Cortina preta

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Eu tenho um coração, tenho uma alma

Acredite, eu uso os dois

Nós fizemos uma estrela

Talvez seja falsa, eu sei

- 18, One Direction

Acordo em meu quarto com a pequena luz que entra pelas cortinas. Levanto irritado e as fecho bruscamente. Mas antes percebo que um pássaro está parado no parapeito da janela. Nunca mais havia escutado a música do canto dos pássaros...

Três toques na porta acordam-me de meus pensamentos. Sento na cama e espero que a empregada entre. Porém uma outra pessoa que aparece.

-Mãe? O que faz aqui? - pergunto surpreso com sua presença.

-Seu pai deveria estar aqui também, mas estava ocupado - Ela se aproxima timidamente de minha cama.

-Por que meu pai também deveria estar aqui?

-É que, bom, eu e seu pai, nós estávamos pensando... Você vai fazer dezoito anos... Tem que começar a... Você sabe...

-Pode falar mãe, além de tudo eu não mordo - Falei e ela me encarou pela primeira vez nos olhos. Seus olhos azuis estavam indecifráveis. Não sabia se expressavam dor, medo ou alegria.

-Você vai para a faculdade - Ela falou de vez, o que me assustou um pouco.

-Faculdade? Mas e se alguém me reconhecer?

-Ninguém vai filho. Ninguém te conhece - Ela tentou segurar minha mão, porém a puxei - Você sabe que é para o seu próprio bem.

-Mas por que me deixar sair agora? Por que depois de tantos anos, só agora? - Eu perguntei me levantando da cama, totalmente transtornado.

-Você sabe o por que! Eu já te contei! - Ela levantou e segurou meu braço, meu pulso, e me mostrando o sinal de nascença. A sua forma como um estrela partida ao meio - Por causa desse sinal.

-Eu não vou achar minha segunda metade, mãe. Por que eu sou incapaz de amar! - Puxei meu braço - Eu não sinto nada!

-Todos eles eram assim, eu já lhe contei. Eu só quero lhe proteger, mas você não percebe isso, pois não consegue enxergar o amor - Ela tocou meu rosto rapidamente, antes de eu me afastar.

-Amar é colocar o filho desde pequeno em um quarto, nos fundos do castelo? O privar de tudo?Amigos, família? Privar alguém da sua própria vida? - Joguei algumas coisas que estavam em uma estante no chão - Se isso for amo,r eu não quero sentir o mesmo.

Virei meu olhar para a janela que estava coberta por uma cortina preta. A puxei rapidamente a abrindo completamente e deixando a luz do sol entrar. Por um momento a luz me incomodou, mas logo meu olhar foi acostumando-se.

-É bom se acostumar com a luz do sol, a faculdade começa amanhã. Você se muda para lá amanhã, depois decide o que quer fazer da sua vida. Não podemos mais lhe prender aqui - Minha mãe tocou meu ombro rapidamente, depois ouvi seus passos se afastarem - E Louis, lembre-se, eu te amo - A porta foi fechada me deixando novamente só com meus pensamentos.

Curse of lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora