Unidos pelas Sombras

Capítulo 2

- "Mia bambola!". -Dizem os pais de Antony juntos.

- Já disse a vocês que de boneca não tenho nada. -Digo indo até eles.

- Tem sim! É linda como uma boneca! -Responde Charlotte Possani, mãe de Antony, me abraçando.

- Nossa boneca de porcelana. -Completa Ricardo Possani, pai de Antony, beijando minha testa.

- Senti falta de vocês! -Assumo.

- Também sentimos. -Responde Ricardo.

- Você sumiu! -Reclama Charlotte.

- E ia continuar sumida. Não queria vir aqui, acreditam? -Antony diz me entregando.

- Por que? -Eles perguntam curiosos.

- Estou acabada, Tony me trouxe direto do serviço. -Explico sorrindo de canto.

- Você sempre está linda. -Duas novas vozes ecooam pela sala. Conheço bem essas vozes!

- "Mes mioiris!". -Grito meus gêmeos favoritos chamando- os de espelhos.

- "Nostra bambina!". -Eles gritam e me abraçam ao mesmo tempo.

- Vocês sempre tem que fazer isso? -Pergunta Antony revirando os olhos.

- Ciumento! -Digo dando língua para ele que devolve.

- Antony, ela prefere nós dois! -Disse Dante Possani me abraçando pela esquerda.

- Aceite de uma vez! -Diz George Possani me abraçando pela direita.

- Até parece. Eu tenho vinte e dois anos, ela tem vinte anos, vocês com 17 anos são crianças para ela e para mim! -Antony provoca rindo.

- Para de provocar, Tony! -Digo batendo de leve no braço dele.

- Chega de briga, Bambinos! Vamos jantar. A senhorita também, Angel. -Charlotte diz indo em direção a sala de jantar.

- Não quero incomodar, Charlotte. -Digo sorrindo de canto.

- Vai comer sim! -Disse Antony me puxando para a sala de jantar. - Come igual um passarinho!

Sentamos à mesa de jantar, oramos uma oração em italiano, oração que eu não entendo bem, mas que já gravei pelo convívio com eles, e depois comemos a deliciosa comida de Charlotte.

- Para onde vai tudo isso? -Provoco rindo enquanto batia no tanquinho de Antony que devorava o terceiro prato cheio.

- Você que come pouco! Aqui em casa aprendemos a comer muito, Mio fiore. -Antony responde piscando e apontando para os pratos dos irmãos.

- E não engordam. Se eu comer tudo isso explodo! -Reclamo.

- Até parece. -Diz Antony avaliando meu corpo, fazendo eu bater no braço dele rindo.

- Tony, já contou a ela? -Pergunta Ricardo sorrindo e olhando o filho limpar a boca.

- Contou o que? -Pergunto curiosa.

- Chegaram novos livros direto de Londres que são a sua cara. Vamos lá ver? -Pergunta Antony levantando da mesa e esticando a mão para mim.

- "Oh, mon Dieu"! Vamos sim. -Levanto pegando na mão de Antony. - "Excusez-moi".

- Toda! -Todos dizem e subo para o sótão, no terceiro andar, de mãos dadas com Antony.

- Não repara a bagunça. Li alguns livros aqui esses dias. -Disse Antony enquanto entrávamos no sótão, barra biblioteca particular.