Eu estava acampando sozinha numa floresta aberta quando começou a chover muito forte. A minha barraca estava ensopada e acabei tendo que sair da barraca. Lembro que ao andar um pouco quando cheguei, tinha uma casinha atrás da cachoeira enorme, que a casa parecia bem cuidada, ao passo que parecia que tinha moradores lá. Como não sou besta, vou correndo em direção a cachoeira para ver onde está a casinha. Apesar de estar com muita chuva, um pouco escuro e com neblina por toda parte cobrindo meus pés, eu consegui enxergar o caminho e enxergar a casinha. Acho que tenho olho de gato porque nem eu acreditei que consegui enxergar.
Sai correndo em direção a casinha. Quando chego, bato na porta, com muita força por causa da chuva mas ninguém responde.-Por favor, tem alguém aí? Preciso de ajuda! - eu digo.
Então a porta abre devagarzinho e um homem aparece. Ele parecia assustado, talvez por ter alguém a sua porta no meio da noite e numa churavada forte daquelas.
- O que você quer? Quem é você?
- Oi, eu sou Hanna. Estava acampando um pouco depois da cachoeira mas começou a chover muito forte e minha barraca não aguentou. Eu tinha andando um pouco por aqui antes de anoitecer e tinha visto a sua casa. Pensei em vir para cá por causa da chuva. Posso ficar?
- Depois desse discurso não posso deixá-la para fora ainda mais na chuva. Vamos, entre. Tem um quarto sobrando do meu filho que morreu a alguns anos. Ele se chamava Skyle. Pode ficar no quarto dele.
- Muito o brigada moço. Amanhã bem cedo vou embora e não te incomodo mais.
- Tem roupas secas no armário e pode tomar um banho se quiser. Boa noite.
Eu subi correndo para o quarto na esperança de aquilo tudo ser só um sonho. Lembrei de Hally me dizendo que não era uma boa ideia ir acampar sozinha, que não tinha graça mas não a ouvi e vim assim mesmo. Como sou teimosa ! Se a tivesse escutado não estaria numa situação dessas.
Depois de tomar um banho e vestir às roupas secas, ao deitar na cama, vejo a foto de um menino com uns 14 anos, de pele clara, cabelos castanhos lisos caindo aos olhos, olhos verdes escuros e penetrantes. Era um pouco alto e não era nem magro nem gordo. Imaginei que esse era o tal menino que morreu. Encaro a foto e acabo adormecendo.
Eu sonhei que estava naquele mesmo quarto, mas a chuva tinha se intensificado e soltava muitos relâmpagos que eram vistos pela janela. De repente, ouço passos lentos e firmes subindo a escada. Parecia vir para o meu quarto. Ouço algo sendo arrastado escadas a cima. Algo pesado. Não como um martelo mas mais pesado. Como um machado. Os passos se aproximam cada vez mais e minha dúvida acaba de ser jogada fora. Aquilo ou alguém estava vindo ao meu quarto. Vejo a sombra de alguém na porta do lado de fora e me apavoro. Enfio de baixo da coberta com medo, mas minha curiosidade é maior e espio a porta.
A porta começa a ranger, ou seja, a ser aberta e primeiro vejo um machado. Aquele que eu achei que alguém estava carregando. Um machado grande e vermelho. Depois, parece alguém. Não consigo distinguir que era. Parecia mais uma sombra. Ela se aproxima de mim enquanto meu corpo treme da ponta do dedão ao fio de cabelo da cabeca. Começo a suar frio e entro em pânico. Ele levanta o machado e desfere um golpe em minha perna. Ela foi cortava fora e ele faz a mesma com a outra. Sangue para todo lado e uma gritaria só. Os meus gritos de dor são ensurdecedores mas o homem não ouvia. Eu berrava mas ninguém ouvia. Ele começa a apertar minha perna que agora estava ao meio e eu desmaio de dor.
Acordo eu um salto. "Estava sonhando", eu penso aliviada. Já era de manhã e nao estava mais chovendo. Estava até um sol gostoso em meu rosto. Me lembro do meu sonho - não, sonho não, pesadelo - e levanto a coberta em busca de duas pernas inteiras. Elas realmente estavam inteiras e não tinha sangue em lugar nenhum. Me levanto em um salto, coloco minha roupa agora seca e deço a escada sem tentar fazer barulho. Mas o homem já está de pé e me olha com curiosidade.- Bom, obrigada por tudo. Acho que já vou indo. Tenho que arrumar minhas coisas e ir embora. Arrumei a cama e tudo lá. Muito obrigada, tchau.
- Espere, não quer ficar pro café da manhã? Esta uma delícia !!
- Não, obrigada. Estou indo.
- Tchau então.
Eu sai pela porta o mais rápido possível querendo sair dali quanto antes. Ele me levou para a porta e agradeçi de novo. Vou indo e quando me viro para trás para dar um último tchauzinho, vejo a mesma sombra do sonho e aquele machado atrás do homem. Mas agora sabia quem era. Era o mesmo menino da foto que tinha no quarto. O mesmo menino que tinha morrido anos atrás e que me aterrorizou algumas horas ou minutos - sei lá - atrás.
Desde então, toda noite ele vinha me visitar em meus sonhos.
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Creepy-pastas
HorrorSão histórias curtas ou um pouco maiores de terror feitas por mim mesma. De variados tipos de terror.