Ultimamente, tenho, tenho perdido o sono
Sonhando com as coisas que poderíamos ter sido
Mas amor, tenho, tenho rezado muito
Setando, sem ficar mais contando dólares
Contaremos estrelas
-Counting stars, OneRepublic
-Inventamos uma desculpa, do tipo que eu dormir em um sono profundo e não acordei. Damos meia volta, e aproveitamos essa uma hora assistindo um filme de terror - Falei quando o carro parou em frente a casa de meu pai.
-Já conversamos filha... - Minha mãe começou a falar, mas eu a cortei.
-Pode ser uma animação!
-Estaremos lá, para se despedir. Eu juro, querida - Jorge falou virando para mim e segurando minha mão - Você vai para um outro país, passar não sei quantos anos. Outra cultura, outros povos, outra língua! Não é um almoço que vai lhe assustar, é?
-Jorge. Você é irritantemente convincente - Deu um suspiro, depois olhei para a grande casa - Se vocês não forem ao aeroporto, eu não trago presentes - Deu um beijo em minha mãe, e apertei a mão de Jorge.
Abri a porta do carro, e logo um segurança se aproximou para pegar minhas malas. Tomando coragem, bati três vezes na porta e esperei o barulho dos saltos de Flávia se aproximarem da porta.
-Querida! Por que insiste em não tocar a campainha? - Ela perguntou sorrindo. Hoje sua roupa era basicamente um vestido branco. Enquanto as minhas roupas eram pretas.
-Eu gosto dos três toques - Falei passando por ela e entrando na casa - Onde está o meu pai e meus avós?
-Seu pai foi buscar seus avós, a ainda não voltou - Ela fechou a porta e apontou o sofá - Sente-se, e vamos conversar um pouco.
Fiz o que ela mandou, por não querer discutir hoje. Sentei no grande sofá amarelo e encarei o lustre por algum tempo. Mas o som de sua voz tirou minha atenção das pedras de vidro do lustre.
-Quais seus planos? Pretende voltar depois de um ano, ou ficar por lá mesmo?
-Não sei. Dizem que Windson é uma cidade cheia de mistérios, pretendo desvendar todos, mas depois, não sei. Provavelmente não ficarei na cidade, mas pretendo continuar na Europa - Falei rodando a pulseira que sempre usava para cobrir meu sinal.
-Você gosta de história mesmo! Que bom que encontrou algo que ame. Eu, por exemplo, amo moda - Ela olhou para minhas calças jeans e minha camisa de manga com uma citação tosca preta. Para ajudar, havia colocado um all star velho e uma toca.
-É, eu gosto bastante de história - Falei ainda com o olhar em meu pulso.
-Não deveria esconder essa marca, é tão especial - Ela falou e eu a encarei. Seu sorriso era sincero, e seu olhar também.
-Obrigado.
-Eu comprei isso, como algo para você se lembrar de mim - Ela levantou e depois de uma tempo voltou com uma pequena caixa dourada - Espero que goste.
Segurei a pequena caixa e abri. Havia uma pulseira simples dourada, com meu nome escrito. Retirei a pulseira que cobria minha marca, e a tentei colocar. Mas era uma missão impossível.
-Eu ajudo - Ela colocou a pulseira e tocou minha marca - Quem sabe um dia você não acha a outra metade da sua estrela?
Ela sorriu, e eu fiz o mesmo. A campainha tocou e logo depois meu pai e meus avós entraram. Levantei e fui até eles, para cumprimentá-los. Meu pai carregava um sorriso vitorioso no rosto, por isso fui ao seu encontro para saber que premio ele havia ganho.
-Ganhou na loteria, pai? - Perguntei e ele me encarou sorrindo.
-Você e a Flávia estavam conversando?
-Sim, ela me deu um presente - Mostrei minha pulseira a ele, que sorriu mais ainda.
-Não sabe como fico feliz com isso - Ele me abraçou e me levou em direção a mesa, onde todos nos esperavam.

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Curse of life
Teen FictionHelena e Louis ligados por uma maldição há décadas, mas algo está diferente dessa vez, e talvez eles terão a chance de terem um final feliz finalmente... Ou não.