabana abriu.
-gente eu já to...desculpa incomodar.
O Kurt saiu meio envergonhado e rindo, me virei para a friz e ri também. Assim que saí falei com Kurt, ele estava sentado perto de onde estava a fogueira, fui falar com ele.
-não sabia que voces eram tão próximos.
Disse ele em ar de risos.
-ei, eu acabei de lembrar, eu não sei sua idade, quantos anos você tem?
Falei tentando mudar o assunto.
-ah eu tenho 17, e você?
-eu tenho 16.
-você sabe lutar com que arma?
-ah...nenhuma.
-como? Como assim você não sabe, todo mundo aprende a lutar.
-bem...é que eu não sou desse mundo.
-quê???
-eu vim para esse mundo porque a friz me invocou aqui, ela sabe muito de magia. Eu ainda não sei nada de luta, mas vou aprender, eu tenho que proteger a friz.
-nossa, como é no seu mundo? Vocês não lutam? A quanto tempo você está aqui? É legal o lugar de onde você veio?
-lá tem algumas guerras, mas nem sempre lutamos nelas, temos aparelhos que facilitam a nossa vida, mas não temos magia, estou aqui há três dias e muito coisa tem acontecido, e...eu não acho muito legal o lugar de onde vim...na verdade eu desejei vir para cá.
-que legal, eu queria ter visto esse lugar.
A friz sentou ao meu lado.
-você parece estar melhor.
-eu lá consigo andar um pouco, mas os ferimentos ainda doem.
-você acha que consegue andar até a vila mais próxima?
-ela não deve ficar muito longe, vou tentar.
Assim nós desarumamos o acampamento, o Kurt ainda estava dolorido, então ele ficou sentado com as coisas dele perto da lareira, ele realmente parecia diferente com a armadura, assim que a friz e eu acabamos de arrumar as coisas fomos andando em direção a vila do sol, durante o caminho Kurt me deu algumas dicas de lutar com a espada que eu tinha comprado, ele fazia parecer simples. Em alguns momentos paramos para Kurt descansar, aproveitavamos esse tempo para comer um pouco.
Em um momento o sol fazia aparecer miragens e em outras algumas vezes tinha areia movediça, em momento algum vimos monstros.
-ei Kurt.
-sim.
-como você ganhou essa armadura?
Ele ficou olhando por um instante ela e a grande marca de garra que tinha nela. Percebi que ficou triste, mas derrepente ele falou com um pouco de felicidade forçada.
-a minha amiga me deu, ela que me chamou para entrar na guilda deles, e quando eu aceitei ela me deu isso de presente, é uma boa armadura, ela me protege bem.
Eu sabia que ele estava triste, mesmo com aquele sorriso, eu sabia que ele estava sofrendo por dentro.
-eu, eu não queria te deixar triste, eu sinto muito pelos seus amigos.
Ainda com o sorriso ele disse.
-ah, obrigado, eles eram bons guerreiros, só que o dragão era melhor.
Assim que terminou de falar parou de sorrir, olhou para a armadura novemente e ficou um silêncio desagradável, mas eu quebrei esse silêncio.
-eu sei que eu não posso trazer seus amigos de volta, mas...eu posso ser o seu amigo, você não deveria olhar para o passado, olhe agora para o futuro.
Ele olhou para mim.
-você realmente quer ser meu amigo?
-claro.
A friz também falou.
-nós dois queremos.
Ele finalmente deu um sorriso de verdade.
-obrigado, vocês são ótimos, vocês me ajudaram muito.
Nesse momento nós vimos a vila, ela era muito bonita, a única coisa que deixava a paisagem feia era um velho castelo preto, abandonado, ele ficava meio afastado da cidade, era isso que achávamos, mas ele não estava abandonado, havia uma pessoa saindo de lá e indo em direção a vila com um guarda-chuva vermelho, ela era pálida, vestia roupas pretas.
-quem é quele homem?
-onde?
-saindo do castelo.
-mas...você está bem?
-claro que estou, por quê?
-dan...não tem ninguém ali.

seven kingdonsOnde histórias criam vida. Descubra agora