Capítulo 22

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Acordo no meio da noite sentindo meu estômago se contrair, eu não tomava sangue à um bom tempo, então meu organismo estava começando a protestar.
Encaro o céu estrelado tentando pensar em outra coisa. Já que o quarto que os Santanas me deram para dormir era no sótão, o teto em cima da cama era de vidro para que pudéssemos ver o céu.
Lavo o rosto na pia do banheiro, mas o sono não vinha de jeito algum, então desço as escadas devagar, mas me sinto ainda mais fraca e sento em um dos últimos degraus da escada segurando os cabelos entre os dedos.

- Está tudo bem? -Pergunta Luan parado na minha frente.

- Está. Está sim. -Minto vendo o olhar de preocupação dele.

- Não me parece estar tudo bem. -Disse Luan me olhando com um olhar acusador.

- Eu estou bem. Sério. -Digo forçando um sorriso.

- A quanto tempo não bebe sangue? -Perguntar Luan cruzando os braços.

- Hã? -Finjo não entender.

- Responde, Angel! -Diz Luan segurando meu rosto para que eu o encarasse.

- Uma semana e três dias. -Digo baixando o olhar.

- Você está mais que fraca, está entrando no processo de decomposição. -Reclama Luan me ajudando a levantar.

- Como assim? -Pergunto curiosa.

- Um vampiro sem comer por uma semana? Fraqueza. Um vampiro sem comer por tipo, um ano? A pele vira uma folha de papel, você começa a queimar por dentro, seu corpo anseia por comida. Mas o pior é que depois de todo esse sofrimento, mesmo que passe mil anos, se pingarem uma gota de sangue no seu lábio fino e ressecado, você volta a sofrer tudo de novo. Chamamos isso de decomposição. -Explica Luan colocando um casaco em mim e vestindo outro.

- Onde vamos? -Pergunto confusa e ele me carrega até um carro.

- À caça! -Responde Luan jogando um par de botas de couro com salto no banco de trás.

Ele dirigi por um tempo e durante esse tempo eu fico olhando a neve cair pela janela sem coragem de dizer algo por estar muito fraca, mas uma chama de coragem se acende quando lembro o que ele vai querer que eu faça.

- Luan... -O chamo, mas ele me ignora. - Luan, eu...

- Já estamos chegando. -Ele me interrompe e eu respiro fundo para buscar mais coragem.

- Luan! -Grito fazendo ele me olhar com os olhos vermelhos. - Eu não quero matar bichinhos. Eu tenho pena, nunca conseguiria fazer isso.

- A Bruna também dizia que nunca ia beber sangue, mesmo que fosse de bolsa de sangue, mas assim que o período de decomposição começou, ela se conformou. Você também vai. -Disse Luan voltando a dar atenção à estrada, mas logo paramos ao lado de algum bar.

- O que estamos fazendo aqui? Pergunto olhando confusa para o lugar.

- Você realmente não vai matar bichos, está fraca demais, você precisa de sangue de humano. -Luan diz saindo do carro e eu calço as botas de salto o seguindo.

- Você está ótima assim. -Diz Luan bagunçando propositalmente meu cabelo. - Confere se não tem algum batom da Bruna em um dos bolsos do casaco.

Eu estava com o sobretudo preto que ele pos em mim, com uma bota de salto agulha de couro preto, o batom vinho que achei no bolso do casaco de Bruna deu um toque sensual e meu cabelo estava perfeitamente bagunçado deixando meu visual ainda mais sexy.

- O que pretendemos fazer aqui? -Pergunto curiosa.

- Você vai seduzir um homem que vou escolher para você, e vai leva- lo até os fundos do bar para se alimentar. -Explica Luan naturalmente e entra no bar me obrigando a segui- lo.

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